22.7.18

FALTAM 77 DIAS PARA A ELEIÇÃO, 98 PARA A ESCOLHA DEFINITIVA

HELIO FERNANDES -


Entramos desabaladamente na fase do lançamento dos presidenciáveis, mesmo os que não têm a menor chance. Vão aparecendo de qualquer maneira, sem vice, quase todos convidados ou conversados, receberam um veto definitivo. Dos 3 que confirmaram e dominaram o noticiário, 1 deles tem condições de passar ao segundo turno.

E como curiosidade, os 3 (Ciro, Alckmin e Dona Marina) são repetentes. Ciro, o que faz mais estardalhaço, concorre pela terceira vez. Depois de Prefeito, governador, deputado, em 1998 tentou o Planalto, derrotado, insistiu em 2002. Perdeu fácil, deu a impressão de desistência. Mas agora, 16 anos depois, surge novamente. O mesmo controverso de antes ou de sempre.

Só que a controvérsia, praticamente contradição, se modificou. Era combatido pelo seu estilo belicoso, que fazia questão de exibir e exaltar. Agora diverge consigo mesmo, em termos  ideológicos. Ora está na direita, ora na esquerda, nunca no centro. Suas esperanças são vagas, e permanece no noticiário pela mediocridade do conjunto, nenhum com liderança verdadeira.

O ex-governador Alckmin, é candidato pela segunda vez. Desde 1994 mora no Palácio dos Bandeirantes. Era vice de Mario Covas, muito doente, morreria em 2001, ele assumiria até 2002. Reeleito por mais 4 anos. Em 2006 foi presidenciável do PSDB, teve o mesmo insucesso de Serra (duas vezes), e de Aécio. Agora com o partido desmoralizado, Pensa (?) que é invencível, por causa da aliança com o PTB e o apoio-contra do centrão.

Dona Marina tenta também a terceira vez, agora com chances positivas de passar ao segundo turno, e ganhar de qualquer um. Tem eleitorado firme e garantido, mesmo sem recursos. Em 2010 teve 20 milhões de votos, 19 milhões em 2014. Tem uma longa carreira, e com ela, a democracia não corre o menor perigo ou risco.

Dos outros, uma nota de pé de pagina para o ex-ministro Meirelles, por causa da arrogância, e do desperdício de dinheiro, que é muito e não faz falta. Aprovada a emenda dos 70 milhões, fez um movimento para reduzir apenas a 35. Será que não declarou tudo ao imposto de renda?

Poderia terminar a analise, mas não posso esquecer do Rodrigo Maia. Foi o primeiro a se lançar como presidenciável. Com muita fragilidade desistiu (sigilosamente), ficou como coordenador e não candidato.

PS- Revelei então seu novo projeto: reeleição, achando que poderia ser o mais votado, e garantir mais 2 anos como presidente da Câmara.

PS2- E assim se lançar como presidenciável verdadeiro, em 2022. Leu mas não desmentiu. Nem a mim, nem aos fatos.

FINANCIAMENTO DE CAMPANHA

Depois de tantos escândalos e roubalheiras, com dinheiro "por fora" e "caixa 2", intimidados com possíveis punições, mudaram o sistema. Criaram o fundo partidário e o fundo eleitoral. 2 bilhões e 600 milhões, excluída a disputa presidencial. Naturalmente dinheiro do cidadão contribuinte eleitor. E ninguém fala quanto custa esse horário eleitoral no radio e televisão.

Chamado de "gratuito", mais outra mistificação. Rádios e Televisões (geralmente do mesmo dono) cobram caríssimo, acima do preço da tabela. E não correm o risco de não receberem, estão autorizados a compensarem no pagamento de possíveis impostos. Em suma: vendem o tempo ao governo, faturam, cobram direta e antecipadamente.

PS- Uma novidade esdrúxula, estapafúrdia, supérflua e privilegiada. A doação pessoal e indiscriminada.

PS2- Funciona assim. O cidadão tem dinheiro declarado no imposto de renda, pode fazer doação a um candidato, mas não a um partido.

PS3- E para finalizar por hoje, "o financiamento a si mesmo". O cidadão pode ser candidato a presidente, gastando até 70 milhões do seu próprio dinheiro.

PS4- A mesma prodigalidade ou generosidade para comprar cargos de governador ou parlamentar. Gastando valores menores.