27.1.14

FALTAM TRÊS MESES PARA OS CANDIDATOS SE APRESENTAREM. DILMA, AÉCIO, CAMPOS, JOAQUIM, BENHUMA INSINUAÇÃO SOBRE LULA

HELIO FERNANDES –

Nem Dona Dilma, que está em campanha desde que se elegeu, tem garantia da candidatura. Se até o fim de março, sua vitória não estiver registrada nas pesquisas, pode ser substituída, sem trauma e sem protesto.

Eduardo Campos

É quem mais trabalha a própria candidatura, embora diga sempre: “Meu objetivo é ir para o segundo turno”. Se já é uma audácia se apresentar como presidenciável, seria absurdo dos absurdos, admitir que poderia ganhar logo no primeiro. Nem sabe quem será seu vice, nem os projetos ou caminhos que poderá percorrer sem autorização de Dona Marina.

Joaquim Barbosa

Aos trancos e barrancos, vai ocupando o noticiário. Mas a cada dia fica mais difícil de concretizar a própria candidatura. Alimenta a publicidade em torno dessa possibilidade, mas não demora e não haverá mais tempo. Agora mesmo parece tarde, não fez contato para qualquer legenda.

Aécio Neves

Pedeu muito tempo, acabou candidato de uma oposição que não se opõe. Não tem posição definida, não se firma nem se afirma, apenas se conforma. E não é isso que o cidadão-contribuinte-eleitor está querendo, perdão, exigindo.

E não se iludam. Aqueles que a partir de 6 de junho, foram chamados de “povo nas ruas”, estão voltando. E já começam a fazer testes, em cinco meses vão assustar, como assustaram a partir de junho de 2013. Estamos em 2014, as coisas pioraram muito. Para todos.

A sigla Bric, ultrapassada

O Criador dessas quatro letras que ganharam enorme repercussão, ainda não sabe. Mas as letras, se juntarão e se manterão apenas em três: CRI. Nada mais natural e compreensível: China, Rússia e Índia. O B de Brasil foi despejado sumariamente por causa da desadministração de Dona Dilma.

Depois, bem depois, colocaram uma letra referente a África do Sul, completamente falida. A partir de agora, não há volta. Quem citar a sigla BRIC, será corrigido na hora, dirão, “é apenas CRI”.

Dilma desperdiçou 36 minutos para se exaltar como emergente

Era sua primeira ida a Davos. E foi com um objetivo: provar e comprovar que o Brasil merece toda a confiança do mundo. Mas também estava decidida a não deixar espaço para ser contestada por alguém.

Não obteve sucesso na tentativa de convencimento, mas também não foi aparteada nem contestada. Saiu de lá se julgando vitoriosa. O único aparte que respondeu na hora, recriminando o audacioso, foi o rebate-deboche contra seu próprio Ministro da Fazenda.

A corrida entre juros e inflação

Em setembro, escrevi: o BC aumentará os juros em 0,50, passando de 9%. Os economistas que trabalharam e trabalham para todos os governos, unânimes, apostaram em alta de 0,25. Erraram, lógico, acertei. Por quê? Vi que nas cinco últimas vezes a elevação fora de 0,50 e não de 0,25, por que mudariam? Principalmente quando a inflação se mantinha intocada?

Em novembro: “Os juros vão fechar o ano em 10 por cento cravado”. Os economistas amestrados falavam em 9,50, alguns chegavam a 9,75. Foi a 10. Depois, avançando para este 2014, falei que em janeiro haveria outro aumento de 0,50 (o sexto seguido) e logo, logo iria para 11 por cento, PODERIA parar um pouco.

A Selic subirá mais

Agora retiro o condicional, em fevereiro ou março a Selic estará em 11 por cento e continuará subindo, a inflação também.

A razão deste repórter acertar e os economistas amestrados não, é que sou bom analista e independente. Exagerado, Carlos Lacerda escreveu e falou: “O Helio Fernandes adivinha”. Falava sempre e deixou gravado no seu livro, “Depoimento”.

A surpreendente reunião dos cinco BRICS. (Ainda)

O jornalista Silio Boccanera recebeu a incumbência de entrevistar juntos representantes desses cinco países, equivocada e coletivamente identificados como emergentes. China e Rússia não são emergentes, embora a China “espalhe” que está tropeçando, o que não é verdade. (Nas páginas que o jornalista consultava, tudo o que poderia perguntar e até brincar).

A Rússia que também não é, vem enfrentando a batalha diante do espelho, por causa da ambição e da vaidade colossal de Putin.

A Índia é uma incógnita, apareceu pelo fato de sua população ter ultrapassado muito a casa de 1 bilhão de habitantes. Brasil, pura circunstância, que vai se dissipando, era uma nuvem. E a África do Sul, equívoco mesmo.

Cada um disse o que quis, não havia censura

Os países concordaram, desde que nada fosse oficial. Assim, os representantes não teriam maiores responsabilidades. Os melhores foram os que falaram pela China e pela Rússia. China, em tom de lamento: “Foi um custo conseguirmos elevação do PIB em 7,7%. Se nas próximas décadas mantivermos uma alta de 6,9% ficaremos satisfeitos”. Ora, 7,7 ou 6,9 alta mais do que suficiente. E isso já está sendo executado.

Fez uma revelação interessante, ninguém prestou atenção: “As províncias estão devendo ao governo central, 21 TRILHÕES. Mas isso não continuará”. Não se embaraçou quando um representante do Peru, “perguntou sobre direitos humanos”.

Virou para ele, começou a responder delicadamente, com um minuto já estava do outro lado da fronteira. Embora dissesse, “direitos humanos são importantes”. Alguns riram baixinho.

Sinceridade da Rússia

Expondo bem, completamente desconhecido, surpreendeu. Confessou que o país está com problemas, não apelou para o cansativo, “vamos virar o jogo”. E Boccanera deu por terminada a reunião, fazendo até brincadeira. O grande vitorioso foi ele. Quando um jornalista pode aparecer tão destacadamente? Até recomendou que “relaxassem ou comprassem um carro esporte”.

A controvérsia do controverso FHC

Há anos, quando era presidente, surpreendeu um jornalista que perguntou qual o povo que mais admirava: “Os fenícios”. Um assessor esclareceu: “O presidente está brincando, a sua admiração é porque os fenícios inventaram o espelho”.

Foi presidente por acaso, nem ele acreditava. O mandato presidencial era de cinco anos, reduziu para quatro. Quem sabe que vai ganhar, quer aumentar o mandato. Como fez José Sarney, que depois de assumir com a morte de Tancredo, pretendia seis anos, não conseguiu.

FHC não quer ninguém do PSDB

Trabalhou contra Serra duas vezes. Alckmin uma, e agora fingia que apoiava Aécio, do seu partido. Inesperada mas não surpreendentemente, falou publicamente: “Aécio e Eduardo Campos bons candidatos, ambos são novos”. O ex-governador de Minas ficou irritado, (leia-se, “revoltado”), queria responder a mesma coisa que falou nos bastidores. Foi impedido. Aécio tinha e tem todo o direito e até a obrigação de responder.

“De dia falta água, de noite falta luz”

É musica feita por um carioca, que fotografava a realidade do Rio. Tudo culpa da Light. Monteiro Lobato escrevia dura e violentamente contra essa empresa, que começou como canadense, alguns anos depois passou a propriedade de grupos americanos.

A Light tinha com o Brasil, um contrato de 99 anos. Naquela época havia isso. No documento estava escrito: “Terminado esse período, TODOS OS BENS REVERTERÃO À UNIÃO”. Quando a União foi assumir seus bens, a Light entrou no Supremo, ganhou amplamente. (Não quero citar o relator, morreu há muito tempo. Quem quiser, consulte a história do Supremo).

O relator votou: “Os bens serão revertidos, sim, mas pagando”. Inacreditavelmente foi seguido pela maioria, a Light recebeu uma fortuna da conta do cidadão-contribuinte-eleitor.

Quando foi governador de Minas, Aécio comprou a Light do Rio, que passou a ser e continua sendo, propriedade da Cemig. As contas altíssimas. E os cariocas, quase diariamente no escuro.

Quem será o sucessor de cabralzinho

Muitos candidatos e apenas três verdadeiros: Garotinho, Crivella e Lindberg. A máquina faz força para Pezão, que disputará a eleição no cargo. Cabralzinho tem que sair para que o filho possa ser candidato. Para os três que têm chances positivas, a escolha do vice poderá representar vantagem substancial.

Cesar Maia faz campanha para prefeito

Já ocupou o cargo várias vezes. Na primeira vez que teve que sair, se candidatou a governador, perdeu até para Marcelo Alencar. Na segunda tentou ser senador, em 2010, chegou em quinto lugar. Conformado, já admite ser prefeito novamente, em 2016, depois da Olimpíada. Ah! Se fosse antes.

PS- Surpreendente: Dona Zélia Cardoso de Mello (lembram dela?) escreveu ontem, na Folha, artigo magistral sobre Dona Dilma e suas convicções pessoais e de governo, e o que NÃO vai acontecer em 2014.

PS2- Não imaginava que ela fosse capaz de uma radiografia, (sem nenhuma semelhança com o agora popular “selfie”) tão perfeita sobre a ainda presidente. São 99 linhas em três blocos muito bem escritos, sem exageros ou restrições.

PS3- E terminando: “Minha esperança para o Brasil em 2014, além de ganharmos a Copa, é que 2015 chegue logo”. Se não fosse a citação da Copa, seria “o final feliz”.