ROGER MCNAUGHT -
A professora indígena Monica Lima, agredida durante
manifestação no início do ano e atualmente se recuperando de uma cirurgia para
colocação de placas metálicas nos ossos da tíbia e fíbula nos concedeu uma
entrevista onde denuncia uma tentativa de silenciamento por meio de ameaças
“jurídicas”.
A agressão, ocorrida no dia 15 de março deste ano, resultou
em fraturas múltiplas nos ossos da perna da professora – que buscava refúgio
atrás de uma árvore enquanto as tropas da guarda municipal investiam contra os
manifestantes. A professora manteve seu
telefone gravando em modo de vídeo enquanto se escondia atrás das árvores e
captava um diálogo que, segundo a mesma, seriam os guardas municipais apontando
para ela pedindo munição para atirar à “queima-roupa”.
Enquanto todas as evidências e testemunhas são mobilizadas
para o procedimento jurídico contra as ações da Guarda Municipal naquele dia
fatídico, a mobilização nas redes sociais para manter o assunto em evidência
parecem incomodar muito alguns dos envolvidos.
Recentemente, a professora alega ter recebido uma “notificação extra judicial” para que todas as veiculações do ocorrido fossem interrompidas e as imagens retiradas de circulação – o que irritou não apenas a professora como todos os que presenciaram o fato.
Recentemente, a professora alega ter recebido uma “notificação extra judicial” para que todas as veiculações do ocorrido fossem interrompidas e as imagens retiradas de circulação – o que irritou não apenas a professora como todos os que presenciaram o fato.
Em postagem em sua página de rede social, a professora
Monica expôs o que ela chamou de intimidação:
“Recebi agora a pouco está intimidação
"NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL - Fica V.Sa, NOTIFICADA na forma da Lei a se
abster de veicular por qualquer meio, a imagem do GM Andre Luis Vieira, devendo
ainda excluir de imediato qualquer postagem fazendo alusão ao seu nome, sob
pena de serem tomadas as medidas judiciais cabíveis. Fica V.Sa, alertada que o
instrumento legal adequado para apuração da materialidade delitiva e autoria é
o Inquérito Policial já instaurado, sendo certo que a presunção de inocência é
uma garantia constitucional e a liberdade de expressão não se constitui em
direito absoluto desprovido de limites. O não atendimento desta notificação
acarretará na tomada das medidas judiciais cabíveis. José Wellington Fagundes
Marins - Advogado (OAB-RJ 102.715)"”
É importante ressaltar que no dia da agressão
houve fartura de relatos de truculência cometida por guardas municipais contra
manifestantes.