16.12.13

O SUPREMO E OS ESPAÇOS VAZIOS

Carlos Chagas -
Realizando-se ainda este ano ou ficando para fevereiro, já tem resultado certo o julgamento do Supremo Tribunal Federal sobre doações empresariais em campanhas políticas. Elas serão proibidas. Claro que a decisão não valerá para as eleições de 2014, quando continuará ilimitada a possibilidade de empresas privadas contribuírem para a eleição de seus preferidos, claro que esperando e até  exigindo retribuições durante seus mandatos.
Muita gente protesta diante do que parece uma intromissão da mais alta corte nacional de justiça nas atribuições do Congresso, afinal, a quem caberia decidir sobre o processo eleitoral. O diabo é  que o Congresso passou anos debruçado na questão e até hoje não  conseguiu  resolvê-la. Acionado, o  Supremo tenta desatar o nó criado pela corrupção, já que nada mais abjeto do que assistir o poder econômico distorcer a vontade popular.
Em política não há espaços vazios. Se o Legislativo cruza os braços, cabe ao Judiciário  atuar. Fica então inócua a reação dos presidentes da Câmara e do Senado, protestando contra o que  seria a tal intromissão indevida. Tivessem deputados e senadores  votado a reforma política em toda sua integralidade e o Supremo se daria por incompetente na análise da ação.
Há tempo até as eleições municipais de 2016 para que a reforma política venha  a ser debatida e votada, em especial por um Congresso renovado ano que vem.  Esperança sempre haverá,  mas os impasses que vêm de décadas cobrem a hipótese de duvidas. Nada conseguiram de fundamental, até hoje. Sequer o financiamento público das campanhas foi aprovado. Sendo assim, deverão partidos e candidatos conformar-se com as verbas do fundo partidário e com as doações individuais para as campanhas. Espera-se que a Justiça venha a limitar o montante que cada cidadão poderá doar a seus preferidos.
SONHO DE NOITE DE VERÃO O ANO INTEIRO
Com a Petrobras envolta em sérias dificuldades financeiras, parece evidente a bobagem que é ficar contando com os recursos do petróleo do pré-sal. Apesar de recursos mais prometidos do que amealhados junto à China e os Estados Unidos, são imensas as dificuldades para se chegar ao produto. Nem em vinte anos o país estará extraindo o petróleo das profundezas, inclusive por carência de equipamento, tanto inexistente quanto não testado.