REDAÇÃO -
Enquanto iniciativas para privatizar sistemas de saneamento avançam no Brasil, um estudo indica que esforços para fazer exatamente o inverso – devolver a gestão do tratamento e fornecimento de água às mãos públicas – continua a ser uma tendência global crescente.
De acordo com um mapeamento feito por onze organizações majoritariamente europeias, da virada do milênio para cá foram registrados 267 casos de “remunicipalização”, ou reestatização, de sistemas de água e esgoto. No ano 2000, de acordo com o estudo, só se conheciam três casos.
Satoko Kishimoto, uma das autoras da pesquisa publicada nesta sexta-feira, afirma que a reversão vem sendo impulsionada por um leque de problemas reincidentes, entre eles serviços inflacionados, ineficientes e com investimentos insuficientes. Ela é coordenadora para políticas públicas alternativas no Instituto Transnacional (TNI), centro de pesquisas com sede na Holanda.
“Em geral, observamos que as cidades estão voltando atrás porque constatam que as privatizações ou parcerias público-privadas (PPPs) acarretam tarifas muito altas, não cumprem promessas feitas inicialmente e operam com falta de transparência, entre uma série de problemas que vimos caso a caso”, explica Satoko à BBC Brasil.
O estudo detalha experiências de cidades que recorreram a privatizações de seus sistemas de água e saneamento nas últimas décadas, mas decidiram voltar atrás – uma longa lista que inclui lugares como Berlim, Paris, Budapeste, Bamako (Mali), Buenos Aires, Maputo (Moçambique) e La Paz.
A tendência, vista com força sobretudo na Europa, vai no caminho contrário ao movimento que vem sendo feito no Brasil para promover a concessão de sistemas de esgoto para a iniciativa privada. (…) (via BBC Brasil)
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Istoé diz que Moro vai condenar Lula a 22 anos de prisão
Via Tijolaço:
22 anos de prisão, vejam só. É o que a revista Istoé diz que Sérgio Moro “pedirá” (pedirá? nunca vi juiz pedir, ao que eu saiba juiz condena).
O texto, na parte que está na internet, é um primor de parcialidade. O texto assemelha-se ao envelope enviado ao presidente da Câmara, escatologia enviada hoje aos jornais. A ilustração, por sua vez, copia o powerpoint do Dr. Dallagnol.
Nem mesmo se importam em apregoar que a sentença é combinada entre a turma de Dallagnol e Sérgio Moro: “conforme apurou ISTOÉ junto a integrantes da Lava Jato, o petista vai pegar até 22 anos de cadeia – 10 anos por lavagem de dinheiro e 12 por corrupção passiva”, tudo por não ter recebido um apartamento que, dizem seus algozes, “ia” receber.
Quer ter ideia do que isso representa?
O goleiro Bruno Fernandes, ex-Flamengo, foi condenado à mesma pena por ter assassinado a mãe de seu filho, Eliza Samúdio, pela ocultação de seu cadáver (diz-se que lançando a cachorros) e pelo sequestro e cárcere privado do próprio filho.
Como todos sabemos que Sérgio Moro vai condenar Lula, é bom que seja nos moldes que a porca revista anuncia.
Revela o ânimo verdadeiro deste pastiche de processo judicial: assassinar moralmente – já que não é possível que seja fisicamente – de matar Lula.
Nem uma palavra a menos.