HELIO FERNANDES -
E elas, estimuladas pelo próprio candidato, e não
rebatidas ou desmentidas pelos indigitados adversários, levam o capitão
"por mares nunca dantes navegados". Seus objetivos iniciais não eram
marcantes, não anunciavam vitoria, não assustavam. Agora tudo mudou. Com o atentado,
os adversários que o metralhavam (principalmente o ex-governador Alckmin),
passaram a elogiá-lo, a prestar solidariedade quase admiração, a lamentar o que
aconteceu, mesmo sem uma analise dos fatos.
O próprio Alckmin (novamente ele, o mais precário e
vulnerável, tido como favorito) foi para a televisão chorar o episodio e comunicar:
"Estou reunindo minha equipe parra mudar a estratégia, não posso combater
um homem que está no hospital em estado grave". Não sei qual a reação do
ex-governador, (e de Dona Marina, que desceu o despenhadeiro eleitoral por
causa do Bolsonaro) ao saber que Bolsonaro vai ficar no hospital, até o fim do
primeiro turno.
Só tem vantagens "morando" no hospital. Alem
dos cuidados médicos, é totalmente beneficiado pelo exibicionismo diário. Aparece
andando com dificuldade, amparado por um medico e uma enfermeira. E o refrão
não é esquecido: "Seu estado é estável, mas talvez tenha que fazer nova cirurgia".
Sempre o talvez, são médicos famosos mas parecem não saber de nada.
Ao contrario do próprio Bolsonaro, que conhece muito bem,
as vantagens de não sair do hospital. Não comparece aos debates. (O TSE deveria
verificar se ele não pode participar). Milhões de pessoas que assistem televisão,
varias vezes, diariamente, sofrem com o sofrimento desse injustiçado
presidenciável. Por causa desse sentimento, e por isso, nada surpreendente que
mudem de voto. E por enquanto não é VOTO definido, é INTENÇÃO, que pode se
confirmar ou não.
Morando no hospital, não é entrevistado. Perdão. Ontem,
ele mesmo quebrou a regra imposta pessoalmente, para sua tranquilidade. E quebrou
para desmentir o economista Paulo Guedes, que ele apresentou ao país, como o
“economista que vai dominar e dirigir a economia no meu governo". E
afirmou, numa confissão patética: "SOU COMPLETAMENTE ANALFABETO NA
MATÉRIA".
Num comentário, imediatamente, saí em defesa dele:
"Não precisava SELECIONAR, o senhor é analfabeto em tudo". Não gostou,
faltou compreender que era elogio.
Ontem discordou raivosamente de Paulo Guedes, com quem
dizia publicamente que tinha "um casamento indissolúvel, sem ameaça de rompimento
ou separação". O economista, que há 15 dias revelei ser comprometidissimo,
mora no Brasil e nos EUA, dono de uma empresa, que tem como objetivo, se
apropriar do governo Bolsonaro.
Paulo Guedes declarou que iria criar um novo TRIBUTO, ele
não chama de imposto.
Bolsonaro leu, e replicou com violência, inusitada e
arriscada para um personagem como ele, que precisa (?) morar no hospital.
"Isso é uma contradição absurda, a bandeira do meu governo, é REDUÇÃO DE IMPOSTOS".
Paulo Guedes telefonou para se justificar, foi recebido
com os piores palavrões da caserna. E ainda ficou falando sozinho.