4.8.16

OLIMPÍADA VAI COMEÇAR, MAS O RIO DE JANEIRO PERDEU UMA GRANDE OPORTUNIDADE DE SOLUCIONAR PROBLEMAS HISTÓRICOS

ALCYR CAVALCANTI -

Dia 05 de agosto, sexta feira vai começar a maior competição esportiva do planeta. Para uns é a realização de um sonho desejado, mas para outros vai ser um pesadelo tamanho família. Desde que o Brasil foi escolhido para sediar a maior competição esportiva de todos os tempos muita coisa aconteceu. Bilhões de reais foram empregados em obras em toda a cidade, que deveriam ficar como um "legado olímpico", uma herança para as gerações futuras. Problemas acumulados durante sucessivos governos seriam (e deveriam ser) resolvidos em definitivo, o transporte caótico, pouco eficiente que torna a mobilidade urbana na cidade um inferno. rede hospitalar que tem salvado poucos vidas e sentenciado muitos para o corredor da morte tem sido quase uma regra geral. A Educação mergulhada em permanentes greves com verbas reduzidas que vieram  mostrar a verdadeira face da "Pátria Educadora", apesar dos discursos vazios.


Obras paralisadas ou nem sequer iniciadas do Programa de Aceleração do Crescimento-PAC ficaram no papel. Segurança  alardeada com apoio maciço da mídia através das Unidades de Pacificação as UPPS, mas que só vieram para isolar as favelas em um "cinturão cirúrgico" e tornar a cidade cada vez mais partida, em uma dicotomia Favela X Asfalto aumentando a segregação. O prefeito Eduardo Paes acertou em ter afirmado que o Brasil está perdendo uma grande oportunidade, mas esqueceu de dizer que ele, prefeito da cidade é um dos maiores culpados pela cidade não ter dado uma melhoria significativa em todas as regiões, principalmente na periferia e nos bairros afastados da Zona Sul e parte da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Mais uma vez a especulação imobiliária deu a tônica na valorização de áreas urbanas ao deixar problemas que atormentam milhões de cariocas se agravarem, principalmente nas favelas cariocas com seus mais de dois milhões de moradores que vão continuar sem urbanização, saneamento e condições mínimas de moradia.

Mas nem tudo é tristeza, e vamos torcer para durante a Olimpíada tudo ( ou quase tudo) dar certo e depois acertar as contas com os organizadores, afinal a eleição vem aí, para dar talvez um pouco de esperança. Vamos torcer por nossos atletas, que tiveram pouco incentivo do Governo Federal e só cresceram graças aos próprios esforços. Vamos para os estádios, para as praças em festa, para os bares e para os espaços em homenagem às centenas de países que vieram de todos os continentes para a nossa bela e maltratada Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, mas quando acabar a festa  exigir do Ministério Público uma auditoria para verificar onde foram empregados os bilhões que foram gastos e  porque muitas obras não foram terminadas, ou feitas com material de terceira categoria causando prejuízos a todos nós. Durante pouco mais de quinze dias vamos deixar as tristezas de lado e celebrar com as pessoas queridas,  porque como dizia o poeta "Tristeza Não Tem Fim, Felicidade Sim".