LUCAS RUBIO -
22 de junho de 1941. Forças nunca antes reunidas começam a maior invasão militar da História. Mais de 3 milhões de homens violam as fronteiras da União Soviética e começam a invasão do país, no início da Operação Barbarossa. Começa a Grande Guerra Patriótica.
O plano da Alemanha Nazista para a União Soviética: ocupar todo o território soviético, preferencialmente os que mais possuíam recursos para sustentar uma expansão ainda maior pelo mundo, destruir o Estado Soviético e todos os seus vestígios e eliminar aproximadamente 60% da população soviética, considerada 'racialmente inferior'. É um plano de recolonização e extermínio, baseado numa teoria racial louca e motivado principalmente pelo ódio ao comunismo, alimentado anos antes com apoio de potências ocidentais que compartilhavam do mesmo sentimento.
Os nazistas atropelam e destroem tudo que veem pela frente: grandes cidades, fortalezas, vilas, militares, civis, crianças, idosos, plantações... Os números dos efetivos e equipamentos dão conta do porquê dessa ser considerada a maior invasão da História: são 153 divisões, 600 mil caminhões, mais de 3 mil tanques, 7 mil canhões e 3 mil aviões.
Os nazi-fascistas, e estamos aqui falando de uma grande coligação de alemães, húngaros, italianos, finlandeses, romenos e outros aliados, fazem bons números no início da operação. Os soviéticos impõem boa e corajosa resistência, mas mesmo assim os invasores avançam quilômetros por dia por dentro do território.
O plano e a execução da guerra no teatro de operações soviético é muito diferente do que foi realizado durante a invasão da Europa ocidental. Quando adentram em cidades e vilarejos, perpetram crimes bárbaros contra a Humanidade. A URSS funciona como um laboratório para os futuros campos de extermínios.
Essa guerra iniciada com o objetivo de destruir um povo e civilização irá custar a vida de mais de 27 milhões de soviéticos e causará grandes destruições em suas terras. Será uma guerra santa onde a Humanidade se enfrentará com a morte e escravidão. Stalin vai ao rádio e conclama o povo soviético. O chamado é atendido. Como diz a imortal canção, A Guerra Santa, nascida nos primeiros dias da Guerra: "De pé, imenso país! De pé, para a batalha mortal!". Os soviéticos irão mover mundos e fundos, serão criadores de verdadeiros milagres, passarão por milhares de dias de sacrifício e dor, e defenderão até o fim sua Pátria. E vencerão: irão não só defender e recuperar seu território com grandes feitos como também irão avançar libertando metade da Europa, causando preocupação nos 'donos do mundo' por representar novamente a possibilidade da vitória da Revolução em nível global.
O Exército Vermelho, junto do seu povo, será o protagonista dessa história. Conduzirão episódios de bravura e vitória que ficarão marcados eternamente na História pelos séculos dos séculos. Da resistência tenaz e motivada pela defesa da terra e do povo, nascerão vitórias que são indeléveis no imaginário popular: Moscou, Stalingrado, Kursk, Leningrado, Berlim!
Para além dos fatos históricos e numéricos, fica hoje um momento de dor e luto. Um momento de parar e pensar quão horríveis e ameaçadores foram aqueles dias desde 22 de junho de 1941 até 9 de maio de 1945. Lembrar, respeitar e honrar o gigantesco sacrifício dos soviéticos para libertar a Terra da representação viva do mal: o nazi-fascismo. Honrar também nossos brasileiros que foram para o outro lado do mundo para cumprirem a mesma tarefa.
Hoje, iluminam-se na Rússia e no mundo monumentos com velas e flores para lembrar aquela data negra. Iluminam-se também os nomes e as famílias que foram perdidas naqueles intermináveis dias.
Memória eterna às dezenas de milhões de soviéticos falecidos ou feridos nesse conflito infernal que revelou o pior e também o melhor do homem. Glórias eternas aos soldados, civis ou militares, do Exército Vermelho, dos grupos de partisans e outras resistências populares, que doaram suas vidas para que hoje sejamos livres.
22 de junho de 2017, Dia da Memória e Luto.
GLÓRIAS ETERNAS!