Via Agência Câmara -
A CPI
do BNDES aprovou a convocação por unanimidade do empresário Eike Batista, do
grupo OGX, em uma sessão marcada por bate boca e protestos.
"É
importante a convocação dele, já que suas empresas foram beneficiadas com
empréstimos, e ele tem que vir explicar as operações", disse o deputado
Miguel Haddad (PSDB-SP).
No
início da sessão, a comissão rejeitou por 15 votos a 9 a convocação dos irmãos
Wesley e Joesley Batista, controladores do grupo JBS/Friboi, e aprovou a
convocação do empresário Taiguara Rodrigues dos Santos, apontado como
proprietário da empresa de engenharia Exergia Brasil, contratada pela Odebrecht
para trabalhar na obra de ampliação e modernização da hidrelétrica de Cambambe,
em Angola.
Segundo
o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), autor do requerimento de convocação,
Taiguara seria "ex-cunhado do ex-presidente Lula".
A
não convocação dos controladores do grupo JBS Friboi provocou protestos.
"É vergonhoso para a CPI não convocar os donos da Friboi. Depois (os
integrantes da CPI) ficam irritados com a suspeição por conta do financiamento
de campanha. Que isenção terá quem foi financiado pela Fribou? É preferível
encerrar a CPI se empresários já investigados em várias instâncias não forem
convocados", disse Jordy.
O
delegado Edson Moreira (PTN-MG) disse que a convocação dos irmãos Batista é
precipitada.
"Estou
surpreso com os conchavos nas convocações votadas por esta CPI. Vamos sair
daqui desmoralizados", disse o deputado Carlos Melles (DEM-MG).
Os
requerimentos pedindo a convocação de Eike Batista foram apresentados pelos
deputados Carlos Melles (DEM-MG), Sérgio Vidigal (PDT-ES) e Arnaldo Jordy
(PPS-PA).
Em
agosto, em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, o presidente
do BNDES, Luciano Coutinho, informou que os empréstimos do banco efetivamente
contratados pelas empresas de Eike Batista somaram em torno de R$ 6 bilhões –
de um total de R$ 10,4 bilhões aprovados pela instituição.
À
CPI, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou que o banco não teve
prejuízos com os empréstimos a Eike Batista, processado por crimes contra o
mercado financeiro, manipulação do mercado e uso de informação privilegiada com
possível prejuízo aos investidores na venda de ações da OGX (hoje OGPar).
O
vice-presidente do BNDES, Wagner Bittencourt, disse o mesmo em depoimento à
CPI. Segundo ele, o banco não teve prejuízos com financiamentos dados a
empresas do Grupo X. Ele disse que novos investidores das companhias do grupo
assumiram os compromissos com o BNDES.
Em
junho, em entrevista a um programa de TV, Batista disse que pagou todas as suas
dívidas com o banco.