REDAÇÃO -
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira (30) que o desemprego no Brasil recuou para 11,9% no terceiro trimestre de 2018; de abril a junho, o índice ficou em 12,4%.
Segundo o órgão, este novo patamar foi atingido com o avanço do trabalho informal, que apresentou crescimento de 4,7% em relação ao trimestre anterior. Hoje, de acordo como IBGE, são 11,5 milhões de pessoas trabalhando sem registro em carteira. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, o aumento é ainda maior, chegando a 5,5%.
A falsa sensação de queda no desemprego causada pelo crescimento da informalidade mostra como o País reagiu aos efeitos da Lei 13.467/2017, que regulamentou a reforma trabalhista, e, ao contrário que afirmava o governo de Michel Temer e parte do Legislativo, a sanção da reforma não trouxe o crescimento dos postos formais de emprego.
O que se apresenta é um cenário de precarização do mercado de trabalho, no qual a população – na luta para conseguir sobreviver – é jogada na informalidade, sem a proteção e os direitos previstos na CLT.
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TRABALHO ESCRAVO:
FABRICANTE DA COCA E OUTROS 48 NOMES ENTRAM NA 'LISTA SUJA'
A mais nova “lista suja” traz uma fabricante da Coca-Cola e a Via Veneto, dona da marca de roupas Brooksfield Dona, entre as empresas e empregadores flagrados com trabalho escravo. Publicada hoje pelo Ministério do Trabalho, essas são apenas dois dos 50 novos integrantes da lista, que traz 209 empregadores no total. O cadastro tem sido utilizado para análise de risco por investidores e bancos públicos e privados. Além disso, há empresas brasileiras e internacionais que evitam fechar negócios com esses empregadores.
A maior marca nacional a ingressar na lista é a Via Veneto. Roupas da sua marca feminina, a Brooksfield Donna eram costuradas por bolivianos em jornadas de mais de 12 horas em uma oficina pequena, escura e com forte odor devido à ausência de limpeza. Na fiscalização, cinco trabalhadores imigrantes foram resgatados, todos bolivianos. Entre eles, uma adolescente de 15 anos. Na zona leste de São Paulo, os costureiros trabalhavam sem registro em carteira de trabalho e dormiam no próprio local de trabalho. Alguns, na cozinha.