Via FENEPOSPETRO -
Eusébio Luis Pinto Neto, presidente da FENEPOSPETRO e do SINPOSPETRO-RJ. |
Com a pressão imposta pela greve dos caminhoneiros contra o
aumento do preço dos combustíveis, o Conselho Administrativo de Defesa
Econômica (CADE) divulgou nesta terça-feira nove propostas para tentar reduzir
os preços ao consumidor final, entre as quais, eliminar os frentistas dos
postos de combustíveis com a adoção do chamado self-service (autosserviço),
como ocorre nos EUA. A Federação Nacional dos Frentistas (FENEPOSPETRO) repudia
a “proposta” antitrabalhador do CADE, tal irresponsabilidade pode tirar centenas
de milhares de empregos em todo o país.
O CADE deveria observar a recente pesquisa elaborada pelo
DIEESE onde mostra que o grande problema relativo a aumento de combustíveis é consequência
da política de preços adota por Pedro Parente (presidente da Petrobras) e
Temer. Segundo o DIEESE, os cortes de tributos como a Cide, o PIS/Cofins ou o
ICMS são apenas paliativos. Para os pesquisadores se não houver mudança na
política do setor de petróleo que transforme, de forma estrutural, o padrão de
preços adotado por Pedro Parente na estatal, o problema não será solucionado.
A pergunta é a seguinte: Nossa autossuficiência em petróleo serve a quem? A Petrobras
reajustou o preço da gasolina e do diesel nas refinarias 16 vezes entre 22 de
abril e 22 de maio. Nas bombas de combustíveis o preço médio do litro da
gasolina subiu de R$ 3,40 para R$ 5,00, ou seja, 47%. O litro do diesel passou
de R$ 2,89 para R$ 4,00, registrando alta de 38,4%. Somos reféns do capital (ou mercado), isso sim precisa
mudar.
PALAVRA DO PRESIDENTE
O presidente da FENEPOSPETRO e do SINPOSPETRO-RJ, Eusébio
Pinto Neto lembra que há 17 anos tiveram que enfrentar as chamadas ‘7 irmãs’,
“Foi um grande teste quando tivemos que enfrentar as gigantes petrolíferas. Com
apoio do ex-ministro Aldo Rebelo, defensor da classe trabalhadora, saímos
vitoriosos após a aprovação da Lei nº 9.956/2000 que proibiu o funcionamento de
bombas de autosserviço em postos em todo território nacional.
Isso garantiu que não fosse extinta uma categoria com
centenas de milhares de trabalhadores. Seria uma tragédia social. Com tantas
mudanças na relação capital-trabalho, precisamos reafirmar nossas convicções e
objetivos em defesa da classe trabalhadora. O que estamos vendo agora é um
desmonte de tudo que foi construído em termos de bem estar social nos últimos
70 anos, tudo para beneficiar os grandes empresários.
Isso aí que o CADE propõe é absurdo, querem forçar outra
greve nacional e mais desemprego, isso é deformação dos direitos, retrocesso.
Fizeram inclusive uma “reforma” sindical com intuito de acabar com a
representação por categoria, e com a unicidade sindical. Na prática estão
inviabilizando os sindicatos e entidades dos trabalhadores.
O problema dos altos preços dos combustíveis se resolve com
outras medidas que não sejam entreguistas, não com retirada de centenas de milhares
de empregos da nossa categoria. Vamos continuar enfrentando os poderosos e
venceremos mais esse desafio, assim como ocorreu com a aprovação da lei que
aboliu o self-service no Brasil. A Luta segue!”.
* Daniel Mazola, assessoria de imprensa FENEPOSPETRO