9.3.16

FNP E FUP SE UNEM EM ATO CONTRA A VENDA DE ATIVOS


A ação truculenta de um capitão da PM prejudicou o ato realizado nesta terça, 8, contra a venda de ativos da Petrobras. Outras ações estão programadas.



O ato, em frente ao Edifício Senado, no Rio, foi organizado pelas duas federações FNP e FUP, depois de uma reunião realizada no Nordeste.

Vieram petroleiros de vários sindicatos. Além do Sindipetro-RJ, havia companheiros da Bahia, Caxias, Norte Fluminense, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Rio Grande Norte, Ceará/Piauí e Alagoas/Sergipe.

O ato aconteceu simultaneamente a uma reunião da direção da Petrobrás que discutia sobre a venda dos campos terrestres do Nordeste.

No auge do destempero, policiais militares agrediram sindicalistas e trabalhadores do Edifício Senado. Ainda representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobras, Deyvid Bacelar só não foi levado preso, porque outros dirigentes sindicais interferiram, impedindo a arbitrariedade que, pelo jeito, está virando moda no Brasil.

Emanuel Cancella, do Sindipetro-RJ, diz que a venda dos poços terrestres do Nordeste vai provocar uma onda de desemprego:

“Vender ativos para tirar a Petrobrás da crise é um erro – disse. O caminho já foi apontado pelo Senador Roberto Requião (PMDB-PR). Ele propõe a venda antecipada de petróleo à China e/ou a capitalização da empresa. Durante seis anos a companhia vendeu gasolina subsidiada, por decisão governamental, para segurar a inflação. A indenização desse valor resolveria os problemas de caixa. Seria possível retornar ao patamar de investimentos de outubro de 2014. ” – sugere.

O sindicalista diz que esse ato é o primeiro de uma série. Os petroleiros se concentraram as sete da manhã, na porta do Edsen – Edifício Senado. A intenção era permanecer até as 9h, informando sobre o risco de desemprego, principalmente para os terceirizados que não deverão ter seus contratos renovados, com a venda dos poços terrestres. A truculência policial atrapalhou, mas não impediu a atividade:

“Vamos deixar claro para a companhia que a venda de ativos é um desastre, um crime contra os interesses nacionais. A Petrobrás responde por 13% do PIB. Não é hora de vender, mas de recapitalizar a empresa e concluir as obras das refinarias do Maranhã, do Ceará e concluir o Comperj. O braço petroquímico é o mais lucrativo da indústria de petróleo. A retomada do crescimento é a garantia do emprego e do futuro da nação.”

Os trabalhadores da FNP e da FUP estão dispostos a realizar vários atos, até dissuadir a presidenta Dilma da venda de ativos. Se a presidente insistir no erro, as duas federações avaliam que pelo menos cem mil petroleiros contratados podem ser demitidos e o país ficará mais pobre. Para evitar o pior, a greve não está descartada.