Via FENEPOSPETRO -
Com o avanço da reforma trabalhista no Senado e a determinação do governo de colocar em votação, ainda neste ano, a PEC da Previdência, a saída para o trabalhador virar o jogo é ir para as ruas protestar. Por isso frentistas de todo o país atendendo a convocação da FENEPOSPETRO, ocupam desde os primeiros minutos desta sexta-feira (30) as ruas das principais capitais do país.
O golpe do governo contra a classe trabalhadora não vai tirar do povo brasileiro a garra e a determinação de lutar por direitos, igualdade e melhorias de vida. A aprovação do relatório final da reforma trabalhista na Comissão de Constituição e Justiça do Senado servirá de combustível para os frentistas de todo o país que hoje vão às ruas protestar contra as propostas do governo que vão retirar direitos dos trabalhadores. Unidos e organizados, os trabalhadores de postos de combustíveis e lojas de conveniência realizarão protestos do Oiapoque (Amapá) ao Chuí (Rio Grande do Sul).
Para barganhar votos no Senado, o governo prometeu editar uma Medida Provisória alterando alguns pontos da reforma trabalhista, entre eles o que trata do trabalho da mulher gestante em ambiente insalubre. Pela proposta do governo, no entanto, o afastamento da mulher do ambiente dependerá de um laudo do médico do trabalho que determinará o grau de insalubridade. Essa medida absurda afetará as frentistas de todo o país.
A reforma da Previdência, que tramita na Câmara dos Deputados, é mais cruel ainda e acaba com a aposentadoria especial dos frentistas, já que o trabalhador terá que comprovar que adoeceu por causa dos agentes químicos nocivos à saúde. Hoje só o risco à exposição garante ao trabalhador a aposentadoria após 25 anos de contribuição para a previdência.
FEDERAÇÕES - A semana foi puxada para o movimento sindical. O presidente da Federação Nacional dos Frentistas (FENEPOSPETRO), Eusébio Pinto Neto, esteve em Brasília para tentar demover os senadores de votarem contra os trabalhadores. Ele afirma que os parlamentares traíram o povo e isso será cobrado nas próximas eleições. Segundo ele, com a erradicação dos direitos trabalhistas e previdenciários, o governo pretende implantar a República Escravagista do Brasil, empurrando os trabalhadores de volta às senzalas e submetendo-os a mais aviltante exploração. Eusébio Neto afirma que, apesar do poder econômico bancar o retrocesso social, o governo não conseguirá jogar o brasileiro na vala da indigência social, pois os trabalhadores resistirão aos açoites e vencerão o jogo.
O presidente da federação diz que a pressão é fundamental para convencer os parlamentares, eleitos pelo povo, a defender os interesses dos trabalhadores. “A história do movimento sindical no Brasil começa em 1858, com o registro da primeira greve, antes, portanto, do fim da escravidão. Todas as conquistas: décimo terceiro, férias, hora intrajornada e jornada de 44 horas são fruto da luta do movimento sindical e não será uma canetada do presidente da República que vai acabar com os nossos direitos históricos. Estamos na luta e vamos vencer”, completa.
Depois de uma semana de panfletagem nos postos de combustíveis, os dirigentes dos Sindicatos dos Frentistas de São Paulo prometem ocupar a Avenida Paulista nesta sexta. Segundo o presidente da Federação dos Frentistas do Estado de São Paulo (FEPOSPETRO), Luiz Arraes, dos 16 sindicatos da categoria, apenas as entidades de Ribeirão Preto e São José do Rio Preto vão manter as manifestações em suas cidades, onde o movimento sindical tem bases muito fortes. Arraes afirma que o trabalhador tem que partir agora para o tudo ou nada.” Se o povo não reagir, os trabalhadores não terão nenhuma chance na votação da reforma trabalhista, na próxima semana, no plenário do Senado. A manifestação de hoje serve de pressão para os senadores que temem perder as eleições no próximo ano”, diz.
NORTE - Mesmo sob a pressão da política do coronelismo, os trabalhadores do Norte do país vão parar nesta sexta-feira. A presidente do Sindicato dos Frentistas do Amapá, Irani de Oliveira, afirma que os trabalhadores contam com apoio do Ministério do Trabalho (MT) e do Ministério Público do Trabalho (MPT) do estado, que são contrários à reforma trabalhista. Segundo ela, a reforma, além de retirar os direitos do trabalhador, vai sobrecarregar também o MPT e o MT com uma demanda, que é o patronal que tem que resolver. Segundo ela, as negociações entre patrão e empregado, sem a intermediação do sindicato, vão aumentar as demandas na Justiça do Trabalho. Ela diz que os frentistas do Amapá estão mobilizados e vão participar das manifestações contra as reformas.
NORDESTE - Na Bahia, o Sindicato dos Frentistas de Salvador vai paralisar os principais postos de combustíveis na capital. O diretor da entidade, Antônio Lago, afirma que a manifestação desta sexta é um forte instrumento de pressão contra os parlamentares que traem o povo. Ele diz que o trabalhador precisa ficar alerta, pois caso contrário, o governo passará em cima de todos como um rolo compressor. Para Lago, o governo está cometendo um genocídio ao alterar com a reforma trabalhista mais de cem artigos da CLT. “Com essas mudanças vamos retornar ao século XIX. O trabalhador vai pagar para trabalhar. Dessa forma, o trabalhador vai cobrar menos pela mão de obra para poder garantir o pão de cada dia”.
CENTRO OESTE - Apesar da manifestação em Brasília ganhar a adesão dos movimentos sociais, o presidente do Sindicato dos Frentistas no Distrito Federal, Carlos Alves, diz que a Medida Provisória proposta pelo governo para aparar as arrestas da reforma trabalhista acabou esvaziando o movimento desta sexta. Ele diz que para conscientizar o trabalhador sobre as manobras ardilosas do governo, convocou uma assembleia para as 10h e depois sairá com a categoria em protesto pelos principais postos de combustíveis do Distrito Federal.
SUDESTE - O Presidente do Sindicato dos Frentistas de Minas Gerais, Possidônio Oliveira, que passou a semana em Brasília pressionando os parlamentares a votarem contra a reforma trabalhista, diz que a categoria vai aderir à paralisação nos postos de Belo Horizonte.
Ao contrário da manifestação do dia 28 de abril, os trabalhadores dos transportes não vão paralisar as atividades hoje no Espírito Santo. O presidente do Sindicato dos Frentistas do estado, Wellington Bezerra, diz que sem a adesão dos rodoviários, a greve geral perde força, já que os trabalhadores terão como se deslocar até a empresa. Ele afirma que a manifestação de hoje é fundamental para barrar a votação da reforma no Senado.
SUL - Na região Sul, os trabalhadores estão organizados e vão com tudo para as ruas para tentar barrar a votação da semana que vem. A presidente do Sindicato dos Frentistas de Londrina, no Paraná, Vera Lúcia Silva, passou a semana panfletando nos postos e convocando os trabalhadores para a manifestação. Ela diz, no entanto, que trabalhador está acuado e tem medo de aderir à greve geral. Vera Lúcia acredita que os sucessivos escândalos de corrupção no país deixaram o povo anestesiado e sem forças para lutar.
O presidente do Sindicato dos Frentistas de Pelotas, no Rio Grande do Sul, Miltom Rosseli, frisa que se o povo não se manifestar o governo vai concluir o serviço sujo de retirada de direitos patrocinado pelo setor econômico. Rosseli afirma que a maior parte dos parlamentares no Congresso, hoje, não tem ética nem moral para decidir sobre as mudanças na vida dos trabalhadores. O Sindicato vai realizar protestos na manhã de hoje em vários postos da cidade.
* Estefania de Castro, assessoria de imprensa Fenepospetro.