9.2.14

O NOSSO MONTESQUIEU DE CAETÉS

JOSÉ CARLOS WERNECK –
Em pronunciamento feito neste sábado, em Ribeirão Preto, o ex-presidente Lula  criticou a atuação dos ministros do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Mensalão.
 "O papel de um ministro da Suprema Corte é falar nos autos do processo e não ficar falando para a televisão o que ele pensa. Se quer fazer política, entra em um partido político e seja candidato. Quando você indica alguém você está dando um emprego vitalício e um cidadão  que quiser fazer política que diga que não aceita ser ministro, que quer ser deputado."
Lula afirmou que o PT  "se solidariza com os companheiros que estão na prisão". "Temos que ter um julgamento justo. Se os companheiros erraram e tiverem provas, tudo bem. Se tiverem provas contra mim, eu tenho que pagar. Se tiverem provas contra a Marta, ela tem que pagar. O nosso partido não deixou sujeira embaixo do tapete. Queremos a transparência neste país".
Com essas "brilhantes" assertivas embasadas no mais puro e notável saber jurídico, do qual se julga detentor, nosso simplório ex-presidente acabou de uma vez por todas com aquela "bobagem" preconizada por Montesquieu sobre a separação dos Poderes, em seu livro "O Espírito das Leis".
A Teoria dos Três Poderes foi consagrada pelo pensador francês Montesquieu. Com  base, na  "Política”, de Aristóteles, e no "Segundo Tratado do Governo Civil", de John Locke. Montesquieu escreveu "O Espírito das Leis", traçando parâmetros fundamentais da organização política liberal.
Montesquieu  explicou, sistematizou e ampliou a divisão dos Poderes  estabelecida por Locke. O filósofo iluminista preconizava, que, para afastar governos absolutistas e evitar a produção de normas tirânicas, seria fundamental estabelecer a autonomia e os limites de cada poder. Criou-se, assim, o sistema de freios e contrapesos, o qual consiste na  contenção do poder pelo poder, ou seja, cada poder deve ser autônomo e exercer determinada função, porém o exercício desta função deve ser controlado pelos outros poderes. Assim, pode-se dizer que os poderes são independentes, porém harmônicos  entre si.
Essa divisão clássica está consolidada atualmente pelo artigo 16 da Declaração  dos Direitos do Homem de 1789 e é prevista no artigo 2º na nossa Constituição Federal.
E não é que o nosso Montesquieu de Caetés, derrubou todas essas "baboseiras", no último sábado, em Ribeirão Preto!