REDAÇÃO -
Cerca de 30 mil protestaram em frente ao Palácio Iguaçu em defesa do pagamento da data base.
"A data-base é dívida. Ratinho vai ter que pagar", cantam os grevistas do estado do Paraná no segundo ato unificado. Paralisação está no seu 14º dia.
Trabalhadores estão em greve desde o dia 25. O governador ofereceu 0,5% em 2019, mas a proposta foi rejeitada. Agora esperam uma nova proposta do governo, em protesto. O ato em defesa do pagamento da data base desta quarta-feira (9) contou com a participação de pelo menos 30 mil pessoas de todo o estado, de acordo com os organizadores. A mobilização foi organizada pela Federação das Entidades Sindicais (FES) e sindicatos e associações da segurança pública.
A manifestação teve início na Praça do Homem Nu e da Mulher Nua. Pelo menos 70 ônibus vieram do interior para participar do ato. Os alvos principais do protesto foram o governador Ratinho Júnior (PSD) e o secretário de Educação, Renato Feder. O secretário é acusado de gastos excessivos em diárias.
O deputado estadual Tadeu Veneri (PT) pediu a exoneração de Feder por incompetência. Para ele, a relação com o governo do estado é nebulosa.
Segundo Tadeu, Feder é ligado à rede privada de educação e tem falado publicamente contra ensino público, universal e de qualidade. Ele defende voucher para acabar com a escola pública e que as escolas privadas possam receber do governo, em uma forma de os estudantes.
“Isso é um absurdo, pois é o Estado pagando para a iniciativa privada fazer aquilo que é sua obrigação ", avaliou o deputado.
Veneri também critica viagens feitas pelo secretário, que é dono da Multilaser.
"Ele tem feito uma série de viagens em nome da secretaria que gasta em quatro meses mais do que a antiga secretaria gastou em todo ano”.
“Eu defendo a exoneração de Feder e estou protocolando um pedido de informações ao governo do estado que ele especifique as diárias gastas no primeiro semestre e as justificativas", cobra o deputado.
Mobilização - Os servidores estão há três anos sem reajuste, totalizando 17% de perdas econômicas. Todavia, a pauta pede apenas a reposição inflacionária do período de 4,94%.
"O governador deve apresentar uma proposta decente e não essa que não paga a inflação", comenta a funcionária de escola e diretora da APP Sindicato, Nádia Brixner.
Já a diretora do Sindsaude, Jaquelinedestacou que a luta unificada é uma resposta a proposta imoral de Ratinho e contraria a PL 04/19, que limita recursos públicos. Ela também expôs as condições de trabalho e pediu a saída da Fundação Privada que gerencia hospitais públicos do Paraná.
"Xô, Funeas. A população merece saúde de qualidade. Faltam recursos para manter o serviço".
O presidente do Sindarspen, Ricardo Miranda também comentou as reivindicações dos agentes penitenciários, policiais militares e civis.
"Pedimos a reposição da inflação para manter pelo menos o poder de compra. Quando o governo não paga, ele está reduzindo o salário dos servidores. O governo está tirando do nosso bolso e dando aos empresários e latifundiários. Ratinho está abrindo mão de R$ 10 bilhões em 2019 e R$ 55 bilhões em cinco anos via renúncia fiscal. Sendo que apenas R$ 3 bilhões pagaria nossa data-base neste ano", compara.
A cada R$ 2,76 de renúncia fiscal, apenas R$ 1 volta em investimento.
Recesso - A Assembleia Legislativa do Paraná entra em recesso a partir da semana que vem até o começo de agosto. Neste período não ocorrem votações na Casa. Mas ainda é possível que a mesa diretora faça uma convocação extraordinária aos deputados.
Fonte: CUT