ANDRÉ MOREAU -
O castelo de cartas armado para substituir o sistema de governo a partir do impeachment, sem mérito, que derrubou a Presidenta Dilma Rousseff, parece ser resistente, mas só para os incautos que ainda acreditam que o processo contra Blairo Maggi (PP-MT), ministro da Agricultura, remetido para a primeira instância de Mato Grosso (12), terá agilidade.
A decisão dos ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), de cassar o foro privilegiado de ministros, tira a proteção constitucional que defende parlamentares de chantagens, em qualquer regime que venha a ser implantado sem o voto do povo, mas segundo a narrativa do consórcio dos meios de comunicação capitaneados por editores das Organizações Globo, também funciona como propaganda de moralidade do STF, indicando a possibilidade dos casos ganharem velocidade em primeiro grau.
Resta saber quem acredita que os ministros já investigados no STF: Blairo Maggi, Moreira Franco - Minas e Energia -, Aloysio Nunes - Relações Exteriores -, Eliseu Padilha - Casa Civil -, Gilberto Kassab - Ciência, Tecnologia e Comunicações, poderão ser condenados e presos em segunda instância?
E por que nessa fase da narrativa o nome de Augusto Nardes do Tribunal de Contas da União, não foi mencionado?
Teria sido pelo fato de Nardes juntamente com o então Presidente da Câmara Eduardo Cunha, hoje interno, não se sabe ao certo de onde, ter atuado junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI), como um dos mais empenhados agentes públicos na derrubada do governo Dilma Rousseff.
O choque do dia (13), no entanto, veio da inclusão do ministro do Esporte, Leandro Cruz, na narrativa “anti-corrupção” das Organizações Globo, mas não para tratar do esporte no país já brutalmente atingido em função da Medida Provisória (MP), do ilegítimo Michel Temer, que retira recursos da Loteria Esportiva destinados à cultura e ao esporte e transfere para a segurança pública.
Cruz entrou na sessão de polícia, flagrado (13), com malas prontas para assistir “in loco” os jogos da Copa da Rússia, com cerca de R$ 106 mil dos cofres públicos (dinheiro dos contribuintes), para bancar o passeio que prevê 13 diárias, incluindo sua “entourage”: cinco servidores da Embratur e; membros da Polícia Federal, de acordo com informações divulgadas através do Portal da Transparência do Governo Federal.
A "viagem internacional", como foi denominado o passeio sem mencionar “Copa” ou “Rússia”, para dificultar investigações sobre o quanto seria usurpado, despertou a atenção de repórteres mais atentos dos meios comerciais que cruzando informações chegaram ao Diário Oficial que cita os cinco policiais federais da Interpol liberados pelo Ministério de Segurança Pública para acompanhar as ações de segurança na Copa, além do delegado chefe da Imigração no Maranhão.
Resta saber se nessa fase de jogos, os ilegítimos membros do governo golpista que comemoram a divisão do produto do roubo, pretendem recorrer ao plenário do STF, naturalmente levando em conta que diante de uma derrota, a restrição de foro privilegiado para ministros seria consolidada.
E por último, se algum dos ministros do STF blindados pelo foro privilegiado têm dúvidas de que a prisão em segundo grau só valeu para o ex-Presidente Lula, porque assim deseja o império.
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*André Moreau, é Professor, Jornalista, Cineasta, Coordenador-Geral da Pastoral de Inclusão dos "D" Eficientes nas Artes (Pastoral IDEA), Diretor do IDEA, Programa de TV transmitido pela Unitevê – Canal Universitário de Niterói e Coordenador da Chapa Villa-Lobos – ABI – Associação Brasileira de imprensa, jornalabi.blogspot.com arbitrariamente impedida de concorrer à direção nas eleições de 2016/2019.
