Por ANDRÉ MOREAU -
Já foi o tempo em que podíamos comemorar um presidente bossa-nova, ou o presidente ex-torneiro mecânico que apesar dos acordos com os Marinho, vinha conseguindo manter os programas sociais que beneficiavam os mais pobres. O Brasil sai do mapa da fome da Organização das Nações Unidas nos governos do Partido dos Trabalhadores (PT).
Promovendo setores do judiciário, os Marinho, no entanto, resolveram transformar agentes públicos concursados em super-heróis da nação, engambelando setores da classe média, reduzindo-os a zumbis, enquanto selecionava outros protagonistas no Congresso Nacional, para avançar com sua narrativa de guerra de classes.
O plano começou com o juiz Sérgio Moro que trabalhava com a Ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, no Caso Mensalão que com o mesmo “modus operandis”, abafaram a importação da Lei de guerra do alemão Roxin, para o Brasil, visando condenar sem provas, mas por convicção, principalmente o ex-Ministro José Dirceu e o Deputado José Genuíno, com base nas delações do então Deputado Roberto Jéferson.
Roxin esteve aqui para dizer que a lei dele não havia sido criada para ser usada em democracias e sim em estados de exceção, mas o então Presidente do STF, Joaquim Barbosa, mais conhecido pelas idas e vindas da Alemanha para curar problemas de coluna, não quis nem saber do seu ex-colega de faculdade, Dirceu. Dirceu e Genuíno, foram os primeiros parlamentares presos com base no “Domínio do fato”.
Os membros da pequena burguesia do PT se apressaram em colocar panos quentes. Pareciam mais preocupados com a manutenção do poder, do que com os velhos companheiros.“(...) decisão da justiça não se discute, se cumpre”.
A Lei de Roxin que não poderia ter sido usada em democracias, foi transformada em jurisprudência para distorcer leis brasileiras e mudar a Constituição. A partir de delações, os membros do Tribunal da Santa Inquisição, passaram a ameaçar o Poder Executivo com ações de justiçamento. Jéferson foi transformado por editores das Organizações Globo – o “Ministério da Verdade”, em uma espécie de motoqueiro sem destino que por ter exercido o seu dever de delator, cumpriu sua pena em casa.
Diante dessa falta de reação da direção do PT, os Marinho aproveitaram para virar a mesa de uma vez. Seus editores trataram de insuflar a classe média que saiu às ruas por causa do aumento da passagem de ônibus, até pilotar as cabecinhas dos incautos com mentiras repetidas, rumo ao golpe de 2016.
Os acéfalos voltaram a ocupar as praças, num clima de Tradição Família e Propriedade (TFP), dessa vez batendo panelas e pedindo a cabeça da Presidenta Dilma Rousseff, enquanto os editores das Organizações Globo, promoviam o perdedor, Aécio Neves e o então Presidente da Câmara Eduardo Cunha, hoje “interno” em Curitiba.
Em nome da campanha de combate a corrupção – da vertente que fala em austeridade, o Supremo Tribunal Federal chancelou o golpe com um impeachment, sem mérito.
Hoje depois do desmonte da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) que vem gerando centenas de demissões com a implantação do trabalho precário que empurra os mais pobres à “miséria extrema”, contrariando a lógica mais uma vez, O Globo diz que tudo isso é por culpa do PT.
O encontro do Presidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Roberto Jéferson com o ilegítimo Michel Temer, amarra toda a trama entre os agentes da conspiração. Os editores das Organizações Globo, citam Jéferson como “salvador da pátria” por indicar sua filha e Deputada Federal Cristiane Brasil, para o Ministério do Trabalho, sem reescrever, mesmo que de forma sintética, como o golpe começou a ser implantado no país.
Vivemos um tempo de muita gente roubando de modo vil, nisso que as Organizações Globo transformou o Brasil.
Agora estamos diante do plano de tirar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da corrida eleitoral. Trata-se de outro capítulo dessa novela criminosa que vem rasgando a constituição, prevendo a implantação do semipresidencialismo ou do parlamentarismo, o que o povo já recusou através do voto, duas vezes, optando pelo regime presidencialista.
Nessa fase da divisão do produto do roubo que vem sendo feito nos três poderes, não é fácil agüentar tanta falta de lógica. Enquanto a nossa gente passa fome, os editores do “Ministério da Verdade”, falam em “estabilidade econômica”, mas sem deixar de fora o medo e o terror, para afastar os incautos das ruas e promover a privatização dos presídios, dentre outras, sem falar que o sistema penitenciário se encontra lotado por presos sem julgamento. Mas quem quer saber o que passam os internos?
Para desgraça dos oportunistas, no entanto, o povo que ver sua democracia restaurada, “a esperança é a última que morre”, o que parece não ter sido ouvido pelos parlamentares que levaram o país à bancarrota, inclusive os pequenos burgueses que só pensam em poder e ao verem entrar água no barco, se apressaram em dar as costas para a democracia, dizendo que o “golpe é página virada”.
Todos sabem o que os agentes do judiciário pretendem decidir no dia 24 de janeiro, em Porto Alegre. Por isso o avanço da conspiração contra a democracia não depende mais da falsa “opinião pública” tão propalada por editores inescrupulosos ligados aos Marinho, ou por oligarcas capitaneados pelas editorias das Organizações Globo - o “Ministério da Verdade”.
O povo precisa ocupar Porto Alegre, para mostrar ao mundo os contornos da guerra de classes que empurra os mais pobres para o estágio da “miséria extrema” e que o seu desfecho, nessa quadra da história, será decidida por eleitores nas urnas e não por agentes públicos concursados promovidos sob falsos “slogans” de combate a corrupção, ou por parlamentares traidores que têm medo da “opinião pública” que pensando nos espaços nas Organizações Globo e em dividendos, embarcaram na trama de “colocar o Brasil nos trilhos”.
O Brasil é um país rico, atingido por senhores de engenho que querem ficar mais ricos com o trabalho escravo, com o povo de joelhos.
Caso os três desembargadores continuem se pautando pelo que lêem em O Globo, sem levar em conta a lógica diante da ausência de provas, mergulharemos em uma convulsão social que já dá sinais nas favelas com a fome e a desmedida “guerra ao tráfico”.
Com base nas convicções do Torquemada do Tribunal da Santa Inquisição que pretende impedir que Lula concorra, o direito do povo escolher o seu presidente poderá ser substituído pela imposição de alguns togados. Este é o fato, o resto é falácia.
* Via e-mail/André Moreau, é Professor, Jornalista, Cineasta, Coordenador-Geral da Pastoral de Inclusão dos "D" Eficientes nas Artes (Pastoral IDEA), Diretor do IDEA, Programa de TV transmitido pela Unitevê - Canal Universitário de Niterói e Coordenador da Chapa Villa-Lobos - ABI - Associação Brasileira de imprensa, arbitrariamente impedida de concorrer à direção nas eleições de 2016/2019.