ROGER MCNAUGHT -
No dia internacional da mulher, 8 de
março, o centro do Rio de Janeiro foi tomado por uma multidão de mulheres. Começando às 16 horas, mulheres de todos os
segmentos da população e movimentos sociais lotaram a frente da Assembleia
Legislativa com faixas, cartazes e uma bandeira gigante em defesa do direito ao
aborto.
Não
é nenhuma novidade que o aborto tem sido um tema recorrente na atualidade, em
especial durante um surto infeccioso que pode causar má-formação nos bebês (microcefalia). Mas, o que poucos sabem
é o risco que mulheres pobres correm ao recorrerem às clínicas de aborto
clandestinas, uma vez que se trata de um procedimento delicado e que pode gerar
complicações.
Submetidas à todo tipo de humilhação ao terem de recorrer a clínicas clandestinas apenas para exercerem o direito a seus próprios corpos, muitas mulheres morrem devido a complicações e falta de estrutura hospitalar adequada, apenas por um capricho religioso de alguns políticos que se consideram donos da verdade.
Submetidas à todo tipo de humilhação ao terem de recorrer a clínicas clandestinas apenas para exercerem o direito a seus próprios corpos, muitas mulheres morrem devido a complicações e falta de estrutura hospitalar adequada, apenas por um capricho religioso de alguns políticos que se consideram donos da verdade.
Um
dos gritos do ato justamente se deu contra tais políticos – que mesmo se
comportando como verdadeiros terroristas fundamentalistas, continuam a
contaminar o cenário político com valores hipócritas e atitudes dignas das
piores produções televisivas melodramáticas.
Outro
fator amplamente abordado no ato foi a total incoerência política da atual
administração municipal em lançar como pré-candidato um homem que esteve
recentemente envolvido em um escândalo de violência doméstica, algo intolerável
não apenas para as mulheres. Se um
político é covarde ao ponto de agredir a própria companheira, o que será capaz
de fazer com a população? É um
pensamento medonho.
Por
fim o ato chegou ao seu destino, a Cinelândia, onde mesmo após o encerramento
oficial, as atividades perduraram com música e dança, mostrando a alegria de
viver e lutar por direitos.
O
ato todo transcorreu de forma pacífica, ordeira e notou-se visivelmente que
agregou pessoas por seu percurso, estando claramente mais lotado próximo à
dispersão.
Será
mesmo que a classe política continuará fazendo ouvidos surdos à população? Resta aguardar.