18.9.18

FALTAM 3 SEMANAS PARA O PRIMEIRO TURNO, A GRANDE INCERTEZA É O SEGUNDO


HELIO FERNANDES -


A confusão é total entre os presidenciáveis civis e militares. Bolsonaro dispara na falta de credibilidade para o segundo turno, apesar de aparentemente estar garantido no primeiro. E mais nada, perde para todos no segundo, a tendência é "eliminarem" esse segundo decisivo e definitivo, descumprirem a Constituição, o que não seria inédito nem surpreendente.

A Republica nasceu militar, militarista e militarizada, os "Propagandistas da Republica"  foram superados, alijados, ultrapassados, por 2 marechais, (Deodoro e Floriano Peixoto) que vieram brigados e rompidos da estranha Guerra do Paraguai.

Reconciliados na madrugada de 15 de novembro tomaram o Poder. Deodoro presidente, Floriano vice, mas acumulando com o cargo poderoso de ministro da Guerra.

8 meses depois, Floriano demitiu Deodoro, assumiu a presidência, mandou prender lideres civis, começando pelo notável Saldanha Marinho. (Que em 1860, em pleno Império, lançou o jornal  diário, "A Republica"). Preso por ordem direta de Floriano pronunciou a frase desesperançada e desalentada, "essa não é a  Republica dos  nossos sonhos". Que dura até hoje.

Rui Barbosa protestou, Floriano mandou avisar o presidente do Senado, Prudente de Moraes, (depois o primeiro presidente civil) que ia mandar prender Rui Barbosa, tido e havido, "como o maior brasileiro vivo". Alertado, Rui se exilou na Inglaterra. Só voltou em 1896, quando se elegeu senador.

Nos 129 anos da Republica, o pais se dividiu entre ditaduras civis ou militares, inseparáveis e acumpliciados. O civil Vargas ficou 15 anos, apoiado pelos militares. Estes ficaram 21 anos, garantidos pelos civis corruptos. Com o inesquecível e desonesto Delfim Neto, 12 anos Ministro da Fazenda e da Agricultura, 4 como embaixador na França.

Voltou, novamente Ministro de João Figueiredo, mais 4 anos ministro da Fazenda da "transição", até á indireta de 1985.

PS- Agora, depois do capitão Bolsonaro, surge o general Mourão como segundo. Sem nenhuma chance de ser presidente, Bolsonaro tenta todas as formas de eliminar o segundo turno. E tomar posse apenas com a vitória plausível no primeiro turno.

PS2- Alguns militares enamorados pelo poder, admitem voltar, explicam publicamente: "Não queremos o poder pelo poder, e sim defender a democracia e o equilíbrio do país”.

PS3- Existe uma duvida que não favorece Bolsonaro, e pode consolidar a sucessão. Se for presidente da Republica, Bolsonaro será o "comandante em Chefe das Forças Armadas".

PS4- Generais, Almirantes e Brigadeiros, subordinados a um capitão da reserva, terão que reverenciá-lo e prestar cumprimento e continência. Muitos consideram isso revoltante.

PS5- Nas 3 semanas até 7 de outubro muita coisa acontecerá. De 7 a 28, os fatos se agravarão, impossível fazer uma analise profunda.

PS6- A cada dia aumenta a responsabilidade dos 146 milhões de cidadaões-contribuintes-eleitores, inscritos para votar. É preciso votar, o voto lúcido e compenetrado, é a salvação e a solução para o país.