16.10.18

BATALHA DO FAKE NEWS PROTAGONIZA AS ELEIÇÕES

ROBERTO M. PINHO -


A eleição no país caminha para o seu final. Dois fatores tiveram forte influência no primeiro turno, as redes sociais e o episódio do esfaqueamento do candidato a presidência Jair Bolsonaro (PSL).

É visível que o episódio que envolveu o presidenciável, deu a ele maior visibilidade, a ponto de suplantar os demais concorrentes em exposição na mídia nacional e até mesmo internacional.

Outro fator decisivo nessas eleições foram as centenas de milhares de postagens das candidaturas, muitas das quais fake news, e que tiveram um efeito até certo ponto danoso para todos. Quanto a esse ingrediente na campanha, de certa forma todos também concordaram que poderia ter sido evitado pelos provedores de internet e o próprio Tribunal Superior Eleitoral - TSE.

Após os resultados veio à decepção para políticos tradicionais, que não se reelegeram e alguns tiveram votação medíocre.  Isso demonstrou que o eleitor está cansado das falsas promessas e mostrou sua indignação não votando nesses candidatos.

Todos reclamam e com razão de que os políticos abandonaram a apresentação de propostas para pontuar em ataques aos adversários e com isso o nível da campanha foi um dos mais baixos na história política do país.

A discussão dos temas que aflige o brasileiro teria que ser colocado na mesa dos debates e nas propostas dos candidatos, para que o eleitor pudesse fazer a seleção daquilo que mais lhe convém ao dar o voto.

Os Institutos de pesquisas até a data limite do registro das candidaturas trabalhavam com a hipótese de Lula participar do pleito. Com isso a CNT/MDA divulgou no dia 19 de agosto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na liderança das intenções de voto para presidente da República em 2018 com 32,2%. O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) em seguida com 19,8% e a ex-ministra Marina Silva (REDE) com 12,1%.

Com Lula fora da disputa, o seu vice Fernando Haddad, entrou na disputa direta, e terminou o segundo com. Encerrada a votação, Jair Bolsonaro alcançou 46,03%, Haddad 39,28%, Ciro 12,47%, Alckmin 4,76% e Amoedo 2,50% os mais votados.

Os primeiros números dos institutos começaram surgir essa semana. O Datafolha aponta que Bolsonaro têm 58% e Haddad 42%. Já o Instituto Paraná vai mais além, aponta 69,6% para Bolsonaro e 30,4% para Haddad.

Nos bastidores, eleitores anônimos, sem qualquer identidade com as cúpulas de campanha, voltam ao bombardeio de Fake News, que são constantemente desmentidos pelos candidatos. Alguns desses fakes são altamente nocivos ao processo democrático, e ferem o estatuído na Constituição Federal, quanto ao risco de ofensa à honra e a deturpação de fatos legados aos candidatos.

Uma guerra sem fim, incessante e constante, de tal forma que seu controle só poderia ter êxito, se os provedores de internet, saíssem do ar. Ademais na rede whatsapp estão as mais cruéis, e hilárias postagens. Ai está o verdadeiro fenômeno dessas eleições ainda que com biometria, um engodo para o país, que amarga um atraso de anos, quanto ao voto não ser obrigatório. E se o fosse, com o resultado de 29% de eleitores fora das urnas, certamente este número dobraria.

Quanto às diferenças, pende para o Partido dos Trabalhadores a pior parte, onde a perda de identidade, e a tentativa de ganhara a eleição, apela para mudanças no seu perfil dito ideológico, muda as cores vermelha para o verde amarelo e isola seu líder e fundador Lula.

Dizem os mais próximos do ex-presidente, que houve entre ele o PT uma ruptura, a ponto de Lula romper com Haddad e sair de vez do contexto dessa eleição.

O fato é que o brasileiro enfrenta essa overdose de mentiras e ironias, o que deve se acentuar na propaganda no curso do horário eleitoral do rádio e da TV e na reta final do segundo turno.