9.3.16

ATO LOTA O CENTRO DO RIO NO DIA INTERNACIONAL DA MULHER

ROGER MCNAUGHT -



No dia internacional da mulher, 8 de março, o centro do Rio de Janeiro foi tomado por uma multidão de mulheres.  Começando às 16 horas, mulheres de todos os segmentos da população e movimentos sociais lotaram a frente da Assembleia Legislativa com faixas, cartazes e uma bandeira gigante em defesa do direito ao aborto.

Não é nenhuma novidade que o aborto tem sido um tema recorrente na atualidade, em especial durante um surto infeccioso que pode causar má-formação nos bebês (microcefalia). Mas, o que poucos sabem é o risco que mulheres pobres correm ao recorrerem às clínicas de aborto clandestinas, uma vez que se trata de um procedimento delicado e que pode gerar complicações.

Submetidas à todo tipo de humilhação ao terem de recorrer a clínicas clandestinas apenas para exercerem o direito a seus próprios corpos, muitas mulheres morrem devido a complicações e falta de estrutura hospitalar adequada, apenas por um capricho religioso de alguns políticos que se consideram donos da verdade.

Um dos gritos do ato justamente se deu contra tais políticos – que mesmo se comportando como verdadeiros terroristas fundamentalistas, continuam a contaminar o cenário político com valores hipócritas e atitudes dignas das piores produções televisivas melodramáticas.

Outro fator amplamente abordado no ato foi a total incoerência política da atual administração municipal em lançar como pré-candidato um homem que esteve recentemente envolvido em um escândalo de violência doméstica, algo intolerável não apenas para as mulheres. Se um político é covarde ao ponto de agredir a própria companheira, o que será capaz de fazer com a população?  É um pensamento medonho.

Por fim o ato chegou ao seu destino, a Cinelândia, onde mesmo após o encerramento oficial, as atividades perduraram com música e dança, mostrando a alegria de viver e lutar por direitos.

O ato todo transcorreu de forma pacífica, ordeira e notou-se visivelmente que agregou pessoas por seu percurso, estando claramente mais lotado próximo à dispersão.

Será mesmo que a classe política continuará fazendo ouvidos surdos à população?  Resta aguardar.