13.6.14

MARINA-CAMPOS: NUNCA SE DERAM AGORA VÃO BRIGAR. MANIFESTAÇÕES CONTUNDENTES, MAS “ESTÁ HAVENDO COPA”

HELIO FERNANDES - 

Sem ter podido registrar seu partido, uma injustiça, Dona Marina foi a única que não conseguiu, surpreendentemente se aliou ao proprietário-síndico do PSB. As divergências eram mais do que visíveis, em matéria de convicção, ambição e repercussão. 

Explodem em São Paulo 

Ela do Acre, ele de Pernambuco, brigaram ou romperam em São Paulo, o maior estado da Federação. Motivo: ela não quer apoiar Alckmin, ele acha que se juntando a Alckmin pode passar dos 7 pontos habituais. 

Votos brancos e nulos 

Em todas as pesquisas, seja qual for o Instituto, os que não têm preferência nem querem votar em ninguém superam os candidatos que têm nomes.

Essa realidade corresponde do primeiro brado das ruas em 6 de junho de 2013: “Vocês não nos representam”. Pelo visto, continuam sem representar. 

Miro Teixeira não será candidato 

Desde que lançou seu nome pelo Pros, escrevi: “Se disputar para governador, estará abandonando a vida pública. Não tem nenhuma chance de se eleger”. Agora aparece falando em apoio do PSB (de Campos) do PR (de Garotinho). Pros é o partido ao qual está filiado.

Não terá esses apoios, mesmo que tenha, não se elegerá. Acho até que desistirá da candidatura a governador, já concorreu a esse cargo e para prefeito, perdeu as duas. Se elege deputado desde 1970, teria outra reeleição. 

O contraditório Marcello Alencar 

Darcy, usei essa palavra do título que utilizo novamente, com inteira propriedade. Ele era exatamente isso. E acho que você tem todo o direito de me contestar, mas fazendo a resalva que me absolve completamente.

Quando eles eram ricos e poderosos, não fiz a menor concessão. Durante anos, perguntei diariamente, “pra quê empreiteiro quer jornal?”. Era libelo em cima de libelo, não parei um dia que fosse. 

Não fiz concessão pela morte 

Ele tinha muitas qualidades. Defendeu presos políticos, foi traído pelos filhos e os irmãos-trapalhões, que acabaram por macular sua reputação. Não tenho o hábito de “amaciar” em matéria de alguém que morreu. E tenho pago preços elevadíssimos por manter e defender minhas convicções. De qualquer maneira, a crítica ou a restrição, me agradam mais do que o elogio. 

Michel Temer 

É um sistema político-partidário-eleitoral, indefensável. Varias vezes candidato a deputado, ficava sempre no último ou penúltimo lugar. Fazia uma “tratança-trapalhada”, assumia. Até que chegou ao segundo lugar da República, cargo que não precisa de voto. 

Acumula a vice com presidência do PMDB 

Depois da votação quando foi amplamente derrotado, se queixou publicamente: “Fui traído, assumiram compromisso de votar na Dilma e não votaram”. Aplaudidíssimo, retumbaram seu nome para presidente. 

Marina-Alckmin-Campos 

A ex-senadora, mostra coerência dizendo desde o início: “Não posso apoiar mais uma reeleição do governador, e pregar mudança”. Eduardo Campos, que apoiou Dona Dilma até outubro, também garante que “luta por mudanças”. Mas quer se aliar a um político que está no Poder desde 1994.

Com exceção de 2006 a 2010, quando disputou a presidência da República. Quer dizer: queria mais Poder, pretendia se mudar de São Paulo para Brasília. Agora, o mesmo projeto: mais 4 anos governador, em 2018, nova candidatura a presidente. 

O “equilibrismo” do PMDB 

Voltou a apoiar Dona Dilma, ninguém esperava outra coisa. Só que o “racha” agora ficou mais visível, os que desejam sua reeleição, diminuiu muito. Há dezenas de anos defendo a reforma política, já assinalei de 10 a 20 itens. 

Todos os partidos deveriam ter candidatos a presidente 

O objetivo dos partidos deveria se fixar nessa obrigação: lançar candidato próprio para cumprir seus projetos, programas, compromissos. Os partidos que não disputassem a presidência, também não poderiam lançar candidatos a outros cargos.

Esse é um ponto dos mais frágeis desse absurdo presidencialismo-pluripartidarismo, que só existe no Brasil. 

A ridícula “lei da palmada” 

Inútil, inócua, insensata. Não vale de nada, mostra a tolice dos legisladores. Quebra a privacidade de uma residência, como diz a própria lei, por causa de uma “palmada” sem maiores problemas.

E como é que vão saber que pais deram “palmadas” nos filhos? Irão incentivar vizinhos que não têm mais o que fazer. Sentindo um rumor qualquer, telefonarão denunciando. Se os pais AGREDIREM os filhos, violentamente, isso já estava na lei. 

Lobão: “não há problemas” 

Ministro há muito tempo, não conhece nada de energia, quando fala sobre o assunto, só diz bobagem. E não apenas na questão de energia mas a respeito de qualquer assunto.

Como ele garante que “não haverá problema”, muita gente se comunica com o repórter, de todas as formas, diz: “O maior problema: com a reeleição de Dona Dilma, Lobão será Ministro por mais quatro anos”. Isso é que é problema, e insolúvel. 

Helio Fernandes Esportivo

PS – Foi um ano perturbado, conturbado, tumultuado, por causa da Copa. Não precisamente por causa da Copa, mas porque era um excelente motivo para protestar. Abandonado, desprezado e depreciado, o povo tentou protestar de todas as maneiras. Tomaram por base os gastos alucinados impostos pela Fifa, e aceitos passivamente por governo e oposição. Pediram “Padrão Fifa” para educação, saúde, infraestrutura, salários. 

PS1 – Dominaram as ruas, enquanto deixavam, popularizaram a frase: “Não vai ter Copa”. O outro lado, ingênuo, tímido, passivo, apenas perguntava: “Vai haver Copa?”. 

PS2 – Neste momento em que começo a ver e escrever, surgiu terceira frase, essa inarredável, realidade: “Está havendo Copa”. O arbitro apitou, COMEÇOU O JOGO Brasil-Croácia. 

PS3 – O resultado que será conhecido dia 13 de julho, mas irá se desvendando a cada momento, não favorecerá a nenhum político. Principalmente neste Brasil à beira do abismo, lugar comum que nunca foi tão perfeito e irrefutável quanto agora. Perfeito na incompetência e na descrença. 

PS4 – A Fifa tem 213 países participantes. Em 198 países os jogos serão vistos por dezenas de milhões. (Depois serão muito mais, na abertura apenas um jogo). Desses que compraram a transmissão, 15 não pararão. Isso é uma tradição da Fifa, eles não têm condições. Esses 15, são todos da África negra. Impressionante. 

PS5 – Depois das manifestações que movimentaram São Paulo em manifestações veementes, exatamente às 17 horas começava a segunda Copa, 84 anos depois da primeira. E  64 anos depois de sediar a sua primeira, no inesquecível 1950. Agora, o Brasil frustrado, emocionado, deslumbrado. 

PS6 – Aos 10 minutos a Croácia faz 1 a 0. Falha geral da defesa, como aconteceu contra a Sérvia. Objetivo-estratégia de Felipão: fazer um gol fulminante para assustar, intimidar e encurralar a defesa da Croácia. Ao contrário sofreu um gol, e ao “contrário”. 

PS7 – 22 minutos, lance sensacional, chute maravilhoso de Oscar, defesa quase mágica do goleiro da Croácia. A torcida vibra pela primeira vez, aplaude de pé. 

PS8 – Aos 27 minutos, Neymar leva um cartão duvidoso. O jogador brasileiro fez um movimento com o braço, mas não faltoso. Menos de 1 minuto depois, ele mesmo, empata o jogo com um chute perfeito, numa bola recebida de Oscar. 

PS9 – Com 2 minutos de acréscimo ou desconto, acaba o primeiro tempo. Não há análise possível. Está na hora de substituir o Fred, que ainda não viu nem pegou na bola. Ou esperar que ele escorregue e faça um gol sentado. 

PS10 – 30 minutos, monotonia completa. Felipão deveria ter percebido, tirou Paulinho, colocou Hernandes. E logo a seguir aparece o Fred no que ele faz de melhor: engana o juiz. Se jogou no chão, o japonês vai na farsa dele e marca o pênalti inexistente. Neymar bate não muito bem, o goleiro ainda toca na bola. Fred não pode sair mais, todos vão dizer: “o gol do Brasil, jogada de Fred”. 

PS11 – Aos 43 e 45, Julio César faz duas defesas salvadoras, e Oscar que participou de todos os melhores lances, fez o terceiro gol, levando a seleção a uma vitória que foi tranquila, como teria que ser. 

PS12 – Finalmente acabou, os 4 minutos de acréscimo, tempo perdido. Podia ter dado dois, estava de bom tamanho.