REDAÇÃO -
O Comitê Olímpico dos Estados Unidos e a
Federação norte-americana de natação anunciaram hoje (8), em conjunto,
que suspenderam os quatro integrantes olímpicos da equipe de natação de
2016 que se envolveram em um episódio de falso relato de assalto durante
os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Um dos atletas suspensos - Ryan
Lochte, não poderá atuar em competições nacionais ou internacionais até
30 de junho de 2017, o que o coloca fora do campeonato mundial do
próximo ano. A punição para Ryan Lochte também engloba a retirada do
salário mensal pago pelas entidades esportivas dos Estados Unidos. O
atleta perderá também o financiamento a que tem direito por ter
conquistado uma medalha de ouro durante os Jogos Olímpicos Rio 2016.
Ryan Lochte terá ainda de realizar 20 horas de serviço comunitário.
Os outros três atletas - Gunnar Bentz, Jack Conger e Jimmy Feigen -
também foram suspensos das competições de nacionais e internacionais,
representando os Estados Unidos, por um período menor: quatro meses.
Além disso, eles vão perder, durante esse período, seus salários mensais
e o direito de acesso a instalações de treinamento do Comitê Olímpico
dos Estados Unidos. Os quatro nadadores também não serão admitidos na
comitiva de atletas que visitará o presidente Barack Obama, após o
encerramento dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro.
Causa das punições
As punições dos atletas norte-americanos se devem a um relato de um
assalto que eles teriam sofrido no dia 14 de agosto. Em uma entrevista
para a rede norte-americana NBC News, Ryan Lochte chegou a dizer que
teve uma arma apontada para a sua cabeça. Investigações da polícia do
Rio de Janeiro mostraram posteriormente que o relato do assalto era
falso. A polícia descobriu que, na verdade, os atletas estiveram em um
posto de gasolina na Barra da Tijuca, depois de participarem de uma
festa, e depredaram o banheiro e jogaram no chão uma placa de aviso da
empresa. Eles foram repreendidos pelos guardas de segurança do posto,
que cobraram compensação em dinheiro pela arruaça.
O caso dos nadadores americanos teve destaque no noticiário
internacional. Alguns jornais publicaram matérias com muitas críticas à
segurança dos atletas no Rio de Janeiro. Manchetes diziam: "Roubados nas
Olimpíadas" e "Bandidos ameaçam atletas". O jornal New York Postchegou a
publicar uma foto do nadador Ryan Lochte com as mãos para cima em
Copacabana.
"Como já dissemos anteriormente, o comportamento desses atletas não é
aceitável. Eles difamaram, de forma injusta, nossos anfitriões [durante
os Jogos Rio 2016] e desviaram a atenção [mundial] das conquistas
históricas [obtidas] pela equipe dos Estados Unidos", disse o chefe do
Comitê Olímpico dos Estados Unidos, Scott Blackmun, em um comunicado.
"Os atletas aceitaram a responsabilidade por suas ações e consideraram
as sanções adequadas. Estamos ansiosos para concentrar a nossa energia
sobre os Jogos Paraolímpicos e sobre os homens e mulheres incríveis que
representam o nosso país no Rio", acrescentou Blackmun.
Já o diretor executivo do Comitê de Natação dos Estados Unidos, Chuck
Wielgus, disse que, apesar de a participação norte-americana nos Jogos
Olímpicos ter sido extraordinária, "um pequeno grupo de atletas teve um
lapso de julgamento e de conduta inaceitável e inconsistente com as
nossas expectativas". Ele afirmou que, quando ocorrem infrações no
código de conduta dos atletas, a responsabilidade do comitê é "tomar
medidas que reflitam a gravidade dos fatos ocorridos".
*Com informações da ABr e Diário do Poder.