EMANUEL CANCELLA -
Muita gente tem procurado diretores da
Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e do Sindipetro-RJ para saber
em quem votar para presidente. A Direção Colegiada é plural e não tomou
posição nesse sentido. Mas o debate é importante.
O caminho é
analisar o legado de cada governo e observar as forças políticas e
econômicas que sustentam as diversas candidaturas.
A propaganda
político-eleitoral esconde o que, de fato, interessa. Vende-se o
candidato como se vende uma marca de sabonete, mas não se discute suas
ideais e programas. Eleição virou puro marketing.
Há candidatos
que já são velhos conhecidos e fáceis de descartar. O PSDB, por exemplo,
desde Fernando Henrique, tem se comportado como um partido que não
defende os interesses dos trabalhadores e sim das elites empresariais.
Quem representa esse projeto merece o seu voto?
Com FHC, a
Petrobrás decaiu; tentou-se mudar o nome da companhia para Petrobrax;
artifícios da lei desrespeitaram a Constituição de 1988, burlando o
princípio que garantia a propriedade da União sobre as riquezas
naturais, como o petróleo (Lei 9478/97); houve recuo nos direitos
trabalhistas.
Que mudanças trouxe a era-Lula-Dilma? A Petrobrás
hoje financia cerca de 70% das obras do PAC, está construindo quatro
refinarias, retomou a indústria naval, desenvolveu a tecnologia que
propiciou a descoberta do pré-sal, com reservas pelo menos para os
próximos 50 anos. Mas manteve os leilões e quer transformar o Brasil num
grande exportador de petróleo, o que é péssimo para nosso país. Dilma
tem também uma dívida histórica com os aposentados petroleiros, que há
17 anos tem seu contrato desrespeitado pela Petrobrás, com aval do
governo.
A senadora Marina Silva entra na disputa sucedendo o
governador Eduardo Campos, morto num acidente de avião. A morte do
ex-governador de Pernambuco abalou a sociedade que, de forma emocional,
vem, em grande parte, indicando o voto em Marina.
Mas, com
propostas de direita, a ex-senadora e ex-ministra de Lula vem
desconstituindo políticas que deram relevância ao Brasil nos últimos
anos no cenário internacional como, principalmente, a formação dos
BRICS e o fortalecimentos dos laços com a América Latina, através do
Mercosul.
Além disso, recua cada dia mais em relação às pautas
que envolvem questões de gênero e homofobia. Há fortes razões para temer
sua atitude em relação à soberania nacional e ao futuro da Petrobrás. É
possível avançar nas conquistas sociais, abrindo mão do principal
banco do país, o Banco Central? A resposta é não.
Talvez seja
fácil saber em quem não votar. Alguns, mais pragmáticos, vão considerar
as chances reais de vitória dos candidatos, além dos programas, na hora
de definir o voto, escolhendo o que consideram melhor ou “menos pior”.
Outros
poderão apostem na construção a longo prazo de novas propostas,
preferindo candidatos de legendas menores, ainda que sem chances reais
de vitória.
Outros, ainda, poderão anular, por considerar as
instituições políticas engessadas, acreditando que as mudanças em
favor dos trabalhadores não se darão por esse caminho.
Enquanto
petroleiros, comprometidos com o futuro do país e a preservação da maior
empresa do país, peça-chave no desenvolvimento nacional, podemos
dizer, sem medo de errar: vamos mirar no candidato à presidência que
preserve a galinha dos ovos de ouro, a Petrobrás!