ROGER MCNAUGHT -
Rio de Janeiro, véspera de natal do ano de 2016. Não estamos falando de nenhuma província
pobre e esquecida, mas do Rio de Janeiro – cidade que sempre recebeu maciços investimentos
devido ao potencial turístico e mais recentemente potencial petrolífero.
Mas, como era de se esperar, a rapinagem já conhecida pela
população desde o governo Moreira Franco (o “gato-angorá” que em muito
prejudicou o planejamento de investimentos educacionais do governo do saudoso
ex-governador Leonel de Moura Brizola) atacou novamente nos governos Sergio
Cabral e Pezão. Note que os três são do
mesmo partido, o PMDB.
Agora, após volumosos gastos com megaeventos, mudanças
radicais na infraestrutura, precarização dos serviços básicos e de transporte
público o governo do estado ataca o funcionalismo público. Toda a verba que deveria estar sendo
utilizada para pagar os profissionais que dedicam suas vidas ao serviço público
foi desperdiçada em isenções fiscais duvidosas e gastos desnecessários.
O resultado como esperado foi catastrófico. À beira das festividades de fim de ano,
muitos servidores não receberam seus salários, estão com pesadas dívidas –
alguns já se encontram sem energia elétrica em casa, uma vez que não foram
capazes de pagar a conta de consumo devido ao calote do governo do estado.
Em vista da situação, servidores realizaram um protesto
diferente, a “Ceia da Miséria”, realizada em frente ao palácio Guanabara, onde
pão e água – simbolizando a falta de dinheiro até para alimentação durante as
festividades de fim de ano – foram consumidos pelos servidores presentes em
frente à imprensa.
O que se via eram servidores cansados, muitos idosos, sem a
menor previsão de normalização de seus pagamentos enquanto o governo manobra
para “escolher” a quem pagar e manter a repressão das forças policiais – sendo
que muitos integrantes das forças policiais também não aceita a seletividade de
pagamento e alguns até seguravam cartazes alegando que “não haveria réveillon”
caso não fosse normalizada a situação.
Durante a caminhada, cidadãos acenavam e apoiavam das
janelas, e um estendeu uma longa faixa denunciando que servidores municipais de
Duque de Caxias estão em situação similar.
Pobre Rio de Janeiro...
Ou se acaba com o PMDB ou o PMDB acabará com o Rio...