ALCYR CAVALCANTI -
A sessão decisiva começou com 40 minutos de atraso. A presidente Dilma Vana Roussef comparece hoje para sua defesa, na Casa que deveria nos representar, mas que é considerada por um de seus mais "ilustres" pares como um verdadeiro hospício e portanto não teriam condições de sanidade para julgar. Cenas deprimentes tem invadido nossos lares devido à transmissão ao vivo e a cores de um julgamento que já parece decidido há algum tempo. Impeachment ou Golpe, as explicações são feitas e são fornecidas a quem quiser aceitar.
Desde sua reeleição a presidente fez, o que sutilmente os políticos chamam de arco de alianças, mas que no fundo é uma distribuição de benesses e de nosso dinheiro para poder governar e se manter no cargo, a qualquer preço. A atitude desesperada de pedir apoio a seu vice, uma pessoa que só pensava em traição e sonhava com a cadeira, a faixa e a caneta para angariar apoio de um grupo que só pensa em benefício próprio e age como aquele deputado de programa humorístico que afirmava em relação aos despossuídos: " O Pobre que se Exploda". O governo "democrático e popular" do partido que vencia eleições uma após outra foi se esvaindo ano após ano, foi minguando, se afastando de suas bases e se aproximando e fazendo acordos com o sistema financeiro. Enquanto isso, o grupo sucessivamente derrotado nas eleições, em um eleitorado em parte despreparado, em parte totalmente alheio ao passado, ao presente e ao futuro fazia reuniões sucessivas "preparando o bote", para aniquilar o adversário. Reformas estão sendo prometidas, mas ditadas por agiotas internacionais que só pensam em rapinar nossas últimas riquezas, só para citar uma das mais importantes, a Previdência que é uma grande farsa, mais parece um Roubo do que o propalado Rombo que sucessivamente vai raspando o cofre dos aposentados. O projeto de uma melhor distribuição de riquezas para atenuar os conflitos deve ser deixado de lado, talvez por muitos e muitos anos. Dias sombrios se avizinham, qualquer que seja o desfecho de uma novela, arrastada que mais se assemelha a uma tragédia do que uma farsa.