ALCYR CAVALCANTI -
A
"maior favela da América do Sul" como é cantada em prosa e verso
pelos seus moradores, não para de crescer apesar da serie de proibições e
regulamentações impostas pelas autoridades. Situada entre a Gávea e São
Conrado, dois bairros com alto poder aquisitivo tem seus limites geográficos
pouco definidos, de um lado a Escola Americana e de outro lado a entrada do
Túnel Zu Zu Angel e São Conrado, limites muito tênues, devidos à explosão
demográfica. A união da Rocinha com a Favela do Vidigal, pela parte alta, e com
o Parque da Cidade, na parte baixa tem levado as autoridades a falar em um
"Complexo da Rocinha" embora ela seja considerada como
bairro com uma região administrativa. Com uma imensa população com números
que oscilam entre 80 mil habitantes e 200 mil habitantes conforme o ponto de
vista e o interesse do pesquisador, essa população fica distribuída em seus 18
sub bairros com características diversificadas com áreas perfeitamente
integradas com rede bancária, comércio intenso, academias de ginástica, salões
de beleza, e áreas de extrema pobreza, falta de saneamento com valas negras,
sem nenhuma urbanização e difícil acesso que vai tornar a coleta de
lixo bastante precária.
Essa imensa
localidade tem somente uma via de acesso, a Estrada da Gávea que corta toda a
região desde São Conrado até a Gávea. O acesso pode ser feito pelas Rua Um e
Rua Dois através de seus inúmeros becos e vielas, que vão desembocar no Largo
do Boiadeiro e na Rua do Canal popularmente conhecida como Valão, um canal
infecto onde são despejados detritos de toda espécie.
O comércio é muito intenso em todos os seus dezoito sub bairros, em toda a
localidade existem mais de dois mil bares e biroscas onde as bebidas
alcoólicas são vendidas intensamente. Só no Largo do Boiadeiro existem doze
bares, uma churrascaria em obras, que dizem já foi do Denys e uma mercearia que
vende produtos do Nordeste. Aos domingos no Largo, uma feira que vende
principalmente produtos típicos do Ceará e da Paraíba vai tornar-se também um
ponto de encontros entre os moradores, ao som de repentistas que cantam os
versos do "Cego Aderaldo". Desde 2006 foram feitas promessas para
urbanização da localidade, algumas foram feitas, a maioria não saiu do papel,
como a urbanização do Largo do Boiadeiro e a construção de um mercado modelo.




