6.12.16

A "GUERRA DO RIO": TIROTEIOS DE NORTE A SUL ATERRORIZAM. REDES CRIMINAIS LUTAM POR DOMÍNIO DE TERRITÓRIOS

ALCYR CAVALCANTI -


Tiroteios, balas perdidas, assassinatos, prisões e mortes de "chefões do narcotráfico", assassinato de policiais em serviço ou mesmo de folga, prisões em massa de meninos imberbes que se intitulam "soldados do movimento", greve de policiais, falta de luz, telefones, papel. Enquanto isso o carioca fica perdido, sem saber o que fazer nem como, nem onde se esconder.

O Rio de Janeiro vive uma crise na segurança pública, sem precedentes, que teve seu início no final dos Jogos Olímpicos, que veio para confirmar que o Projeto das UPPS foi feito apenas para estabelecer um cerco cirúrgico nas "Zonas Vermelhas", ou seja em algumas favelas consideradas de alta periculosidade que poderiam afetar os milhões de turistas que vieram à cidade para assistir os megaeventos que foram programados. A disputa pelo domínio de territórios ocupados pelas redes criminais que exploram o comércio de venda de drogas, a varejo se estendeu a cidades onde era quase nenhum os índices de criminalidade como Niterói e Região dos Lagos. Niterói tinha um dos menores índices de criminalidade do país e agora vive com situações de conflito principalmente em áreas próximas à favelas, como Icaraí, São Francisco e Fonseca. Redes criminais lutam entre si, é Comando Vermelho-CV em luta contra Amigos dos Amigos-ADA, é ADA em luta contra Terceiro Comando Puro-TCP que por sua vez em algumas localidades guerreia contra o CV que também luta contra um novo componente, as Milícias, tudo para controlar as bocas de fumo que rendem milhões.

Na outrora Cidade Maravilhosa a violência assusta a todos, de norte a sul, de leste a oeste. No Complexo do Alemão na Zona Norte da cidade uma bala perdida após uma operação conjunta da Secretaria Municipal de Ordem Pública-SEOP com apoio de policiais da UPP baseada no Morro fez uma vítima, a doméstica Nirza Paula Rocha de 51 anos, que estava em sua residência foi atingida com um tiro na cabeça, segundo moradores disparado por policiais  e veio a falecer. Do outro lado da cidade um jovem de 17 anos quando ia sair para trabalhar às seis da manhã foi atingido no peito por um tiro, mas foi salvo por um milagre, o projetil foi desviado pelo fio de um fone de ouvido de seu celular quando ouvia um funk para ficar despertado. O tiroteio foi na Vila Verde perto da Unidade de Pronto Atendimento-UPA, uma das obras do PAC-1 na Curva do S que foi concluída. O tiro foi de raspão e o adolescente passa bem. Foi salvo por um milagre mas apenas  alguns quilômetros de distancia Dona Neném como era conhecida Nirza da Rocha não sobreviveu e resta apenas aos familiares chorar sua morte.