REDAÇÃO -
Brasil não registrava alta no número de mortes no trabalho desde 2013. Diminuição de acidentes esteve atrelada à economia fraca, especialistas e setores empregadores discutem causas e política de segurança.
O número de mortes causadas por acidentes de trabalho voltou a crescer no Brasil. Em 2018, pela primeira vez desde 2013, a quantidade de trabalhadores que morreram no serviço ou a caminho dele foi maior do que no ano anterior.
De acordo com dados tabulados pelo MPT (Ministério Público do Trabalho), só no ano passado, 2022 empregados formais ou autônomos registrados no sistema da Previdência Social morreram por conta de acidentes de trabalho. Foram 30 trabalhadores a mais em relação a 2017.
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Os dados do MPT são obtidos por meio de registros de acidentes feitos junto à Previdência Social. Por isso, não levam em conta as mortes em serviço de funcionários públicos estatutários, como policiais que morreram durante o trabalho, nem de trabalhadores informais.
O Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, mantido pelo MPT, apresenta os números relacionados a acidentes de trabalho registrados a partir de 2012. Naquele ano, 2.561 trabalhadores haviam morrido no serviço ou a caminho dele. Em 2013, esse número subiu para 2.675 -- 114 mortes a mais. Desde então, havia uma tendência de queda, ano a ano.
"Qualquer aumento [nas mortes] causa preocupação", afirmou Leonardo Osório Mendonça, coordenador da Codemat (Coordenadoria Nacional de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho) do MPT. "De 2013 para cá, vimos uma queda no número de mortes causada, principalmente, pela desaceleração da economia. O número de trabalhadores caiu e isso reduziu os acidentes de trabalho. Em 2018, o emprego recuperou-se um pouco, mas isso não pode ser desculpa para um aumento nas mortes."
Morte por acidentes de trabalho
2012 - 2.561
2013 - 2.675
2014 - 2.659
2015 - 2.388
2016 - 2.156
2017 - 1.992
2018 - 2.022
Fonte: UGT