MÁRIO AUGUSTO JAKOBSKIND -
Para quem porventura tinha dúvidas sobre Geraldo Alckmin, as divulgações de fatos relacionados com a sua candidatura à Presidência da República a cada dia que passa ficam mais claras. Conselheiros de Alckmin sugerem que o candidato do PSDB coloque como uma de suas primazias na campanha a privatização da Caixa Econômica Federal.
Para não restar dúvidas em relação ao governador paulista, o próprio confirmou que o economista Pérsio Arida será mesmo o coordenador econômico de sua campanha presidencial. Trocando em miúdos, Alckmin fará o possível e impossível para levar adiante, em maior grau, o que o seu mestre, Fernando Henrique Cardoso não conseguiu fazer e até o atual presidente golpista, Michel Temer procura executar pelo programa denominado “ponte para o futuro”.
Pérsio Arida já defendeu o fim do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico) e assim sucessivamente. É um economista muito badalado pelo mercado e também pela mídia comercial, defensora incondicional do projeto do PSDB, que Temer tenta de todas as formas levar adiante, mas encontra dificuldades. O mercado ainda não engoliu totalmente o recuo relacionado com a retirada da pauta da contra reforma da Previdência, que seus defensores consideram reforma.
Mas na área de direita, que tenta se apresentar como centro, a divisão é notória. Aparecem o Ministro da Fazenda e aposentado do Banco de Boston, Henrique Meirelles, o patético presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que segundo se informa vai confirmar sua candidatura no próximo dia 8 de março, e ainda por cima, depois do decreto de intervenção federal na segurança do Estado do Rio de Janeiro, o próprio golpista lesa pátria Michel Temer, na espera que a enganação dos incautos representada pelo decreto de intervenção na segurança do Rio vingue.
Outro candidato, que a todo custo procura agradar o mercado é o deputado extremista Jair Bolsonaro, que para não ficar atrás dos defensores de enfraquecimento do estado brasileiro se posicionou em favor da privatização total de empresas estatais.
Em síntese, esse é o atual panorama eleitoral para Presidente que se decidirá em 7 de outubro. Como os defensores da liquidação do Brasil seguem divididos, não será nenhuma surpresa se da base aliada temerosa de perder a batalha surja a decisão pelo aprofundamento do golpe sendo apresentado algum projeto instituindo, sem consulta popular, como o parlamentarismo. Tudo pode acontecer daqui para frente, dependendo do desenrolar dos acontecimentos.
Os detentores do poder ainda tentam de todas as formas impedir que candidatos que se opõem ao projeto Temer & FHC & Alckmin & Meirelles & Maia, como Luís Inácio Lula da Silva, apresentem a candidatura.
E assim vai marchando o atual governo ilegítimo de Temer, esperando que suas medidas de marketing emplaquem, para continuar em primeiro plano da enganação dos incautos. Como a realidade deverá se sobrepor ao exercício da enganação, é bem possível que a candidatura Temer seja detonada pelos acontecimentos. Aí sobrarão para defender o projeto os candidatos mencionados e, mais seguro para o projeto, o aprofundamento do golpe através da adoção do tal regime parlamentarista.
Em tempo, no retorno às bancas do Jornal do Brasil vale destacar a matéria, assinada pelo jornalista Gilberto Menezes Côrtes, mostrando os lucros exorbitantes do setor bancário dominado por seis famílias, por sinal um crescimento superior a 10% em um ano em que economia brasileira cresceu pouco mais de 1%.
Tal verdade vem sendo de um modo geral silenciada pelos espaços midiático tradicionais, como, por exemplo, O Globo. Os Setubal, Moreira Salles, Botin, Safra, Aguiar, famílias proprietárias dos maiores bancos do país, bem como as Organizações Globo, entre outras mídias tradicionais, não devem ter ficado satisfeitas com a divulgação das verdades, que sempre tentam esconder para não chamar a atenção dos setores da população mais afetados pela política econômica que vem sendo executada pelo governo lesa pátria de Michel Temer.
* Mário Augusto Jakobskind, é Professor, Jornalista, Escritor, vice-presidente na Chapa Villa-Lobos, arbitrariamente impedida de concorrer à direção da ABI (2016/2019) e Coordenador de História do IDEA, Programa de TV transmitido pela Unitevê - Canal Universitário de Niterói.