Por STEFÂNIA AKEL - Estadão, Via A Tarde -
A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, afirmou, em
entrevista à Rádio Gaúcha, que não se sente pressionada pelo pastor
Silas Malafaia “nem por ninguém”. Segundo ela, as mudanças feitas em seu
programa de governo no trecho que trata do casamento gay se deram para
cumprir o que foi acordado com os representantes da comunidade LGBT
(lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais).
Marina afirmou que os coordenadores do programa publicaram a
contribuição do movimento LGBT da forma em que ela foi enviada. “Nenhum
setor, nem o agronegócio, nem ambientalistas, nem movimento indígena,
teve seu documento publicado ipsis litteris”, disse, acrescentando que,
em seu programa, os direitos da comunidade LGBT estão melhor
contemplados do que nos de Dilma Rousseff (PT), Luciana Genro (PSOL) e
Aécio Neves (PSDB).
“O que aconteceu foi uma mudança porque não era o que havia sido
acordado. Para ser sincera, eu nem li os tweets do Silas Malafaia”,
acrescentou. No último sábado (30), Malafaia usou o microblog Twitter
para criticar a proposta de Marina. “Aguardo até segunda uma posição de
Marina. Se isso não acontecer, na terça será a mais dura fala que já dei
até hoje sobre um presidenciável”, publicou.
Segundo Marina, as pessoas acreditam que foi ela quem fez a mudança
no texto, por ser evangélica. “Eu não me sinto pressionada por ele e nem
por ninguém. Vou agir de acordo com a Constituição e com o princípio do
Estado laico”, garantiu.
Durante a entrevista, Marina defendeu uma reforma tributária e a
ampliação de fontes renováveis de energia. A ex-senadora também criticou
a reeleição, “porque não se governa para resolver os problemas, mas
para garantir mais quatro anos de poder”.
Em relação à política externa, a candidata afirmou que vai priorizar
os interesses estratégicos do Brasil e que seu compromisso com a
democracia e os direitos humanos será “inarredável”. “Não se coloca o
interesse econômico e o interesse ideológico acima dos princípios”,
disse.
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