Por ALTAMIRO BORGES - Via blog do Miro -
A jornalista Rachel Sheherazade, que já exibiu seus preconceitos odiosos
e sua visão fascistóide nos telejornais do SBT e na rádio "Ku Klux
Pan", deve ter ficado com inveja da cinegrafista Petra Lazlo, da emissora
N1TV da Hungria. Expressão da intolerância e do ódio contra os imigrantes, ela
chutou crianças e adultos sérvios que tentavam atravessar a fronteira do país.
A imagem teve forte impacto nas redes sociais, que dias antes já tinham
expressado sua indignação mundial com a morte de Aylan Kurdi, uma criancinha síria
de três anos, nas águas do Mediterrâneo.
Segundo a emissora britânica BBC, a atitude não foi
meramente intempestiva. Foi um gesto de ódio pensado. Numa das cenas, Petra
Lazlo aparece chutando crianças; e outra, ela dá uma rasteira num homem que
carregava uma criança no colo e tentava escapar da polícia. "Ainda ontem
(8) veio à tona que a cinegrafista tem ligações com o partido de
extrema-direita Jobbik, fundado em 2003 e que hoje é a terceira maior legenda
no Parlamento Húngaro", revela a BBC. Horas depois da cena revoltante, a
jovem fascista foi demitida da emissora e ainda pode ser condenada a até cinco
anos de prisão.
Ainda segundo a BBC, a postura intolerante não é exclusividade da
cinegrafista e do seu partido. "O premiê húngaro, Viktor Orban, tem sido
alvo de críticas pelo discurso inflamado contra a entrada de imigrantes
estrangeiros e por ordenar a construção de uma cerca ao longo da fronteira com
a Sérvia para tentar conter o fluxo de migrantes e refugiados que tentam
atravessar a Hungria para chegar à Áustria e a Alemanha... Orban é líder do
Fidesz, partido de tendência nacionalista e conservadora. Recentemente, ele
criticou os planos da União Europeia de criar cotas de recebimento de
refugiados e disse estar defendendo 'interesses cristãos contra o fluxo de
muçulmanos chegando à Europa'".
Já uma reportagem da agência Ansa confirma que a emissora em que Petra
Lazlo trabalhava costuma difundir preconceitos xenófobos e racistas na
sociedade húngara. A N1TV "é considerada próxima ao partido de extrema-direita
Jobbik, que é radicalmente contrário à imigração e defende ideias
neonazistas". Devido à repercussão negativa do caso, a emissora demitiu a
profissional para abafar a polêmica. "Consideramos inaceitável o ocorrido.
A nossa relação de trabalho com a cinegrafista está encerrada. Da nossa parte,
o caso está fechado", afirmou em comunicado oficial.