HELIO FERNANDES -
Entramos desabaladamente na fase do lançamento dos presidenciáveis,
mesmo os que não têm a menor chance. Vão aparecendo de qualquer maneira, sem
vice, quase todos convidados ou conversados, receberam um veto definitivo. Dos
3 que confirmaram e dominaram o noticiário, 1 deles tem condições de passar ao
segundo turno.
E como curiosidade, os 3 (Ciro, Alckmin e Dona Marina)
são repetentes. Ciro, o que faz mais estardalhaço, concorre pela terceira vez.
Depois de Prefeito, governador, deputado, em 1998 tentou o Planalto, derrotado,
insistiu em 2002. Perdeu fácil, deu a impressão de desistência. Mas agora, 16
anos depois, surge novamente. O mesmo controverso de antes ou de sempre.
Só que a controvérsia, praticamente contradição, se
modificou. Era combatido pelo seu estilo belicoso, que fazia questão de exibir
e exaltar. Agora diverge consigo mesmo, em termos ideológicos. Ora está na
direita, ora na esquerda, nunca no centro. Suas esperanças são vagas, e
permanece no noticiário pela mediocridade do conjunto, nenhum com liderança
verdadeira.
O ex-governador Alckmin, é candidato pela segunda vez.
Desde 1994 mora no Palácio dos Bandeirantes. Era vice de Mario Covas, muito doente,
morreria em 2001, ele assumiria até 2002. Reeleito por mais 4 anos. Em 2006 foi
presidenciável do PSDB, teve o mesmo insucesso de Serra (duas vezes), e de Aécio.
Agora com o partido desmoralizado, Pensa (?) que é invencível, por causa da
aliança com o PTB e o apoio-contra do centrão.
Dona Marina tenta também a terceira vez, agora com
chances positivas de passar ao segundo turno, e ganhar de qualquer um. Tem eleitorado
firme e garantido, mesmo sem recursos. Em 2010 teve 20 milhões de votos, 19
milhões em 2014. Tem uma longa carreira, e com ela, a democracia não corre o
menor perigo ou risco.
Dos outros, uma nota de pé de pagina para o ex-ministro
Meirelles, por causa da arrogância, e do desperdício de dinheiro, que é muito e
não faz falta. Aprovada a emenda dos 70 milhões, fez um movimento para reduzir
apenas a 35. Será que não declarou tudo ao imposto de renda?
Poderia terminar a analise, mas não posso esquecer do
Rodrigo Maia. Foi o primeiro a se lançar como presidenciável. Com muita fragilidade
desistiu (sigilosamente), ficou como coordenador e não candidato.
PS- Revelei então seu novo projeto: reeleição, achando
que poderia ser o mais votado, e garantir mais 2 anos como presidente da
Câmara.
PS2- E assim se lançar como presidenciável verdadeiro, em
2022. Leu mas não desmentiu. Nem a mim, nem aos fatos.
FINANCIAMENTO DE CAMPANHA
Depois de tantos escândalos e roubalheiras, com dinheiro
"por fora" e "caixa 2", intimidados com possíveis punições,
mudaram o sistema. Criaram o fundo partidário e o fundo eleitoral. 2 bilhões e
600 milhões, excluída a disputa presidencial. Naturalmente dinheiro do cidadão
contribuinte eleitor. E ninguém fala quanto custa esse horário eleitoral no
radio e televisão.
Chamado de "gratuito", mais outra mistificação.
Rádios e Televisões (geralmente do mesmo dono) cobram caríssimo, acima do preço
da tabela. E não correm o risco de não receberem, estão autorizados a compensarem
no pagamento de possíveis impostos. Em suma: vendem o tempo ao governo,
faturam, cobram direta e antecipadamente.
PS- Uma novidade esdrúxula, estapafúrdia, supérflua e
privilegiada. A doação pessoal e indiscriminada.
PS2- Funciona assim. O cidadão tem dinheiro declarado no
imposto de renda, pode fazer doação a um candidato, mas não a um partido.
PS3- E para finalizar por hoje, "o financiamento a
si mesmo". O cidadão pode ser candidato a presidente, gastando até 70
milhões do seu próprio dinheiro.
PS4- A mesma prodigalidade ou generosidade para comprar
cargos de governador ou parlamentar. Gastando valores menores.