HELIO FERNANDES -
Sem ter podido registrar seu partido, uma injustiça, Dona
Marina foi a única que não conseguiu, surpreendentemente se aliou ao proprietário-síndico
do PSB. As divergências eram mais do que visíveis, em matéria de convicção,
ambição e repercussão.
Explodem em São Paulo
Ela do Acre, ele de Pernambuco, brigaram ou romperam em São
Paulo, o maior estado da Federação. Motivo: ela não quer apoiar Alckmin, ele
acha que se juntando a Alckmin pode passar dos 7 pontos habituais.
Votos brancos e nulos
Em todas as pesquisas, seja qual for o Instituto, os que não
têm preferência nem querem votar em ninguém superam os candidatos que têm
nomes.
Essa realidade corresponde do primeiro brado das ruas em 6
de junho de 2013: “Vocês não nos representam”. Pelo visto, continuam sem
representar.
Miro Teixeira não
será candidato
Desde que lançou seu nome pelo Pros, escrevi: “Se disputar
para governador, estará abandonando a vida pública. Não tem nenhuma chance de
se eleger”. Agora aparece falando em apoio do PSB (de Campos) do PR (de
Garotinho). Pros é o partido ao qual está filiado.
Não terá esses apoios, mesmo que tenha, não se elegerá. Acho
até que desistirá da candidatura a governador, já concorreu a esse cargo e para
prefeito, perdeu as duas. Se elege deputado desde 1970, teria outra reeleição.
O contraditório
Marcello Alencar
Darcy, usei essa palavra do título que utilizo novamente,
com inteira propriedade. Ele era exatamente isso. E acho que você tem todo o
direito de me contestar, mas fazendo a resalva que me absolve completamente.
Quando eles eram ricos e poderosos, não fiz a menor
concessão. Durante anos, perguntei diariamente, “pra quê empreiteiro quer
jornal?”. Era libelo em cima de libelo, não parei um dia que fosse.
Não fiz concessão
pela morte
Ele tinha muitas qualidades. Defendeu presos políticos, foi
traído pelos filhos e os irmãos-trapalhões, que acabaram por macular sua
reputação. Não tenho o hábito de “amaciar” em matéria de alguém que morreu. E
tenho pago preços elevadíssimos por manter e defender minhas convicções. De
qualquer maneira, a crítica ou a restrição, me agradam mais do que o elogio.
Michel Temer
É um sistema político-partidário-eleitoral, indefensável.
Varias vezes candidato a deputado, ficava sempre no último ou penúltimo lugar.
Fazia uma “tratança-trapalhada”, assumia. Até que chegou ao segundo lugar da
República, cargo que não precisa de voto.
Acumula a vice com
presidência do PMDB
Depois da votação quando foi amplamente derrotado, se
queixou publicamente: “Fui traído, assumiram compromisso de votar na Dilma e
não votaram”. Aplaudidíssimo, retumbaram seu nome para presidente.
Marina-Alckmin-Campos
A ex-senadora, mostra coerência dizendo desde o início: “Não
posso apoiar mais uma reeleição do governador, e pregar mudança”. Eduardo
Campos, que apoiou Dona Dilma até outubro, também garante que “luta por
mudanças”. Mas quer se aliar a um político que está no Poder desde 1994.
Com exceção de 2006 a 2010, quando disputou a presidência da
República. Quer dizer: queria mais Poder, pretendia se mudar de São Paulo para
Brasília. Agora, o mesmo projeto: mais 4 anos governador, em 2018, nova
candidatura a presidente.
O “equilibrismo” do
PMDB
Voltou a apoiar Dona Dilma, ninguém esperava outra coisa. Só
que o “racha” agora ficou mais visível, os que desejam sua reeleição, diminuiu
muito. Há dezenas de anos defendo a reforma política, já assinalei de 10 a 20
itens.
Todos os partidos deveriam
ter candidatos a presidente
O objetivo dos partidos deveria se fixar nessa obrigação:
lançar candidato próprio para cumprir seus projetos, programas, compromissos.
Os partidos que não disputassem a presidência, também não poderiam lançar
candidatos a outros cargos.
Esse é um ponto dos mais frágeis desse absurdo
presidencialismo-pluripartidarismo, que só existe no Brasil.
A ridícula “lei da
palmada”
Inútil, inócua, insensata. Não vale de nada, mostra a tolice
dos legisladores. Quebra a privacidade de uma residência, como diz a própria
lei, por causa de uma “palmada” sem maiores problemas.
E como é que vão saber que pais deram “palmadas” nos filhos?
Irão incentivar vizinhos que não têm mais o que fazer. Sentindo um rumor
qualquer, telefonarão denunciando. Se os pais AGREDIREM os filhos,
violentamente, isso já estava na lei.
Lobão: “não há
problemas”
Ministro há muito tempo, não conhece nada de energia, quando
fala sobre o assunto, só diz bobagem. E não apenas na questão de energia mas a
respeito de qualquer assunto.
Como ele garante que “não haverá problema”, muita gente se
comunica com o repórter, de todas as formas, diz: “O maior problema: com a reeleição
de Dona Dilma, Lobão será Ministro por mais quatro anos”. Isso é que é
problema, e insolúvel.
Helio Fernandes
Esportivo
PS – Foi um ano
perturbado, conturbado, tumultuado, por causa da Copa. Não precisamente por
causa da Copa, mas porque era um excelente motivo para protestar. Abandonado,
desprezado e depreciado, o povo tentou protestar de todas as maneiras. Tomaram por
base os gastos alucinados impostos pela Fifa, e aceitos passivamente por
governo e oposição. Pediram “Padrão Fifa” para educação, saúde, infraestrutura,
salários.
PS1 – Dominaram as
ruas, enquanto deixavam, popularizaram a frase: “Não vai ter Copa”. O outro
lado, ingênuo, tímido, passivo, apenas perguntava: “Vai haver Copa?”.
PS2 – Neste momento
em que começo a ver e escrever, surgiu terceira frase, essa inarredável,
realidade: “Está havendo Copa”. O arbitro apitou, COMEÇOU O JOGO Brasil-Croácia.
PS3 – O resultado
que será conhecido dia 13 de julho, mas irá se desvendando a cada momento, não
favorecerá a nenhum político. Principalmente neste Brasil à beira do abismo,
lugar comum que nunca foi tão perfeito e irrefutável quanto agora. Perfeito na incompetência
e na descrença.
PS4 – A Fifa tem
213 países participantes. Em 198 países os jogos serão vistos por dezenas de
milhões. (Depois serão muito mais, na abertura apenas um jogo). Desses que compraram
a transmissão, 15 não pararão. Isso é uma tradição da Fifa, eles não têm
condições. Esses 15, são todos da África negra. Impressionante.
PS5 – Depois das
manifestações que movimentaram São Paulo em manifestações veementes, exatamente
às 17 horas começava a segunda Copa, 84 anos depois da primeira. E 64 anos depois de sediar a sua primeira, no
inesquecível 1950. Agora, o Brasil frustrado, emocionado, deslumbrado.
PS6 – Aos 10
minutos a Croácia faz 1 a 0. Falha geral da defesa, como aconteceu contra a
Sérvia. Objetivo-estratégia de Felipão: fazer um gol fulminante para assustar,
intimidar e encurralar a defesa da Croácia. Ao contrário sofreu um gol, e ao “contrário”.
PS7 – 22 minutos,
lance sensacional, chute maravilhoso de Oscar, defesa quase mágica do goleiro
da Croácia. A torcida vibra pela primeira vez, aplaude de pé.
PS8 – Aos 27
minutos, Neymar leva um cartão duvidoso. O jogador brasileiro fez um movimento
com o braço, mas não faltoso. Menos de 1 minuto depois, ele mesmo, empata o
jogo com um chute perfeito, numa bola recebida de Oscar.
PS9 – Com 2
minutos de acréscimo ou desconto, acaba o primeiro tempo. Não há análise
possível. Está na hora de substituir o Fred, que ainda não viu nem pegou na
bola. Ou esperar que ele escorregue e faça um gol sentado.
PS10 – 30 minutos,
monotonia completa. Felipão deveria ter percebido, tirou Paulinho, colocou
Hernandes. E logo a seguir aparece o Fred no que ele faz de melhor: engana o
juiz. Se jogou no chão, o japonês vai na farsa dele e marca o pênalti inexistente.
Neymar bate não muito bem, o goleiro ainda toca na bola. Fred não pode sair
mais, todos vão dizer: “o gol do Brasil, jogada de Fred”.
PS11 – Aos 43 e
45, Julio César faz duas defesas salvadoras, e Oscar que participou de todos os
melhores lances, fez o terceiro gol, levando a seleção a uma vitória que foi
tranquila, como teria que ser.
PS12 – Finalmente
acabou, os 4 minutos de acréscimo, tempo perdido. Podia ter dado dois, estava
de bom tamanho.