5.8.19

DIEESE MUDA PED DE 35 ANOS E INCORPORA NOVAS QUESTÕES À PESQUISAS

REDAÇÃO -

A pesquisa de Emprego e Desemprego do Dieese altera e reduz sua área de atuação. Realizada, até agora, nas regiões metropolitanas de São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Fortaleza, ela será aplicada em Salvador e Brasília.


A PED é um levantamento domiciliar contínuo, mensal, elaborado desde 1984. Na Grande São Paulo, a Pesquisa era em parceira com a Fundação Seade. Seus resultados orientavam ações sindicais e tinham forte repercussão na imprensa e nos círculos de estudiosos. Formada em Economia, Lúcia dos Santos Garcia, ex-coordenadora da PED, conta: “A Fundação mudou sua perspectiva, começamos a sentir dificuldade, até que a instituição avisou que mudaria seu foco sobre o mundo do trabalho”.

Interrupção - Coube ao sociólogo Clemente Ganz Lúcio, diretor-técnico do Dieese, em artigo recente, dar a notícia: “A taxa de desemprego na Região Metropolitana de São Paulo atingiu 16,6% em junho. O número de desempregados estimado é de 1,9 milhão. Esses números são do boletim mensal 451. Não haverá o 452”.

Agência Sindical falou com Clemente Ganz. Ele adianta: “O novo questionário vai incorporar assuntos derivados das mudanças no mercado de trabalho e também decorrentes da reforma trabalhista”. Ele explica que o novo formato visa a três objetivos: “Queremos apurar novas formas de contratação, de remuneração e de jornada”.

Segundo o diretor-técnico do Dieese, a PED tem custos altos, pela extensão da cobertura e profissionais agregados em todas as suas fases de realização. Em média, o questionário leva 10 minutos a ser realizado, tempo que deverá aumentar com o acréscimo de novas questões.

Perspectivas - O recuo neste momento não significa o fim da PED, pois o Dieese já pensa em novos formatos. “Pode ser que façamos pesquisa específica ou, em certos locais, uma vez por ano, a fim de obter uma fotografia daquele momento e região”, conta Clemente. Mas isso ainda não está definido e depende de parcerias nos Estados. (fonte: Agência Sindical)