ALCYR CAVALCANTI -
A “Maior Copa de Todos
os Tempos” foi marcada por protestos populares em todo o Brasil. Com o estádio
da grande festa inacabado, com estruturas provisórias e muita gente em pé a
presidente Dilma foi vaiada e não teve seu nome anunciado em momento algum, quebrando uma tradição em não discursar por
temer a reação dos 62 mil torcedores que cumpriram uma verdadeira maratona para
assistir Brasil X Croácia. Muito dinheiro sumiu na construção das doze arenas
“Padrão FIFA”, causando revolta em toda a população e fazendo a popularidade
dos governantes despencar. O futebol é uma paixão planetária, mas está sendo
tratado como um simples negócio, mercadoria barata e atualmente em vez de
causar prazer tem causado revolta principalmente aos despossuídos que continuam
sendo enganados pelos responsáveis de uma festa que deveria ser distribuída
igualitariamente para todos. Em vez de aplausos calorosos a presidente foi
recebida aos gritos de “Ei Dilma, vai tomar no.....” o que causou enorme
constrangimento em uma partida de deveria ser motivo de alegria e
congraçamento.
A seleção canarinho
venceu a partida, graças a atuação desastrosa do árbitro japonês Nishimura que marcou pênalti inexistente em Fred e
anulou um gol dos croatas, após falha da defesa brasileira, onde o goleiro
Júlio Cesar indeciso em vários lances, soltando bolas defensáveis. Foram erros
que poderiam ter modificado o resultado deixando um clima de desconfiança em
partidas futuras. O que também não se compreende é que seleções campeãs tenham
sido colocadas em confronto direto logo na abertura do torneio como no caso de
Holanda X Espanha, Itália X Inglaterra só para citar os dois casos mais
importantes. Nesse caso o “Padrão FIFA” parece não ter funcionado, tudo leva a
crer que prevaleceu o interesse em eliminar, logo de saída seleções
fortíssimas, ao que parece para facilitar o caminho de outras. Foi um sorteio
de muita sorte para uns e muita falta de sorte para outros, ou quem sabe, por
outros motivos.
Protestos
contra a Copa das Copas
Manifestações e
protestos contra o Mundial em seis cidades-sede tiveram mais de 70 pessoas
detidas e vários feridos, inclusive jornalistas que estavam registrando as
manifestações. Em Belo Horizonte o experiente repórter fotográfico Sergio Moraes,
da agencia Reuters sofreu traumatismo craniano, quando estava procurando
registrar todos os ângulos da manifestação. Na cidade do Rio de Janeiro, na
Candelária e mais tarde em Copacabana protestos contra o Mundial começaram pela
manhã e se estenderam até a madrugada. No centro da cidade a concentração
começou ás 10h da manhã, com o tempo foi aumentando, e mais de duas mil pessoas
dirigiram-se à Cinelândia e depois foram até a Lapa onde começou o tumulto.
Bandeiras do Brasil foram rasgadas e queimadas por grupo de manifestantes
mascarados. Varias pessoas foram detidas e cinco policiais ficaram feridos e
foram hospitalizados. Balas de borracha e spray de pimenta foram usadas contra
os manifestantes. Professores em greve por melhores condições de trabalho, se
juntaram aos manifestantes com faixas dizendo “FIFA go home”. Também podiam ser
vistas várias faixas em inglês e francês denunciando a corrupção. Uma delas dizia: “Dilma et FIFA, Coupe du
Monde de la Corruption”.
Apesar dos protestos
algumas ruas tradicionais como a Alzira Brandão na Tijuca, o Alzirão, fizeram
festa com muito suor, churrasco e muita cerveja. Apesar de tudo, apesar de
vocês governantes incompetentes, a festa continua. É preciso sonhar, apesar do
Padrão FIFA e porque não, apesar do Padrão Brasil. Terça feira dia 17 de junho
tem mais, tem Brasil X México às 16h em Fortaleza. Vamos torcer com fé, apenas
na bola, e se possível sem ajudinha do juiz. Afinal, somos ou não somos o país
do futebol?