Por ANDRÉ MOREAU -
"A
filosofia pode servir para tudo até mesmo para transformar assassinos em
juízes. Ontem julgado, hoje faz a lei" (Albert Camus).
A filosofia deveria fazer parte do ensino obrigatório em todos os níveis de formação, desde a primeira infância. Através da lógica, ramo da filosofia, aprendemos "o pensamento correto": verdadeiro com verdadeiro, é igual a verdadeiro. Verdadeiro com falso, é igual a falso. Falso com falso, é igual a verdadeiro. Para ser mais claro, pergunto ao leitor: você é contra ou a favor do aborto?
Essa pergunta parte de uma premissa falsa, ou seja, é indevida porque a questão essencial, é falsa. A questão correta a ser formulada, é se a mulher grávida, dependendo da situação em que se encontra e da sua gestação tem direito de decidir sobre abortar, ou não.
Outro exemplo de premissa falsa que vem sendo fartamente propalada, é a frase "o País entrou nos trilhos e agora vai avançar" frase repetida pelo ilegítimo ocupante do Planalto, sem levar em conta que nos governos do PT saímos do mapa da fome da Organização das Nações Unidas e agora, depois do golpe, temos 5,4 milhões vivendo em condições de "extrema pobreza". A frase é falsa e autoritária, porque não leva a avanço nenhum, pelo contrário, funciona como cortina de fumaça para encobrir o retrocesso.
Com base nesse princípio formulado por Aristóteles, a combinação binária e a tecnologia informática foram desenvolvidas a partir dos cartões perfurados da IBM que identificaram e catalogaram judeus, ciganos e pessoas com deficiência que deveriam ser presas e envidas para os campos de extermínio. Funciona como arma de guerra como lembrou o Historiador e General do Exército Brasileiro, Nelson Werneck Sodré: a propagação de mentiras repetidas beneficia quem tem maior poder de comunicação, os "liberais" que operam com falso mais falso, simulando uma verdade. O falso com falso, ou a mentira repetida, cumpre ressaltar, é uma técnica diabólica usada por Paul Joseph Goebbels, destacado Ministro da Propaganda de Adolf Hitler, na Alemanha Nazista (1933 e 1945), pela sua capacidade de oratória, inclusive em velórios.
O golpe em curso no País vem sendo operado com base em premissas falsas, o impeachment, sem mérito, sem crime de responsabilidade, tramado a partir da doutrina lawfare, uma arma de guerra que distorce leis objetivando com a promoção nos meios de comunicação conservadores, destruir adversários políticos. A técnica usada hoje, reúne ensinamentos do judeu alemão Henry Alfred Kissinger como, por exemplo, a dominação do povo pelo apagamento da sua cultura e pela promoção da fome.
Diante dos fatos de falsificação da história, qualquer cidadão de bem pode concluir que setores do parlamento, do judiciário, inclusive do Supremo Tribunal Federal, envolvidos no golpe operaram para tirar dos eleitores, outrora esperançosos, o direito de ter escolhido e eleito com cinqüenta e quatro milhões e meio de votos a Presidenta Dilma Rousseff, compactuando com premissas falsas da narrativa golpista que desde 2013 induziram o povo a acreditar na idéia de crise. Trata-se de um crime de lesa-humanidade o que vem se configurando com esse brutal retrocesso social promovido a partir do Tribunal da Santa Inquisição que tem suas decisões insufladas por famigerados editores dos veículos de comunicação da oligarquia.
A premissa falsa de que a superavitária Previdência Social gera prejuízo, é outra parte dessa narrativa de horrores, defendida inclusive por agentes do Banco Mundial que só depois da derrubada da Presidenta Dilma Rousseff, fizeram o estudo solicitado, mas agora para embasar as espúrias ações da quadrilha que ocupa o planalto a serviço do ilegítimo Michel Temer.
O próximo capítulo dessa narrativa de desmontes visando beneficiar transnacionais com nossas riquezas, usando premissas falsas, poderá condenar o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em segunda instância, no julgamento do dia 24 de janeiro, em Porto Alegre.
A elaboração da novela nas redações dos veículos conservadores, avança insuflando os "Boys", mas agora não os economistas de Chicago e sim, os do Tribunal da Santa Inquisição que agem como se fossem os super-heróis dos quadrinhos norte-americanos. Por isso eles não precisam de provas, basta a convicção para destruir a imagem do ex-Presidente Lula.
O que está em jogo é muito maior do que o PT, é a democracia do País.
* Via e-mail/André Moreau, é Professor, Jornalista, Cineasta, Coordenador-Geral da Pastoral de Inclusão dos "D" Eficientes nas Artes (Pastoral IDEA), Diretor do IDEA, Programa de TV transmitido pela Unitevê - Canal Universitário de Niterói e Coordenador da Chapa Villa-Lobos - ABI - Associação Brasileira de imprensa, arbitrariamente impedida de concorrer à direção nas eleições de 2016/2019.
