CARLOS CHAGAS -
Está inaugurado o festival de bobagens. Abrindo as comemorações vem o governo Michel Temer, no qual se incluem deputados e senadores em maioria, ministros, assessores, dirigentes dos partidos da base oficial e quem mais se queira incluir no mundo oficial. Não se relacione, porém, nesse bando de patetas, um único eleitor dos que vão se definir em outubro.
Traduzindo: não há como acreditar que para sair vitoriosos das eleições municipais, os detentores do poder deverão adiar para depois da votação a tentativa de o Congresso aprovar o pacote de maldades engendrado nos porões do palácio do Planalto. Sustentam que devem ficar para mais tarde as reformas da Previdência Social, trabalhistas, PEC do teto, renegociação da dívida dos estados, mudança nas regras do pré-sal, limitação da indicação de diretores de estatais e de fundos de pensão, privatizações em massa, redução do número de partidos e sucedâneos – essas e outras capazes de despertar indignação na opinião pública. Não que imaginem abrir mão dessas maldades, mas, simplesmente, querem protelá-las para que o eleitorado não se vingue votando em seus adversários. Depois da eleição, entendem, tudo será permitido em termos de impopularidade.
Serão tão bobos para imaginar que o cidadão comum deixe de perceber a manobra? Estaria a sociedade iludida a ponto de imaginar-se cega, surda e muda?
Que o governo prepara violências, está à vista de todos. Ainda por cima, tentam enganar-nos ocultando suas verdadeiras intenções.
Podem preparar-se para o maior dos sustos com o resultado das urnas. Ficará claro que o povo não é bobo. Até porque, espalham a receita do que pretendem: enviar a conta da suposta recuperação econômica para os mesmos de sempre, a população menos favorecida e mais sacrificada. Não perdem por esperar, venha o eleitorado a votar nos seus contrários ou, melhor solução ainda, a não votar...