9.8.15

GOVERNANTES PROMETEM TUDO, MAS MORADORES DA ROCINHA ESPERAM OBRAS QUE NUNCA COMEÇAM

ALCYR CAVALCANTI -


A "maior favela da América do Sul" como é cantada em prosa e verso pelos seus moradores, não para de crescer apesar da serie de proibições e regulamentações impostas pelas autoridades. Situada entre a Gávea e São Conrado, dois bairros com alto poder aquisitivo tem seus limites geográficos pouco definidos, de um lado a Escola Americana e de outro lado a entrada do Túnel Zu Zu Angel e  São Conrado, limites muito tênues, devidos à explosão demográfica. A união da Rocinha com a Favela do Vidigal, pela parte alta, e com o Parque da Cidade, na parte baixa tem levado as autoridades a falar em um "Complexo da Rocinha" embora ela seja considerada como bairro com uma região administrativa. Com uma imensa população com números que oscilam entre 80 mil habitantes e 200 mil habitantes conforme o ponto de vista e o interesse do pesquisador, essa população fica distribuída em seus 18 sub bairros com características diversificadas com áreas perfeitamente integradas com rede bancária, comércio intenso, academias de ginástica, salões de beleza, e áreas de extrema pobreza, falta de saneamento com valas negras, sem nenhuma urbanização e difícil acesso que vai tornar a coleta de lixo bastante precária.


Essa imensa localidade tem somente uma via de acesso, a Estrada da Gávea que corta toda a região desde São Conrado até a Gávea. O acesso pode ser feito pelas Rua Um e Rua Dois através de seus inúmeros becos e vielas, que vão desembocar no Largo do Boiadeiro e na Rua do Canal popularmente conhecida como Valão, um canal infecto onde são despejados detritos de toda espécie.

O comércio é muito intenso em todos os seus dezoito sub bairros, em toda a localidade existem mais de dois mil bares e biroscas onde as bebidas alcoólicas são vendidas intensamente. Só no Largo do Boiadeiro existem doze bares, uma churrascaria em obras, que dizem já foi do Denys e uma mercearia que vende produtos do Nordeste. Aos domingos no Largo, uma feira que vende principalmente produtos típicos do Ceará e da Paraíba vai tornar-se também um ponto de encontros entre os moradores, ao som de repentistas que cantam os versos do "Cego Aderaldo". Desde 2006 foram feitas promessas para urbanização da localidade, algumas foram feitas, a maioria não saiu do papel, como a urbanização do Largo do Boiadeiro e a construção de um mercado modelo.