29.6.17

RJ: POLÍTICA DE CONFRONTOS FAZ MAIS UMA VÍTIMA INOCENTE, COMUNIDADE CHORA E PEDE SOCORRO [VÍDEO]

ROGER MCNAUGHT -


As comunidades do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo mais uma vez choram a morte de mais um trabalhador inocente. Após semanas de confrontos constantes, mortos e feridos, as associações de moradores haviam programado um ato pela paz que, infelizmente, não foi respeitado pela política criminosa de confrontos desnecessários. Desde a parte da manhã desta quarta-feira dia 28 de junho, confrontos sucessivos impediram a realização da caminhada pela paz e no processo ceifaram a vida de um trabalhador inocente que almoçava em casa. Fábio Franco Alcântara, porteiro de um edifício localizado na rua Sá Ferreira, em frente ao acesso da comunidade foi atingido e veio à óbito durante intenso confronto.

Durante todo o dia moradores tentaram dar prosseguimento à realização da caminhada pela paz sendo constantemente interrompidos por incursões de policiais militares nos acessos à comunidade, ameaças e boatos de possíveis retaliações após tal caminhada – os boatos alertavam para o risco de esfaqueamentos durante a madrugada por grupos de policiais caso houvesse tal manifestação.

Além do falecimento já mencionado, vários moradores ficaram feridos, sendo atendidos no hospital Miguel Couto. Inúmeros outros moradores, especialmente idosos, vem sofrendo com a pressão constante que debilita a saúde e a indignação é geral, mesmo entre moradores das ruas do entorno que conversaram com a equipe.

Crianças estão sendo postas constantemente em risco pois as operações estão sendo realizadas em horário escolar e de transito de ida e vinda de escolas e creches, o que aumenta a revolta de moradores que alegam estarem há gerações na comunidade e nunca viram a situação degradada a esse ponto antes.

Ficou mais do que óbvio que a política de enfrentamento a qualquer custo não visa solucionar questões ligadas à segurança pública – pois os números mostram que essas ações apenas pioram o problema. Tal política apenas derrama sangue diariamente e evidencia uma política implícita de extermínio de pobres, implantando zonas de guerra aonde moram pobres e negros.

Quantos mais terão de morrer antes que a sociedade civil assuma a responsabilidade pela política genocida que financia com seus impostos?