HELIO FERNANDES -
Começou na primeira instancia federal, passou para a
segunda, TRF-4. Foi percorrendo caminhos enrustidos, depois ostensivos,
lastreados por juristas, com aspas ou sem elas. O objetivo era a prisão, a justificativa,
torná-lo inelegível, impedir que se tornasse presidenciável invencível, como
informam e confirmam todas as pesquisas.
Para impedir que fosse candidato, e ao mesmo tempo, pudesse
ser condenado em segunda instancia, o expediente foi facílimo e cumprido sem
qualquer tropeço ou obstáculo. 9 anos de condenação antes, a seguir, mais 3
anos, configurando a segunda condenação e a possibilidade da sua prisão. Como
este repórter escreveu desde o primeiro momento, e como era conspiração,
rigorosa unanimidade.
Os 3 desembargadores federais de Porto Alegre, sem o menor constrangimento,
emprestaram o mesmo discurso uns aos outros, de modo que não houvesse a menor
diferença no total das penas. Acrescentaram mais 3 aos 9 da primeira instancia
como sabem somar, chegaram a 12.
Tanto faz 9 ou 12, como a condenação não é mesmo para
cumprir e sim para configurar a INELEGIBILIDADE, logo que houver o segundo
turno e a posse de alguém for "garantida", haverá alteração e a
libertação do ex-presidente.
Demorou, mas os advogados de Lula chegaram ao STF. Pediam
apenas a libertação do ex-presidente, enquanto ele ainda tivesse direito a recursos,
como esse. Condenado sem provas e sem qualquer ligação com a Lava-Jato está
sendo sacrificado, por dois motivos.
1- A convicção, que é publica, de que será eleito. 2 - O
medo, perdão, pânico, de que novamente no poder, se vingue de todos que
montaram e estão executando contra ele a conspiração judiciária com objetivos
políticos e eleitorais.
A tramitação da defesa de Lula está percorrendo caminhos
estranhos no STF. Inicialmente foi para o relator Edson Fachin, que podia recusá-la,
arquivá-la. Não o fez, mandou para a Segunda Turma, que tem um numero notável
de absolvições. Fachin pertence a essa Turma, considerou que manteria a recusa
á libertação. Marcou o julgamento para o dia 26.
Esse 26 é amanhã, terça feira. Mas esse "amanhã que não
virá", cumpre uma nova disposição, baseada na reviravolta do comportamento
do relator, Edson Fachin. Já estando na Segunda Turma e com julgamento marcado,
foi cancelado pelo próprio ministro Fachin.
PS- Até aqui, é tudo rigorosamente verdadeiro. Mas entre o
tempo em que escrevo, e a realidade do STF, nem apelando para a citação de Shakespeare.
A SOFRIDA DELAÇÃO DO PALOCCI
Sofrida e demorada. Preso ha quase 2 anos em Curitiba,
perdeu mais de 1 ano, tentando "vender” o conhecimento e a intimidade com
os que sempre o ajudaram, protegeram e o projetaram. Acontece que todas as propostas
foram recusadas. Apesar do ex-ministro duas vezes, ir mudando os alvos da
delação traição.
Quando estava em pleno desespero, a justiça autorizou a PF a
receber delações. Palocci se arrojou aos pés de investigadores. Que aceitaram o
que os Procuradores de Curitiba recusaram. Confesso que tentei descobrir qual foi à mudança que
tanto agradou a PF. Não consegui.
PARABÉNS, CELSO DE MELLO
Os que detestam, desprezam e até odeiam a liberdade de
imprensa e a democracia, pediram ao STF que proibisse a sátira durante a
campanha eleitoral. Por UNANIMIDADE, o STF recusou e até exaltou a sátira. Não podendo
publicar os 11 votos, transcrevo o voto do decano, naturalmente um trecho,
textual.
"O riso e o humor são transformadores, saudavelmente
subversivos". Magistral. A sátira, a charge, a caricatura,
silenciosamente, representam a ultima palavra da liberdade de expressão.