REDAÇÃO -
O repórter fotográfico Guilherme Santos (foto), do Sul21, teve uma pistola apontada para a cabeça, na
tarde desta terça-feira (2), por um integrante da Brigada Militar, durante uma
abordagem realizada nas imediações do prédio do Tribunal Regional Federal da 4ª
Região.
Guilherme foi abordado por quatro policiais em uma viatura da
Brigada Militar, na avenida Augusto de Carvalho, cerca de 10 minutos depois de
fazer algumas fotos externas do prédio do TRF4, onde será realizado o
julgamento em segunda instância do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no
dia 24 de janeiro.
Na abordagem, segundo relata o repórter, um dos policiais
apontou uma pistola para ele, pela janela da viatura, e ordenou que colocasse
as mãos na cabeça. Guilherme Santos, que portava o crachá do Sul21 no momento da abordagem, se identificou
como jornalista e explicou que estava trabalhando. Os policiais pediram o
documento de identidade do repórter e passaram os seus dados pelo rádio. Após a
identificação, ele foi liberado. Questionados sobre o motivo da abordagem, os
policiais disseram que receberam um chamado para averiguar o que ele estava
fazendo nas proximidades do prédio do tribunal.
“Fiquei muito nervoso e sem reação na hora. Não entendi o que
estava acontecendo. Não tinha nenhuma explicação para uma abordagem daquele
tipo com arma apontada para a cabeça. Eu estava trabalhando, com a câmera no
pescoço e o crachá visível na altura do peito”, relatou Guilherme Santos.
A assessoria de comunicação social do TRF4 disse que a
ligação não partiu do tribunal e assegurou que não há nenhuma orientação para
esse tipo de abordagem. Segundo Analice Bolzan, coordenadora de Comunicação do
tribunal, os profissionais da imprensa poderão acompanhar o julgamento do dia
24 de janeiro segundo regras de credenciamento que deverão ser definidas na
próxima semana.
O Sul21 entrou
em contato com o Cel. Jefferson Jacques, comandante do CPC (Comando de
Policiamento da Capital), para entender se existe uma orientação para
abordagens deste tipo nas imediações do TRF4 e se já há alguma restrição física
ao trabalho de jornalistas na região. Segundo ele, o plano de segurança para o
dia do julgamento está sendo montado mas, no momento, não há qualquer restrição
para a circulação de pessoas no local. O coronel disse ainda que, para que a BM
tenha feito a abordagem, ela precisa ter sido acionada por outra parte. (Por MARCO WEISSHEIMER, via Sul 21)
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