Por ARTHUR POERNER -
Louzeiro, mestre do romance-reportagem e um querido amigo - O antepenúltimo dia do ano começou, para mim, com a triste notícia da partida, aos 85 anos, do escritor e jornalista maranhense José Louzeiro. É a quem devo o ingresso, em 1965, na carreira literária, com o nosso livro "Assim marcha a família", vigorosa e incisiva crítica às marchas fascistoides que precederam e ajudaram a criar o clima para o golpe militar de 1964.
Sempre irônico e gozador, Louzeiro publicou mais de 50 livros. alguns dos quais viraram filmes, como "Lúcio Flávio, o passageiro da agonia", "Pixote, a lei do mais fraco" e "O homem da capa preta". Escreveu também roteiros para o cinema e telenovelas, como "Corpo Santo".
Louzeiro procedia do jornalismo policial e é considerado um mestre e pioneiro do romance-reportagem. Teve livro, "Araceli, meu amor", sobre a menina de oito anos assassinada por jovens da alta sociedade de Vitória, e telenovela, "O marajá", inspirada na vida do ex-presidente Fernando Collor de Melo, proibidos pela censura. Foi candidato à presidência da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) na última eleição.
É, enfim, uma grande perda não só para os familiares e amigos, mas para a cultura nacional.
* Via e-mail/ Arthur Poerner, é Jornalista, Escritor e membro da Chapa Villa-Lobos, impedida arbitrariamente de concorrer à direção da ABI - Associação Brasileira de Imprensa, na eleição da diretoria 2016-2019