HELIO FERNANDES -
O autor da ideia, que quase
concretizou, se chama Luis Inácio lula da Silva. Em outubro de 2009,
praticamente faltando 1 ano para terminar o segundo mandato, começou a
trabalhar para que Ministro dos tribunais superiores (Supremo, Superior de
Justiça, Superior Militar) só caíssem na “expulsoria” aos 75 anos e não aos 70.
Cometeu um equívoco, com
duas pontas ou exigências, que invalidam a proposta. O primeiro parecia o mais
difícil, mas Lula quase conseguiu. O segundo, nem catalogado como obstáculo,
foi intransponível.
1 – Lula queria uma PEC
ampla, aumentando seu mandato até 2012, estendendo também o dos governadores.
Houve resistência, mas com habilidade Lula ia conseguindo.
2 - O que derrotou a
PEC: todos os outros setores da Justiça, da primeira instancia aos juízes
federais, desembargadores estaduais e federais, exigiam entrar no beneficio. E
mais grave ainda, o que levou Lula a desistir: funcionários públicos, médicos,
professores, advogados, arquitetos, milhões deles, que também caem na
compulsória aos 70 anos, reivindicaram o mesmo direito. Aí não dava.
Agora não querem aprovar
essa PEC, supostamente para impedir Dona Dilma de nomear mais cinco Ministros.
Se a PEC não for aprovada, a presidente nomeia os substitutos de Celso de
Mello, Marco Aurélio, Lewandowski, Rosa Weber e Teori Zavaski. Ainda existe uma
vaga de Joaquim Barbosa, já dependendo dela a seis meses.
Pode será votada a qualquer
momento, se o desentendimento PMDB-Dilma se prolongar. Tudo pode acontecer.
Luiz Inácio
Adams
Advogado Geral da União,
queria ir para o Supremo, esteve muito perto há alguns anos. Flagrado
privilegiando empresas de um ex-senador que “explorava ilhas da União em São
Paulo”, foi expulso da lista, antes mesmo de ser nomeado.
Agora voltou a ambição, Dona
Dilma está entusiasmada com seu trabalho a favor das empreiteiras. Se o
Planalto e o Advogado Geral da União conseguirem a leniência para essas
empreiteiras corruptas e corruptoras, e a PEC da Bengala não for aprovada, Dona
Dilma não esquecerá de Adams. Cinco vagas para preencher? Pelo menos uma tem
que ser para ele.
Almoço e jantar
de graça
Sempre insistem que no
capitalismo isso não existe. Pois anteontem, (segunda) as duas coisas
aconteceram. Não simultaneamente, porque almoço é á tarde e jantar, á noite.
Começou com o depreciativo Aloizio Mercadante, que sem avisar foi almoçar com
Eduardo Cunha.
Este, surpreendido, saiu
pela porta dos fundos, sem paletó, foi abraçar o Chefe da Casa Civil no
estacionamento, O Presidente da Câmara está satisfeito com a residência
oficial, mas sonha com uma outra, consequência da elevação da hierarquia
sucessória.
Logo que foi eleito
presidente da Câmara, fez declaração na televisão, mostrando hostilidade
benigna: “Posso conversar (com Dona Dilma) mas não recebo intermediários
ou emissários”. Depois do encontro com Mercadante, sobraram muitas análises ou
conclusões.
Pode se considerar tão
triunfante, que permite a concessão até de uma conversa com sabor de
reencontro. Quem sabe tenha percebido que não avançou tanto quanto esperava,
imaginava ou acreditava.
Teme (não confundir com
Temer adversário nas hipóteses surrealistas, por enquanto) que seus dois anos
como presidente da Câmara terminem sem nada acontecer. Eduardo Cunha não é
tratadista para ser citado, mas sabe muito bem que só poderá personagem
importante até 1º de fevereiro de 2017.
Estes dois anos de agora
serão terríveis, tumultuados, praticamente tenebroso para o governo. Mas
não serão definitivos. Os dois últimos é que serão cruciais. E ele então estará
esquecido e superado, transformando a escolha do novo Presidente da Câmara numa
tragédia grega.
O jantar de
graça
Esse foi proporcionado e
empolgado pelo ministro da Fazenda, o segundo Joaquim. Sua atuação é patética,
tentando oferecer otimismo vazio a todo país, que mergulhou no pessimismo, não
tão crônico mas pelo menos anacrônico, para um país-continente como sempre o
Brasil foi considerado.
Para o Ministro da Fazenda,
a segunda feira foi estafante, mental e fisicamente. Falou durante horas para
quase duzentos empresários, que conversavam enquanto ela tentava mostrar, sem
provar que a economia vai bem. Um tempo enorme desperdiçado.
Textual: "Não há nada
de problemático com a economia brasileira". Muita gente riu, tentou se
corrigir: "A economia deu uma escorregadinha". Ele mesmo se
surpreendeu com a seriedade da plateia, ninguém estava levando a sério o que
ele dizia, principalmente e contradição.
Para terminar, já passava
das 18 horas, foi amontoando uma porção de frases feitas, principalmente sobre
ajuste fiscal. Perguntaram "qual a garantia que ele dava sobre os
resultados das medidas", saiu correndo, foi para o aeroporto, pegou o
avião, (da FAB) precisava ir ao jantar na residência oficial do
vice-presidente. Chegou antes de Eduardo Cunha, que estava operando o Picciani.
No Palácio Jaburu, o segundo
Joaquim sabia que estava diante de um grupo que podia criar muitos problemas,
foi cauteloso. Perguntou duas vezes pelo presidente da Câmara, ninguém
respondeu. Insistiu, "o Brasil precisa de investimento, temos que atrair
investidores".
Começou a falar sobre
reforma cambial e a alta do dólar, o Presidente do Banco Central estava
presente, mudou de rumo. Terminou com a repetição do que vem falando:
"Estamos arrumando a casa, isso leva tempo".
Depois da segunda feira
cansativa, Joaquim Levy ontem, terça, se reuniu por horas com os mais
importantes líderes do PMDB. E a queixa do partido foi contundente, e para o
Planalto, alarmante. O mínimo que Renan Calheiros falou: "Não participamos
das medidas econômicas, não podemos ser responsabilizados". Dona Dilma não
sabe o que fazer.
Regina Amadeu, Silvio
Moreira, Antonio Azevedo, Milton Souza, querem saber minha posição em relação a
esses bancos que recebem fortunas de ladrões do mundo todo. Principalmente
desse HSBC da Suíça. É evidente que combato esses bancos aqui mesmo no Brasil,
por que não combateria poderosos que pagam multa e pedem DESCULPA?
Esse presidente do HSBC, a
maior autoridade, foi indicado e investigado por autoridades, e terá que
explicar quais são os depositários, seus nomes quanto depositaram e de que
países. Prestarão depoimentos com informações privilegiadas, diante de
Procuradores do mundo inteiro, roubados com cumplicidade dos bancos suíços.
Jornalistas independentes,
criaram grupo investigativo, e arrolaram centenas de depósitos, em dezenas de
bancos, com bilhões de dinheiro roubado.
Antigamente existia um
ditado popular, que dizia, "ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de
perdão". Com agradecimento a vocês estou mudando esse ditado, passa a ser
assim: "Ladrão (banqueiro) que protege ladrão (empresário) tem que pegar
100 anos de prisão".
Meus parabéns, Jonas
Barreiras, você fez todo o trajeto de um petroleiro. Trabalhou em navio
graneleiro, em plataforma, e até em dutos da Petrobras. Ninguém vai destruir,
destroças ou demolir a empresa. E você escreve de Macaé, que se tornou uma
grande cidade por causa da Petrobras.
Jamais afirmei, Willian
Brito Passos, que o PMDB chegaria á presidência. Defendo ha anos e anos, que
todos os partidos sejam obrigados a terem candidato próprio a presidente. Se
não lançarem candidato, perdem direito ao fundo partidário e ao horário de
televisão. O PMDB tem o vice-presidente, o presidente da Câmara e do senado,
exige maior participação no "troca-troca". Uma vergonha.