DANIEL MAZOLA -
Em tempos de crise
profunda na Associação Brasileira de Imprensa-ABI e simultaneamente no País, resolvi relembrar
de uma reserva moral do Brasil. Falo do inesquecível nacionalista que durante o
governo do ditador Médici em 1973 candidatou-se a vice-presidente da República
na chapa encabeçada por Ulisses Guimarães pelo então MDB. Participou da Campanha
pela anistia ampla, geral e irrestrita, que teve sucesso em 1979 e em 1992, foi
o primeiro signatário do pedido de impeachment do então Presidente Fernando
Collor de Mello. A partir de 1994 esse bravo lutador participou de
manifestações contrárias às privatizações de empresas públicas, política
iniciada no governo Collor e ampliada no governo FHC. Em 1998 ele foi contrário
a revisão constitucional que permitia a reeleição dos ocupantes de cargos
executivos, por considerar “prejudicial aos interesses do Brasil”.
“BARBOSA LIMA
SOBRINHO construiu um monumento à dignidade e à honradez”, afirmou o Cardeal
Dom Paulo Evaristo Arns, logo após a morte do jornalista aos 103 anos, em 16 de
julho de 2000.
Alguns pensamentos
e reflexões do "Dr. Barbosa"
“A igualdade é
pressuposto básico da Democracia, que, sem ela, não tem condições de
sobreviver”
“O Liberalismo
de dois séculos atrás virou agora o Neoliberalismo; tudo isso para dar a
impressão de modernidade, tentando dissimular a servidão, que continua a mesma”
“Se nós não
confiarmos na mocidade, estamos perdidos porque, de fato, vão depender dela os
destinos do Brasil”
“Quem é o dono
efetivo do patrimônio público? É o Estado ou o povo que contribuiu com seus
recursos para pagar na forma de impostos?”
“O segredo
para aliviar o peso do passar dos anos é ter sempre a consciência tranquila”
“A política
internacional está se desenvolvendo em favor dos EUA. Globalização e outras
palavras que inventaram têm o intuito de nos fazer dependentes dos EUA.
Chegaram a um nível de poder jamais alcançado por outra nação. É a defesa dos
interesses deles através dessa globalização, que é um regime em que só os mais
fortes predominam”
“Alguns viajam com
os pés, outros com a cabeça”
“Ainda que pequenos
e nem sempre bem acabados, esses jornais e essas revistas prestam relevante
serviço ao jornalismo, sem contar que, quem hoje é pequeno, amanhã poderá ser
um gigante”
“Não temas
envelhecer, meu jovem amigo, desde que envelheçam contigo as tuas paixões de
hoje. A velhice não é má, nem martirizante. Tu poderás descobrir, na tua
ancianidade, prazeres que ignoravas e que te declinarão mais que os teus gozos
de hoje, porque nesse tempo a tua alma será muito mais sensível e muito mais
meiga”
“Quando me tirarem
a capacidade de luta, tiram também a capacidade de viver"
Morto há quase 15
anos, o advogado, jornalista, ensaísta, historiador e político brasileiro,
integrou durante décadas a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Academia
Brasileira de Letras. Nosso “imortal” foi um brasileiro notável, que participou
durante todo o século passado, dos mais importantes acontecimentos da vida de
nosso País.
Como
diretor-presidente da ABI BARBOSA LIMA SOBRINHO sempre buscou “assegurar
e ampliar as conquistas sociais do povo brasileiro, (...) e tendo por
finalidade maior a defesa da ética, dos direitos humanos e da liberdade de
informação e expressão. (Art. 1º do Estatuto). À Associação Brasileira de
Imprensa, na qualidade de fórum da sociedade civil, cabe promover e articular
movimentos em defesa do patrimônio e da soberania nacionais”(Art. 2º do
Estatuto). Assim ele pensava e agia como gestor da entidade.
Dr. Barbosa
consolidou a ABI como uma instituição devotada à defesa dos direitos humanos e
do respeito às disposições constitucionais que garantem as liberdades públicas.
BARBOSA LIMA SOBRINHO respeitava nossas regras e atribuições, e assim
mantinha a ABI nas LUTAS!



