2.12.16

EMÍLIO ODEBRECHT INICIA A DELAÇÃO DO FIM DO MUNDO

REDAÇÃO -
Norberto Odebrecht entre seu filho Emílio e o neto Marcelo com a imagem do pai. Reprodução arquivo Google.
Emílio Odebrecht, pai de Marcelo, preso há mais de um ano em Curibita, foi o primeiro nome da empreiteira a assinar o acordo de delação premiada, que envolve 77 executivos. Já se sabe que a Odebrecht delatou nomes como Michel Temer, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do seu governo, o ministro José Serra, chanceler, e o presidente do PSDB, Aécio Neves (PSDB-MG).

Temer foi acusado de pedir R$ 11 milhões no Jaburu (leia aqui), Jucá de receber R$ 22 milhões (leia aqui), Serra de levar uma doação de R$ 23 milhões na Suíça (leia aqui) e Aécio de ser pago pela Odebrecht, numa triangulação que envolve também seu marqueteiro (leia aqui).

Além da delação premiada dos executivos e ex-executivos, a empresa Odebrecht firmou com acordo de leniência com o MPF e vai pagar uma multa de R$ 6,7 bilhões. (informações Brasil 247)

Leia, abaixo, reportagem da Reuters:

Odebrecht assina acordo de leniência com Lava Jato e aceita pagar multa de R$ 6,7 bi, diz fonte

A construtora Odebrecht assinou nesta quinta-feira acordo de leniência com os procuradores da operação Lava Jato e aceitou pagar multa de 6,7 bilhões de reais, disse à Reuters uma fonte ligada ao Ministério Público.

Segundo a fonte, que falou sob condição de anonimato, o acordo abre caminho para a assinatura de acordos de delação premiada com 77 executivos e funcionários da Odebrecht, entre eles o ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht, preso em Curitiba e já condenado a 19 anos e 4 meses de prisão em ação penal da Lava Jato.

De acordo com a fonte, o acordo prevê pena de 10 anos para Marcelo Odebrecht, sendo que ele deverá ficar no regime fechado até o final de 2017.

A fonte disse ainda que o valor da multa será pago pela empreiteira ao longo de 20 anos. O valor da multa será dividido entre Brasil, Estados Unidos e Suíça, segundo a fonte, acrescentando que a maior parte dos recursos ficará no país.

Com o acordo de leniência, a Odebrecht garante que seguirá apta a contratar com o setor público.

A delação da Odebrecht, maior empreiteira da América Latina, tem sido apontada como uma das mais aguardadas da Lava Jato e a que tem maior potencial de provocar abalos ainda maiores no cenário político.

Nas investigações da operação Lava Jato, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal encontraram uma planilha que, afirmam, indica pagamentos feitos pela empreiteira a políticos de vários partidos. Não ficou claro à época se os dados da planilha se referiam a repasses de propina, a doações legais para campanhas eleitorais ou a doações não contabilizadas, o chamado caixa dois.

Como na delação da empreiteira e de seus executivos e funcionários devem ser citados políticos com mandato, os acordos terão de ser analisados pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator da Lava Jato na corte.

Caberá a Teori decidir se valida esses acordos e permite que as delações sejam usadas no processo ou se os rejeita e os declara nulos.

Procurada, a Odebrecht não se manifestou sobre o acordo.

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