11.9.14

ELEIÇÕES: EM QUEM VOTAR?

EMANUEL CANCELLA -

Muita gente tem procurado diretores da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e do Sindipetro-RJ para saber em quem votar para presidente.  A Direção Colegiada é plural e não tomou posição nesse sentido. Mas o debate é importante.

O caminho é analisar o legado de cada governo e observar as forças políticas e econômicas que sustentam as diversas candidaturas.

A propaganda político-eleitoral esconde o que, de fato, interessa. Vende-se o candidato como se vende uma marca de sabonete, mas não se discute suas ideais e programas. Eleição virou puro marketing.

Há candidatos que já são velhos conhecidos e fáceis de descartar. O PSDB, por exemplo, desde Fernando Henrique, tem se comportado como um partido que não defende os interesses dos trabalhadores e sim das elites empresariais. Quem representa esse projeto merece o seu voto?

Com FHC, a Petrobrás decaiu; tentou-se mudar o nome da companhia para Petrobrax; artifícios da lei desrespeitaram a Constituição de 1988, burlando o princípio que garantia a propriedade da União sobre as riquezas naturais, como o petróleo (Lei 9478/97); houve recuo nos direitos trabalhistas.

Que mudanças trouxe a era-Lula-Dilma?  A Petrobrás hoje financia cerca de 70% das obras do PAC, está construindo quatro refinarias, retomou a indústria naval, desenvolveu a tecnologia que propiciou a descoberta do pré-sal, com reservas pelo menos para os próximos 50 anos. Mas manteve os leilões e quer transformar o Brasil num grande exportador de petróleo, o que é péssimo para nosso país. Dilma tem também uma dívida histórica com os aposentados petroleiros, que há 17 anos tem seu contrato desrespeitado pela Petrobrás, com aval do governo.

A senadora Marina Silva entra na disputa sucedendo o governador Eduardo Campos, morto num acidente de avião. A morte do ex-governador de Pernambuco abalou a sociedade que, de forma emocional, vem, em grande parte, indicando o voto em Marina.

Mas, com propostas de direita, a ex-senadora e ex-ministra de Lula vem desconstituindo políticas que deram relevância ao Brasil nos últimos anos no cenário internacional como, principalmente, a formação dos BRICS e o fortalecimentos dos laços com a  América Latina, através do Mercosul.

Além disso, recua cada dia mais em relação às pautas que envolvem questões de gênero e homofobia. Há fortes razões para temer sua atitude em relação à soberania nacional e ao futuro da Petrobrás. É possível avançar  nas conquistas sociais, abrindo mão do principal banco do país, o Banco Central? A resposta é não.

Talvez seja fácil saber em quem não votar. Alguns, mais pragmáticos, vão considerar as chances reais de vitória dos candidatos, além dos programas, na hora de definir o voto, escolhendo o que consideram melhor ou “menos pior”.

Outros poderão apostem na construção a longo prazo de novas propostas, preferindo candidatos de legendas menores, ainda que sem chances reais de vitória.

Outros, ainda, poderão anular, por considerar as instituições políticas  engessadas,  acreditando que as mudanças em favor dos trabalhadores não se darão por esse caminho.

Enquanto petroleiros, comprometidos com o futuro do país e a preservação da maior empresa do país,  peça-chave  no desenvolvimento nacional, podemos dizer, sem medo de errar: vamos mirar no candidato à presidência que preserve a galinha dos ovos de ouro, a Petrobrás!