HELIO
FERNANDES –
Bateram palmas, aplaudiram, mostraram toda a
satisfação, com o que espalharam como sendo a queda da inflação. Tudo isso
comandado por Dona Dilma, que não tem muito compromisso com a verdade.
Retumbaram: “A inflação teve queda substancial”.
Em janeiro ficou em 0,55%, realmente, até FHC e Eduardo
Campos (com Dona Marina a tiracolo) são capazes de compreender que esses 0,55%
representam queda menor do que os 0,92 de dezembro. Mas favorável, apenas essa
comparação entre dezembro e janeiro. No resto, massacre geral.
As
bobagens de Dona Dilma
A senhora Dona Dilma não perdeu tempo, garantiu: “Vamos
atingir o centro da média”. Ora o centro da média é de 4,50. Dona Dilma que
falseou tanto seus diplomas e credenciais, não sabe nem aritimética? Se
continuar nesse badalão 0,55%, no fim do ano a inflação estará em 6,60%, mais
alta do que 2012 e 2013, o que fazer?
A
média mensal necessária para fechar em 4,50
O cálculo é simples e facílimo de fazer. Basta
verificar a média e somar por 12 meses. Agora é preciso somar o resultado dos
11 meses, pois um deles, janeiro, já cravou 0,55%. E portanto para atingir o
centro desejado, é preciso que o total não passe de quatro por cento. Ou um
pouquinho a mais.
Decodifiquemos rapidamente. Se nos 11 meses que faltam,
a inflação subir 0,36% de cada vez, chegará, na soma anual a 3,96%. Juntando os
0,55% tão badalados de janeiro, e que não podem ser revogados ou esquecidos,
chegaremos aos 4,51, centro da meta. Sonho de uma noite de verão. E que verão.
Lula
e Joaquim
Custou mas o ex-presidente finalmente atirou no
presidente do Supremo. E pela primeira vez, com insistência, diz “que os
petistas foram condenados apesar de inocentes”. Cada um pode dizer o que
quiser.
Só não pode falar bobagem, afinal é um ex-presidente,
longe de abandonar a carreira. Mas afirmar publicamente, “tenho certeza que
Joaquim Barbosa será candidato a alguma coisa”, é exagero do seu direito de
expressão.
O
futuro de Joaquim
Lula erra de forma completa e irreversível, ao
diversificar o horizonte eleitoral do presidente do Supremo. Ele só pode ser
candidato, se for, a um cargo: presidente da República. Aí já está demorando
muito, mas há tempo. Alguém imagina Joaquim disputando e até se elegendo
senador?
Para
PSDB e PPS Lula está ressentido
Nada a ver, Lula não conhecia Joaquim quando assinou
sua indicação para o Supremo. Queria um negro, conversou com o seu então
assessor e redator Frei Beto. Este citou Joaquim, que foi indicado, aprovado
(no Senado) e nomeado. Não existe compromisso entre o presidente e os cidadãos
que ele transformou em ministros.
Portanto, não existe espaço para o que esses dois
partidos chamam de “ressentimento”. Se os ministros ficassem inteiramente
dependentes do presidente, o sistema não funcionaria. Da mesma forma também não
funcionaria se os ministros fossem eleitos como os membros dos outros dois
poderes.
Quanto a Joaquim, será candidato a presidente ou
continuará no Supremo até novembro. Quando se aposentará, muito antes da “expulsória”.
Todos
choram a morte do cinegrafista, não fazem nada
O delegado deu um show, entrevista longuíssima, os
jornalistas adoram. Mas não disse rigorosamente nada. A não ser o seguinte: “Amanhã,
ontem, vocês ficarão sabendo quem foi que atirou o rojão no profissional
Santiago Andrade”.
E na verdade, o suposto ou pretenso atirador do rojão,
se apresentou levado pelo estranho advogado dos milicianos. Agora, excluída a
triste morte de Santiago, os fatos se complicam, se cruzam, se entrelaçam. Quem
vai desatá-los ou desenrolá-los?
Dona Dilma, apresada, desconectada, desinformada, mais
uma vez recorre ao lugar comum: “Liberdade não pode ser usada para matar”.
Também poderiam responsabilizá-la: “Administração não pode ser usada para desadministração”.
Corrupto, como o presidente do Senado, aproveita: “Esse
crime deveria ser punido com pena maior”. Excluídos naturalmente os corruptos,
que se salvaram da cassação pela renúncia.
Quem
é mais culpado? O atirador do rojão, o delator “que não o conhecia”, e quem
deixou Santiago trabalhar sem nenhuma proteção obrigatória?
Todos os culpados mais do que visíveis, são os citados
e agora presos. O que fazer com o primeiro que se apresentou espontaneamente,
dizendo: “Entreguei o rojão a uma pessoa que nunca havia visto”. Foi preso por
ordem judicial, já com “pedido de delação premiada”.
24 horas depois, a polícia, por investigação própria,
chegou ao atirador do rojão. Mostrou a foto ao que se apresentou primeiro, ele
disse repetindo: “É esse, é esse”. Não conhecia, mas logo o reconheceu.
E o advogado dos milicianos? (Não deve ser muito
brilhante, os milicianos foram condenados e estão presos, há muitos anos). Não
conhecia o atirador, conhecia o que entregou o artefato, e altamente curioso: “Se
dava muito com uma terceira pessoa, intimíssima do atirador”. Quanta coincidência.
PS –
Através desse intermediário, ainda sem conhecer o atirador do rojão, passou a “aconselha-lo”.
Afirmou que dizia, perdão, mandava dizer ao atirador, “era melhor que se
entregasse espontaneamente, serei seu advogado, não há incompatibilidade”.
PS2
–
Difícil de analisar o que acontecerá. As manifestações continuarão. Sem violência?
Mesmo perto da Copa?
PS3 –
Padilha foi o primeiro poste de Lula, que desmoronou antes de ser enterrado. Na
verdade a palavra é outra. O ex-ministro foi soterrado, sepultado e terá velório
eleitoral e partidário. Pena que o beneficiado seja Alckmin e seus 20 anos de
inutilidade.
PS4 –
Aécio não gostou do discurso duro de Campos. No dia seguinte afirmei aqui que
ele ficou revoltado. Mas não podia se manter calado. Sob pena de referendar o
objetivo de Campos, “a oposição sou eu”.
PS5 –
Contra a vontade de FHC, o ex-governador de Minas, discursou e não citou o
governador de Pernambuco nem de longe. O problema é que os dois querem chegar
ao segundo turno.
PS6 –
Se houver segundo turno, está ficando cada vez mais difícil harmonizar Aécio e
Campos. De qualquer maneira, nenhum futuro com um dos três é bom para o Brasil.
PS7 –
Faltam apenas dois meses para deixar o ministério, Edson Lobão tem que tentar a
reeleição, no Maranhão dos Sarneys, (seus protetores de uma vida) e da
penitenciária das Pedrinhas.
PS8 –
Mesmo fora do ministério, ficará inesquecível sua afirmação nas vésperas do
apagão que atingiu seis milhões de pessoas: “Não existe possibilidade de
desabastecimento de energia. Risco zero”. Não era a primeira vez que fazia
previsão e afirmação como essa.