ROBERTO MONTEIRO PINHO -
O governo da presidenta Dilma Rousseff está mergulhado na mais completa desordem e descrédito público. Não se trata de crise política e sim de uma congênita e terminativa administração pífia e desordenada sob todos os aspectos.
O sinal dessa anomalia se traduz inicialmente na informação oficial divulgada ha pouco pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) de que o Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos anos, no acumulado de 2015, o PIB recuou 3,8%, o que corresponde à pior recessão desde 1990, quando caiu 4,3%. Já o quarto trimestre de 2015, o PIB recuou 1,4% em relação ao trimestre imediatamente anterior.
Se por um lado a vida política da nação está no CTI, a manutenção da presidente no cargo e todo seu Gabinete, a conta dos últimos acontecimentos na Lava jato, é questão de pouquíssimo tempo.
No TSE, analisa indícios e provas, por práticas lesivas ao pleito de 2014, e se depender do Congresso, por improbidade administrativa. No mais amplo significado da palavra – ação de pura maldade, perversidade, contra à comunidade que a elegeu.
Para isso, tamanha a desonra, há que aponte o exemplo japonês, quando o dirigente governamental, o homem público cai em desgraça, pratica o haraquiri. Ato que visa, (reparar a honra do suicida). O termo haraquiri significa algo como "cortar a barriga" e é uma forma vulgar de se referir ao seppuku ("cortar o ventre"), a expressão mais nobre para esse tipo de suicídio. No Brasil bem lembrado, Getúlio Vargas então presidente, praticou o suicídio. Dilma já disse que isso não fará.
Ocorre que a presidenta se agarrou ao nada, mente, é mal assessorada e desinformada, mal humorada e apesar de ter a seu comando 39 Ministérios e dezenas de estatais, não sabe nada de articulação. Aliás este tem sido sua frase preferida: “não sei de nada”.
Os boquinhas do PT, são incompetentes, não conseguiriam emprego na iniciativa privada, muitos sequer passariam no teste admissional mais elementar.
Agrego aqui a informação de que em 1980, a proporção da população economicamente ativa acima de 45 anos no Brasil era de apenas 16%. No período até 2015, o Brasil apresentou um aumento de 13% nesse índice, tornando-se o país mais “velho” entre os latino-americanos estudados. Para um país a beira do abismo, a queda do PIB não é totalmente o fim de tudo, mas sinaliza como norteador da real situação econômica e social.
Enquanto analisamos esses números, veio à notícia da detenção do ex-presidente Lula da Silva, levado a sala da presidência no Aeroporto de Congonhas em São Paulo para depor sobre as acusações de praticas lesivas contra o Estado. Estamos diante de um quadro atípico por se tratar da prisão de um ex-presidente, no período do novo regime democrático, pós 1988, quando a nova Carta Cidadã entrou no cenário nacional.
É por essas razões que vejo todo esse processo de investigações, condenações e absolvições, armadas a partir de denúncias e delações premiadas, de que cada um dos envolvidos tenha ao que institui a CF, quanto ao devido processo legal, sem o qual, o Estado se torna pernicioso.
A publicidade, o assédio da imprensa, promove naturalmente um sensacionalismo exacerbado, que permite manifestações de toda ordem. É um bem que se faz informar, dá-se transparência, lucidez, mas pode também induzir a autoridade a excessos.
Derrubado, manchado, devassado, Lula da Silva, fecha as portas não apenas a sua pretensão presidencialista em 2018, mas também ao sonhado “Plano de Poder dos petistas, um acalentado objetivo dos boquinhas do PT e aliados, que envenenou a própria instituição partidária e os seus membros.
Sem o devido processo legal, um inquérito concluído, o trânsito em julgado, a aplicação da pena, nenhum ‘criminoso ou suposto’, estará a salvo da ira dos oposicionistas que acalentam também o poder. O preço do acusado a inocente, reflete na máxima de que “atirado papeis picados ao vento, recolhe-los, será impossível”.
O estadista Leonel de Moura Brizola a quem sempre tive total apreço, convivência e assimilação de seus princípios, jamais em tempo algum esteve envolvido com falcatruas, a ponto de decepcionar seus seguidores. Lula da Silva, mesmo que supere este episódio, a meu ver, “vacilou”, se achando o “todo poderoso. Divagou de tal forma que se atrapalhou no cenário político, público e pessoal. Vamos aguardar muita “água correrá...”.