REDAÇÃO -
Em assembleia realizada nesse domingo (16), os rodoviários do Distrito Federal rejeitaram a proposta dos patrões relativa à Campanha Salarial de 2018 e aprovaram greve, com início na próxima segunda (24). Um novo encontro da categoria está agendado para domingo (23).
As empresas ofereceram um reajuste abaixo da inflação, além de uma série de retiradas de direitos e a precarização da relação de trabalho através da implementação de contratos temporários e intermitentes.
“Em suma, as empresas ofereceram uma contra-pauta que extingue inúmeras cláusulas sociais do nosso acordo. Por entendermos que o apresentado não contempla nossas reivindicações, rejeitamos e vamos à luta”, explica o diretor do Sinttrater ?sindicato que representa os trabalhadores? Saul Araújo.
Araújo destaca ainda que, no decorrer da semana, a categoria poderá realizar atos políticos ou, até mesmo, uma paralisação relâmpago, dependendo do rumo das negociações. “Isso, se os empresários e o governo não quiserem nos chamar para negociar nos próximos dias. O fato é que a categoria está em alerta”, disse.
Quanto à participação do governo na mesa de negociações, o dirigente explica que, apesar de ter participado dos debates, o GDF tem permanecido omisso, afirmando que a questão é uma correlação patrão versus empregado.
“Nunca concordamos com isso porque quem gere o sistema é o governo. Por isso, ele (GDF) tem obrigação de participar das negociações. Inclusive, porque muitos empresários se mostram resistentes e alegam inadimplência no repasse do GDF às empresas”, afirmou.
Por fim, Saul ressalta que os rodoviários estão conscientes e prontos para lutar por seus direitos. “A categoria está pronta para a luta. A nossa greve será uma responsabilidade dos empresários e do governo. Não vamos permitir nenhum retrocesso”, finalizou.
Campanha Salarial - A pauta de reivindicações da categoria, que foi aprovada em julho, inclui a correção salarial de 7% (recomposição da inflação mais ganho real); reajuste no tíquete alimentação e cesta de 10%; Participação nos Lucros e Resultados (PLR), além da ultratividade (manutenção dos direitos após prazo final do Acordo Coletivo) do Acordo Coletivo.Os trabalhadores exigem também a extensão do plano de saúde dentário aos dependentes, licença-maternidade de seis meses com estabilidade de um ano, e lincença-paternidade de 10 dias.
Outro ponto reivindicado pela categoria é a estabilidade para os trabalhadores que estiverem prestes a aposentar. De acordo com a pauta, faltando 48 meses para aposentaria o funcionário não poderá ser demitido, exceto por justa causa.
A pauta dos rodoviários também inclui itens que se contrapõem à nefasta reforma trabalhista, em vigor desde novembro de 2017. Entre eles estão a luta contra terceirização, o repúdio ao contrato intermitente (o empregado é convocado quando a empresa tem uma demanda a ser suprida; não há continuidade no contrato) e o parcelamento das férias.
* Fonte: CUT