Via Brasil de Fato -
Comprovadamente ré num processo em que sonegou milhões de reais
em impostos, a Rede Globo continua recebendo verbas milionárias dos
cofres públicos, gastos em publicidades.
No final de semana,
7 de fevereiro, a diretora da Central Globo de Jornalismo, Silvia Faria,
enviou um e-mail a todos os chefes de núcleo dando a seguinte ordem:
“Assunto: Tirar
trecho que menciona FHC nos VTs sobre Lava a Jato”.
Atenção para a
orientação. “Sergio e Mazza:
revisem os vts com atenção! Não vamos deixar ir ao ar nenhum com citação ao
Fernando Henrique”.
Conta o jornalista
Luis Nassif que a ordem se deveu ao fato da reportagem da emissora ter
procurado FHC para repercutir as declarações de Pedro Barusco, ex-gerente da
Petrobras, que denunciou a existência do esquema de corrupção ainda no governo
tucano.
Tanto quanto foi no
mensalão (AP 470), cabe à Globo desinformar a população e criar no imaginário
da população que a corrupção da Petrobras é uma invenção petista. Os tucanos,
sejam os do governo de Yeda Crusius (RS), Aécio Neves (MG), Beto Richa (PR) e
os dos 20 anos do governo paulista, são probos... para a mídia.
Quantos mandatos o
governo petista necessitará para se convencer de que o monopólio de comunicação
exercido pela Rede Globo é um atentado à democracia e é a maior trincheira,
antidemocrática, de resistência às politicas sociais e à distribuição da
riqueza produzida em nosso país?
Um monopólio que
nasceu e se consolidou graças ao apoio que deu ao golpe militar, em 1964,
destituindo um governo democraticamente eleito e jogando o país numa ditadura
militar de duas décadas.
Não satisfeita em
lamber as botas de governos ditatoriais, não poupou esforços, nos seus 50 anos
de malfada existência, a fazer a defesa de políticas entreguistas, do interesse
do império.
Um entreguismo que
está em seu DNA e que aflora, agora, com toda sua purulência nos ataques que
faz à Petrobras. Fingindo combater a corrupção existente na empresa, uma prática
entranhada desde governos anteriores ao dos petistas, esconde seus reais objetivos:
acabar com o sistema de partilha do petróleo, esquartejar e, posteriormente,
privatizar a Petrobras. A mesma política entreguista defendida pelos tucanos
José Serra, Aécio Neves e Fernando Henrique Cardoso. Assim, o e-mail da
diretora de jornalismo da Globo, acima exposto, faz parte desse conluio
mídia-tucanos, cada vez mais exposto à sua nudez.
Comprovadamente ré
num processo em que sonegou milhões de reais em impostos, a Rede Globo continua
recebendo verbas milionárias dos cofres públicos, gastos em publicidades. Recursos
públicos que fortalecem uma mídia que se especializou em criminalizar a
política, em atacar incessantemente o atual governo, em condenar adversários
políticos antes mesmo de qualquer julgamento, em promover assassinatos de
reputações, em instigar os sentimentos mais antidemocráticos, latentes nos
segmentos mais reacionários.
Um caso de
sonegação que se associa a outro crime: o processo foi furtado da Receita
Federal e até hoje permanece desconhecido quem esteve por trás da funcionária
que cometeu a ação criminosa. Sabe-se apenas que o furto, inexplicável até o
momento, beneficiou indiretamente os réus do processo.
Sendo a família
Marinho a mais rica do país, é compreensível que coloque seu império midiático
contra as iniciativas de leis que defendem a necessidade de taxar as grandes
fortunas, como ocorrem na maioria dos países desenvolvidos. Incompreensível é
que esse arroto dos Marinhos, publicado como editorial no jornal da família, se
torne a única versão a ser publicada pela mídia brasileira.
Não satisfeita em
defender seus interesses econômicos e sua fortuna familiar, não hesita em se
contrapor às iniciativas de aperfeiçoar os mecanismos de participação popular
na politica e de fortalecimento da democracia em nosso país. Em outro recente
editorial, a família Marinho se posicionou contra uma Assembleia Nacional
Constituinte, exclusiva, para que a sociedade possa promover as mudanças na
política, reivindicadas nas gigantescas mobilizações populares, em junho de
2013. Ao se contrapor, utiliza como único argumento que se trata uma
iniciativa do PT para se manter no poder. Quando os tucanos compraram votos
de parlamentares para instituir a reeleição e assegurar o segundo mandato de
FHC, nenhuma linha foi escrita.
Ignora, a Globo,
propositalmente em sua incansável prática de promover um jornalismo
partidarizado, que essa inciativa pertence há centenas de movimentos populares,
sindicais, estudantis e das pastorais de igrejas. Uma mobilização popular que
em setembro do ano passado recolheu quase 8 milhões de assinaturas em defesa
dessa proposta política.
Os setores
conservadores aceitam apenas reforma políticas feitas sob o controle dos
próprios parlamentares, confiando possuir a maioria no Congresso Nacional. Por
isso, usando mais uma das artimanhas do ministro Gilmar Mendes, conseguiram
impedir que o STF decidisse favoravelmente pelo fim do financiamento privado
de campanhas eleitorais, um dos principais focos de corrupção na política.
Estranhamente, o
ministro Mendes recebeu da família Marinho o mesmo tratamento dispensado à FHC,
quando denúncias envolvendo-o foram proibidas de serem divulgadas na revista Época.
A liberdade de
expressão já é uma conquista do povo brasileiro, consolidada na Constituição
Federal. É necessário, agora, aperfeiçoar e fortalecer esse direito,
enfrentando o monopólio da mídia empresarial/familiar e democratizar a
comunicação em nosso país. Que fiquem para trás os dias em que os Poderes da
República eram reféns da família Marinho.