ROBERTO MONTEIRO PINHO -
O impeachment de Dilma Rousseff assim como a cassação de Eduardo Cunha
constitui uma oportunidade para a implantação da razoável e comprometida
socialmente política/administrativa no Brasil.
A Lava Jato em que pese sinais de desconfiança e também pelos exageros,
pratica que se tornou uma constante dos membros do (judiciário, da polícia
federal, civil e Ministério Público), está cumprindo esse papel e não pode
parar. A sangria dos corruptos tem que continuar.
Citado aqui nesta obra o Supremo Tribunal Federal (STF), permeia altos e
baixos, mais talvez por sua composição de membros, cujo histórico, justificam
atitudes desprezíveis.
O Estado brasileiro iniciou, mesmo de forma conturbada, a sutura para
que as lesões ocasionadas pelo alto índice de criminalidade nos mais alto
escalão da política nacional, no judiciário, nos meios financeiros, nas
instituições governamentais e no varejo da periferia, contaminada desde o
primeiro aos últimos escalões da República.
O resultado dessa metamorfose é assustador e devastador, empobrece nossa
economia, respinga no social, e causa enorme lesão aos milhões de brasileiros,
que representam 99% da população, enquanto um grupo “seleto”, que enriqueceu
com falcatruas.
Quero que me apontem com seriedade uma só riqueza neste país, que não
tenha origem no mundo da criminalidade, seja pública, seja privada. A falência
moral do Estado e um mal tão venenoso que contamina os mais conservadores dos
cidadãos.
Mantemos um modelo colonial de valores, passando pelo rançoso sistema
político-econômico brasileiro, ancorado em desgastadas e apodrecidas estruturas
de uma provecta criminalidade organizada.
Onde, temos registro da expropriação de terras indígenas (capitanias),
massacre de índios, ordenada pela corte portuguesa, um descobridor, malfadado e
criminoso de origem, a qual nunca mais, desde então nos brasileiros, não
desatamos o nó da dependência, hoje atrelada a novos capitais, pela via da
dolarização e da adoção de linha de pensamento liberal, porém discriminatória,
de um liberalismo de elite.
Agora no frenesi do impeachment, tão necessário e claramente,
apropriado, desde o sinal de alerta com o escândalo do mensalão envolvendo
festejadas figuras da pseuda esquerda brasileira, de Lula, José Dirceu e José
Genoíno, as praticas criminosas nos governos de FHC, Lula e Dilma Rousseff,
grupo de políticos que enganaram a sociedade de tal forma, que muitos ainda
acreditam em “santinhos de pau oco”.
Com 105 condenações que somam mais de 1.140 anos de prisão, a Lava Jato
faz o Brasil acreditar que é possível trancafiar endinheirados e poderosos. Nas
celas de Curitiba estão ministros e tesoureiros do PT, empreiteiros, doleiros.
Mas não consegue pegar políticos com mandato, detentores de foro especial por
prerrogativa de função, vulgo foro privilegiado.
Trata de uma excrescência que beneficia mais de 22 mil pessoas – do
presidente da República e seus ministros a governadores e prefeitos, além de
senadores e deputados, magistrados – algo em torno de 16 mil. E até vereadores
e delegados, em alguns tipos de crimes. O foro especial não é uma invenção
tupiniquim. Existe em vários lugares do mundo. Mas quase sempre limitado a um
tipo de processo – normalmente correlato à função exercida pelo beneficiado,
portanto administrativo.
Em junho de 2013, uma multidão de indignados foram nas ruas para dizer
“vocês não nos representam”, mas não foi suficiente para que Lula não se
empenhasse na reeleição da comadre Dilma Rousseff, ex-militante da guerrilha
urbana, (essa e a forma que ela se apresenta curricularmente) cuja história não
se coaduna com a postura de uma governante, que teve uma eleição dividindo o
país, e precisaria superar seu próprio dilema.
Mais do que a Lava Jato em efervescência, o STF simplesmente ignora o
“devido processo legal”.