HELIO
FERNANDES –
Afirmação dela, que não merece muito credito: “Vou à
Suíça restabelecer a amizade com o presidente da Fifa”. “Menas” verdade, estava
atendendo a uma intimação do próprio Joseph Blatter. Motivo o atraso nas obras
do que se chamava de estádios e agora passaram a ser arenas.
O presidente da Fifa, que havia sido duríssimo contra o
Brasil e a organização da Copa, amenizou o tom, o clima ficou mais suave e
agradável entre eles.
Dona Dilma disse logo, saiu no mundo inteiro: “Construir
estádios é simples”. Não há dúvida, principalmente contando com recursos do
BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica. E sabendo que para terminar o estádio
do Paraná, faltam “apenas” 134 milhões, se entenderam na hora.
O
povo contra a Copa
Blatter ficou feliz, Dona Dilma foi a Davos enganar os
representantes dos países mais bem informados, que gravam tudo o que acontece
no resto do mundo. É que ninguém acreditou em Dona Dilma.
Uma
semana depois, o povo nas ruas
Dona Dilma ainda dormia no hotel mais luxuoso de
Lisboa, quando começaram a chegar notícias sobre os protestos “contra as obras
da Copa”, no Brasil inteiro. Não teve a repercussão das manifestações que
começaram em 6 de junho, era apenas um teste. Teste e a comunicação: “Estamos
de volta, vamos percorrer o país inteiro, exigindo um país que tenha o mesmo esplendor
e obras como os estádios da Fifa”. Estão apavorados.
Quatro
meses e meio, tenebrosos até á Copa
Serão indefinições em relação à profundidade dos
protestos condenando os violentos gastos dos estádios sem aproveitamento
futuro. E definições também indefinidas, a respeito dos arrogantes e audaciosos
personagens que pretendem governar, explorar e arruinar o país, como fazem
desde Pedro Álvares Cabral.
No
início da Copa os candidatos estarão nas ruas
Provavelmente se encontrarão, o povo estará presente,
os candidatos não se sabe. Como a Copa começa dia 12 de junho, o tempo dos
supostos, pretensos ou presumidos candidatos, já terá se esgotado.
O que acontecerá no choque dessa “pororoca” eleitoral,
política e cívica, difícil de analisar. Não faz mal.
Serão apenas quatro meses e meio se os estádios
resistirem. Se isso acontecer, em mais três meses se saberá os nomes e os
partidos (os mesmos 32 de hoje?) daqueles que nos desgovernarão. Como aconteceu
na República “velha”. E nas outras através de vários golpes e ditaduras, que
nos arruinaram. Sem esperança ou otimismo.
Nasceu
o quinto filho de Campos
Foi fotografado de todas as maneiras, que satisfação.
Agora a esperança é ir para o segundo turno, uma nova eleição neste venturoso e
satisfatório 2014.
Se não for para o segundo turno, como “é moço e novo”
(royalties para FHC), pode providenciar o sexto filho para 2016, e se preparar
como presidenciável para 2018. Esta é a possibilidade menos remota ou
traumática.
O
fim de Dona Kirchner
Acreditava que conseguiria o terceiro mandato. Pode
pedir a “beatização” ao Papa argentino. É que se chegar ao fim desse atual
mandato, verdadeiro milagre. Francisco não irá colaborar, sabe que seria ultraje,
heresia, desafio à fé e à esperança.
FHC-Aécio
Depois que o ex-presidente disse em entrevista, “Aécio
e Campos são bons candidatos, ambos são novos”, não se encontram mais.
Perguntei a um cacique do ex de Minas: “O que houve? Desacerto ou desencontro?”.
Resposta: “Um analista como você não pode fazer essa pergunta, talvez fosse
mais correto falar em desencanto”.
Continuou: “O Aécio tem muito apreço por você, por
conta da tua amizade com o avô. Ainda me lembro da satisfação do já presidente
Tancredo, jantando na tua casa com 200 pessoas, quem era quem naquela época,
estava lá. Eu e Aécio desde o início, FHC que era senador, nem foi lembrado”.
E terminou: “O Roberto Marinho telefonou para o já
presidente Tancredo e disse em tom de intimação, que você não pode ir jantar na
casa do Helio Fernandes, ele é meu inimigo”. E Tancredo, tranqüilo: “Ele é teu
inimigo mas é meu amigo, é lógico que eu vou”. Sucesso completo.
FHC
tenta corrigir
Como sua reflexão é lenta e retardada, o ex-presidente
só agora percebeu o disparate cometido. Tenta jantar com o ex-governador, este
não tem o menor apetite. Pelo menos cívico, eleitoral, político.
O
mensalão mineiro
Dentro de alguns dias, Executivo, Legislativo e
Judiciário voltarão a funcionar, se é que a palavra se aplica. O Procurador
Geral da República já avisou: “Vou denunciar o que aconteceu na sucessão de
Minas em 1998”.
Só haverá um acusado, que na certa será condenado: o
ex-governador Eduardo Azeredo. Os outros escaparam. Um deles, importante,
completou 70 anos, “seu crime prescreveu”. Outro, sempre aproveitador, era
suplente de senador, assumiu logo, é senador “efetivo” como se tivesse votos e
representatividade.
O ex-governador foi abandonado e desprezado pelos
amigos do PSDB e até mesmo pelo próprio PSDB. Era presidente nacional desse
PSDB, logo exonerado. Está sozinho e sozinho será julgado, condenado e
aprisionado.
Lei
contra a corrupção
Entra em vigor hoje, embora poucos saibam o que pode
acontecer, quem deve ou não deve ser punido. Na verdade, juristas estão sendo
consultados para saber: “Quem pode ser criminalizado, julgado e condenado?”.
Outra dúvida: cartelização pode ser incluída nesse capítulo da corrupção? A
Alstom e a Siemens, “que denunciaram a elas mesmas”, ficarão impunes? Muita
gente ansiosa com os esclarecimentos.
Alckmin
será responsabilizado?
Está no governo de São Paulo há 20 anos. Como vice,
governador interino, finalmente governador de fato quando Covas morreu em 2001,
em pleno mandato. Alckmin não foi “cartelizado” esse tempo todo?
A
sorte de Dona Dilma
Considerado hoje o mais impopular de todos os
governadores, serginho cabralzinho filhinho colocou como secretários, adversários
do PT e de Dona Dilma. Péssimo analista, atingido em pleno vôo pelo badaladíssimo
“fora Cabral”, pensou (?) que a presidente ficaria revoltada. Ao contrario,
abriu champanhe. Quem quer “apoio de cabralzinho?”.
O
PT contra Tarso Genro
Em plena campanha pela reeleição, o governador do Rio
Grande do Sul, lançou propostas de reformas nacionais. Incluindo uma
constituinte. Abalou o próprio partido, que se voltou contra ele e sua
tentativa de reeleição.
O PT imagina tudo, menos uma constituinte de verdade.
Que possa modificar um país com tantas constituições. E começam a atirar nele.
PS –
Afinal quem é que explicará a parada do Airbus de Dona Dilma em Lisboa? Como
ela não tem muito apreço pela credibilidade, vai dizendo o que bem entende.
Desta vez: “O Airbus não tinha capacidade para ir de Davos a Cuba, precisava
abastecer”.
PS2 –
Pode ir até mais longe. Por que saltar do avião às 5,30 da tarde, ir para o
hotel de luxo e voltar para o avião e decolar às 9 da manhã? 15 horas e meia
perdidas, por que?
PS3 –
Concordemos. Precisava abastecer. Mas isso não leva mais de uma hora, não
precisavam nem descer do avião. Foram abastecer o próprio corpo num dos
restaurantes mais caros de Lisboa, vá lá, Dona Dilma garante, “eu pago as
minhas contas”.
PS4 –
Numa comitiva de 30 pessoas não havia um só cavalheiro que se oferecesse para
pagar o jantar dela? De qualquer maneira, não teria nem se transformado em
notícia, se tivessem usado a palavra transparência.