27.2.18

DO BICHO À MÁFIA - PARTE 14

REDAÇÃO -

Extraído do livro “Os porões da contravenção – Jogo do bicho e ditadura militar: a história da aliança que profissionalizou o crime organizado”, de Aloy Jupiara e Chico Otávio.


O coronel Dalton Roberto de Melo Franco foi desligado do Exército em 1996. Seu crime foi implodir um monumento (foto) inaugurado em 1989, em frente à CSN, em homenagem a três operários mortos durante a invasão à companhia por tropas do Exército em novembro de 1988.

A implosão ocorreu menos de 24 hortas após a inauguração.

O coronel foi acusado de desvio de armas e sofreu perseguição interna, até seu desligamento. No entanto, sempre repetia que agira a mando de seus superiores, e que se recusara por diversas vezes a cumprir aquelas ordens.

Cerca de três anos depois, em entrevista, o ex-coronel revelou que os explosivos era de origem civil. Foram conseguidos por meio de bicheiros da Baixada: Anísio e Castor. 20 quilos de explosivo plástico puseram abaixo a obra projetada por Niemeyer.

As dinamites teriam saído de pedreiras. O intermediário, na verdade, teria sido Paulo Andrade, filho de Castor, além de Anísio.

O monumento seria reerguido. Anos depois, no governo Fernando Henrique, seria criado o Ministério da Defesa, submetendo as três Forças ao poder Civil.

Dalton recorreu da decisão, mas foi derrotado. Morreu em 2013. Os bicheiros, mais uma vez, não foram incomodados. (Continua!)