2.3.18

ENQUANTO O BRASIL É DEVORADO POR TUBARÕES DOS EUA A PEQUENA BURGUESIA BRASILEIRA TENTA RESOLVER SEUS CONFLITOS EM PORTUGAL

ANDRÉ MOREAU -


A Coluna Hildegard Angel do Jornal do Brasil (28), trata dentre outras questões sociais, da debandada para Portugal, de jovens da classe média que apoiaram o golpe de estado. Cumpre ressaltar que de acordo com relatos do português José João Louro, os pequenos burgueses brasileiros parecem não se importar em viver em um País governado pelo Partido Socialista - agremiação política ligada ao PT na Internacional Socialista -, que no Parlamento conta com o apoio do Partido Comunista, Verdes e Bloco de Esquerda.

Vale a pena rever o relata do português José João Louro: “Aqui em Lisboa chegam todos os dias brasileiros da dita ‘classe média’, que decidiram emigrar... São antigos apoiantes de Temer ou de Aécio Neves, mas agora não querem viver no Brasil. Procuram um posto de trabalho na Europa. Converso muito com eles no café perto da Loja do Cidadão onde tratam os papeis burocráticos... Vivem uma crise de consciência pequeno-burguesa. Ainda se colocam em bicos de pés orgulhosos de serem jovens da “classe média” com um curso superior... Porem não querem viver no Brasil atual. Incapazes de observar como positivas as medidas sociais da Era Lula, vem viver num País governado pelo Partido Socialista, um partido irmão do PT na Internacional Socialista... Em Portugal o governo PS é apoiado no Parlamento pelo Partido Comunista, Verdes e Bloco de Esquerda... Ficam chocados e não entendem... Para mim é interessante notar a profunda crise de consciência da pequena burguesia brasileira, muito nacionalista, muito brasileira, mas que depois foge para Portugal ou Europa em busca de mais comodidade”.

O relato do português Louro, que já havia sido publicado no site Tribuna da Imprensa Sindical, indica outras questões cruciais, além de revelar o conflito de consciência dos jovens afoitos que não resolveram seus respectivos conflitos psicológicos, decorrentes do apoio aos golpistas que se encontram de plantão nos três poderes:

1. A necessidade do Povo conter os interventores, desacreditados pelos seus próprios apoiadores que hoje fogem para Portugal, porque do contrário, o Brasil continuará sendo arrastando para a maior crise social de todos os tempos, tendo o Estado presidido por um fantoche, ao que tudo indica, comandado por militares que não foram eleitos para representar a população.

2. A importância da unidade dos partidos progressistas, ao estilo Frente Ampla do Uruguai, em torno de uma agenda única que defenda uma nova constituinte, visando restaurar a soberania nacional, assim como todos os direitos usurpados do Povo, a partir do golpe de estado.

Falta aos pequenos burgueses que agora fogem do Brasil, cair na real e entender que os programas sociais criados a partir de 2003 no Governo Lula que tiveram continuidade e aprofundamento no Governo Dilma, não ameaçaram a boa vida que eles levavam. Ao contrário é preciso entender que as cotas nas universidades públicas, além de abrir espaço para os menos favorecidos, garantia a eles a manutenção de um ensino de excelência.

O plano dos golpistas de plantão, é voltado única e exclusivamente para a classe rica: ‘donos’ dos meios de comunicação conservadores, bancos, empresas de previdência privada, empresas e laboratórios do agronegócio, empresas de ensino privado, dentre outras.

A “Ponte para o futuro” dos golpistas não inclui a classe média, pelo contrário, nesse plano a posição dos interventores visa empurrar a classe média para a pobreza e o pobre para a miséria extrema, assim como foi feito no Chile, usando a teoria de choques de Milton Friedman (1912-2006), a mesma que vem sendo usada pelos meios de comunicação conservadores, parlamentares e membros do judiciário, no Brasil.

* André Moreau, é Professor, Jornalista, Cineasta, Coordenador-Geral da Pastoral de Inclusão dos "D" Eficientes nas Artes (Pastoral IDEA), Diretor do IDEA, Programa de TV transmitido pela Unitevê - Canal Universitário de Niterói e Coordenador da Chapa Villa-Lobos - ABI - Associação Brasileira de imprensa, arbitrariamente impedida de concorrer à direção nas eleições de 2016/2019.